Carl Zeiss Vision despede 60 pessoas em Setúbal

CGTP condena decisão lamentável de uma empresa que opera na cidade há 70 anos

A empresa fabricante de lentes e material óptico oftálmico Carl Zeiss Vision procedeu ao despedimento de 60 trabalhadores, em regime temporário, na sua fábrica em Setúbal. A empresa, a laborar no concelho há mais de 70 anos, tem atualmente cerca de 250 trabalhadores, Os funcionários, “a trabalhar na sua grande maioria em regime temporário”, foram dispensados em plena “crise epidemiológico, altura de medo e de dúvida”, afirma Luís Leitão, coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal da CGTP-IN. Uma medida também já contestada pelo PCP. A empresa ainda não prestou nenhuma declaração pública sobre o caso. 
Trabalhadores vão ser dispensados 

Para o sindicalista, “esta decisão é condenável”. Ao invés de dispensar os trabalhadores, “a empresa deveria de adotar os respectivos planos de contingência de forma a que se possa laborar com segurança e saúde do trabalho”.
Na opinião do sindicato, o que devia de ter sido aplicado era o “fomento de um afastamento social para reduzir o contacto entre trabalhadores” e, em simultâneo, “o fornecimento dos necessários equipamentos de protecção individual exigidos nesta altura de pandemia”, sublinhou Luís Leitão.
“Se as pessoas perdem os seus rendimentos em virtude de perderem o seu trabalho o que será delas?”, questiona o sindicalista. 
Com esta decisão, diz ainda Luís Leitão, “só se está a acrescentar mais crise à crise já existente. Não é despedindo os trabalhadores temporários que já por si só têm um regime precário que é a solução. A empresa deveria de ter aqui mais responsabilidade”.
No que diz respeito a atribuir responsabilidades, “a empresa vai poder recorrer aos apoios disponibilizados pelo Estado porque vai sempre alegar que não foi ela que procedeu aos despedimentos, mas sim a empresa de trabalho temporário. Não existem penalizações para este estilo de decisões, mas deveriam de existir”, conclui o coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal da CGTP-IN.
Em comunicado, o secretariado da comissão concelhia de Setúbal do Partido Comunista Português “repudia o anunciado despedimento de 60 trabalhadores que ocupam postos de trabalho permanentes e que têm sido ilegalmente mantidos na precariedade”.
“Num momento em que os trabalhadores e as suas famílias enfrentam grandes dificuldades, este despedimento revela, mais uma vez, o caráter do capital que vê na situação da pandemia covid-19 uma oportunidade para despedir trabalhadores”, sublinham os comunistas.

Agência de Notícias 

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