Escolas de Almada pedem fim dos exames do secundário

Agrupamento de Escolas Romeu Correia pediu ao Ministério da Educação que cancele os exames 

O Agrupamento de Escolas Romeu Correia, em Almada, pediu este sábado ao Ministério da Educação que cancele os exames do ensino secundário, sugerindo que o executivo considere provas de anos anteriores como nova forma de os alunos acederem ao superior. Destacando que “as aulas presenciais poderão pôr em causa a saúde pública de toda a comunidade escolar, obrigando ao levantamento do isolamento social, expondo-a assim a riscos desnecessários e imprevisíveis”. Ainda de acordo com este agrupamento de escolas de Almada, o regresso às aulas a 18 de Maio implica "um esforço organizacional, logístico e financeiro, desproporcional ao tempo e aos recursos disponíveis por parte das escolas”. 
Alunos voltam as escolas a 18 de Maio 

Numa tomada de posição este sábado enviada à agência Lusa, aquele agrupamento de escolas de Almada, “exige ao Ministério da Educação o cancelamento dos exames do ensino secundário no presente ano letivo”.
No documento, estes estabelecimentos de ensino solicitam também que “o Ministério da Educação, em coordenação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, equacione uma nova forma de acesso ao ensino superior válida para o corrente ano letivo e que não passe pela ponderação de qualquer tipo de exames realizados em 2020, podendo considerar-se, para o efeito, exames realizados em anos anteriores”.
Mais de 520 escolas secundárias vão reabrir no dia 18 de Maio para receber os alunos do 11.º e 12.º anos, que voltam a ter aulas presenciais às disciplinas sujeitas a exame nacional, depois de terem encerrado em 16 de Março devido à pandemia da covid-19.
Destacando que “as aulas presenciais poderão pôr em causa a saúde pública de toda a comunidade escolar, obrigando ao levantamento do isolamento social, expondo-a assim a riscos desnecessários e imprevisíveis”, o agrupamento assinala na nota enviada à Lusa que esta retoma, “e subsequente realização de exames, colidirá com um conjunto vasto de problemas, implicando um esforço organizacional, logístico e financeiro, desproporcional ao tempo e aos recursos disponíveis por parte das escolas”.
Além de que, para estas escolas, “estas aulas e o novo calendário de exames irão inevitavelmente condicionar a preparação do próximo ano letivo, o qual deveria ser especialmente ponderado”.
O agrupamento - que abrange a escola secundária de Romeu Correia e as escolas básicas do segundo e terceiro ciclo da Alembrança e do primeiro ciclo do Feijó e de Vale Flores - destaca ainda a “desigualdade de oportunidades para a realização de exames e acesso ao ensino superior”, causada pelo tempo em que as aulas presenciais estiveram suspensas.
O país entrou em situação de calamidade, a 3 de Maio, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de Março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

Agência de Notícias com Lusa 

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