Almada defende reforço de vigilância sobre as praias

Autarquia vai estender a vigilância a todas as praias do concelho 

A presidente da Câmara de Almada subscreveu as medidas do Governo para a próxima época balnear, mas defendeu um reforço da vigilância sobre “o que se passa no mar”, porque as pessoas podem recorrer mais a praias não concessionadas. “Em praias grandes temos uma preocupação e acho que é absolutamente essencial o reforço da vigilância, não apenas no que se passa na areia, mas para o que se passa no mar, porque significa que as pessoas vão ocupar cada vez mais praias não concessionadas”, disse Inês de Medeiros. Centenas de pessoas estiveram este fim de semana nas praias da Costa de Caparica. Se algumas foram passear, outras foram mesmo apanhar sol. A polícia sensibilizou os banhistas, lembrou que é proibido estar sentado no areal, mas o fluxo constante de entradas e saídas impediu o controlo da situação. A época balnear só arranca a 6 de Junho.  
Polícia alertou pessoas no areal das praias 

Inês de Medeiros falava à Lusa após o anúncio do Governo sobre as regras para a próxima época balnear, considerando que “espelham muitas das preocupações que foram expressas pelos diversos participantes” em reuniões de trabalho, incluindo do seu concelho. 
“É importante que haja uma distância entre cada guarda-sol, uma limitação no número de grupos e todas essas questões estão espelhadas, mas também é importante termos uma margem de flexibilidade para nos podermos adaptar à realidade de cada praia”, referiu.
As praias do concelho de Almada têm diversas tipologias, urbanas, semiurbanas e até selvagens, segundo a autarca.
Na sua visão, não deverá haver problema em assegurar o distanciamento social nas praias da Costa de Caparica, porque o areal é extenso e as pessoas “já interiorizaram a distância de segurança que têm de ter”.
“É muito mais fácil controlar isso num areal muito extenso onde as pessoas se podem expandir do que em praias muito limitadas, como as praias urbanas, onde só com as marés o areal diminuiu muito”, frisou a autarca.
No entanto, para Inês de Medeiros, também é o distanciamento social que pode levar as pessoas a recorrer a praias não concessionadas, pelo que a Câmara de Almada está a “fazer um esforço de vigilância para a segurança contra os perigos e afogamento no mar”.
“Em Almada nós já tínhamos um dispositivo de pré-época balnear com vigilância nas praias. Este ano não houve pré-época, mas estamos a reproduzir o dispositivo que tínhamos, mas agora para a época balnear, estendendo a vigilância além das praias concessionadas”, adiantou.

Falta de nadadores-salvadores

A Federação Portuguesa dos Nadadores Salvadores voltou a advertir que faltam entre 1500 a dois mil nadadores-salvadores para assegurar a vigilância nas praias do país, porque os cursos foram interrompidos com a pandemia da covid-19 e a declaração do estado de emergência.
Neste sentido, Inês de Medeiros admitiu que a contratação de nadadores-salvadores “é uma dificuldade” e que as praias do concelho terão “de recorrer a outros meios de vigilância”, o que já está a ser articulado com as associações de nadadores-salvadores, com a Autoridade Marítima Nacional, com a Proteção Civil municipal e as forças de segurança.
Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro, António Costa, apresentou algumas das regras a aplicar na próxima época balnear, como a distância de 1,5 metros entre grupos, três metros de distância entre chapéus e toldos ou a interdição de atividades desportivas para duas ou mais pessoas (exceto náuticas).
Além disso, segundo o líder do executivo, haverá uma aplicação que indica a lotação das praias e serão os próprios cidadãos a fiscalizar o cumprimento de regras como o distanciamento social nas praias.

Agência de Notícias com Lusa 

Comentários