Almada preocupada com urgências pediátricas

Urgências pediátricas rotativas na área de Lisboa "poderia ser uma solução"

A presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, disse esta terça-feira ver com preocupação os encerramentos frequentes das urgências pediátricas do Hospital Garcia de Orta, sublinhando que vai pedir uma reunião à tutela, quando o novo Governo for constituído. "É evidente que nós vemos esta situação com preocupação. Até porque não é uma situação que se resolva apenas com o facto de se poder abrir mais candidaturas ou por falta de verba. É um problema mais estrutural. A realidade é que saíram 13 médicos pediatras do público para o privado, abriram-se sete vagas para o hospital e não foi possível contratar ninguém", disse a autarca. Na noite de segunda-feira, a urgência de pediatria do hospital Garcia de Orta esteve mais uma vez fechada devido à falta de médicos, obrigando pelo menos quatro crianças a ser transferidas para hospitais de Lisboa.
Almada quer solução urgente para a falta de pediatras 

A presidente da Câmara de Almada diz que o problema no hospital Garcia de Orta não passa pela falta de vagas, mas pela falta de interesse dos médicos em ocupá-las. Em declarações à Lusa, Inês de Medeiros referiu ser necessário perceber por que é que os concursos de recrutamento de médicos para o Garcia de Orta têm ficado vazios, sem candidatos, e sublinhou ter sido informada que estão a ser estudadas soluções, uma das quais pode passar por um sistema de rotatividade metropolitana.
"Temos estado em colaboração com a administração do Hospital Garcia de Orta e estamos nesta fase ainda de nomeação do Governo, mas, assim que houver uma estabilização do Governo, iremos provavelmente pedir uma audiência ao Ministério da Saúde para perceber exatamente o que é que se está a fazer", afirmou a autarca do PS.
"A médio e curto prazo é evidente que é preciso arranjar uma solução. Tanto quanto me é dado saber, estão a ser estudadas possibilidades de uma resposta ao nível metropolitano, ou com rotatividade de serviços de urgência ou outras possibilidades", acrescentou.
Inês de Medeiros diz que “por enquanto, felizmente, não houve qualquer problema de maior e a passagem para o Santa Maria ou D. Estefânia tem ocorrido com relativa normalidade”, mas espera que o Ministério da Saúde encontre uma solução rapidamente para o problema.
O serviço voltou a funcionar terça-feira de manhã. Não há, contudo, garantias de que não volte a fechar nos próximos dias. Ordem e sindicatos receiam que a situação se agrave no futuro.

Urgência pode voltar a fechar 
O Hospital Garcia de Orta informou na segunda-feira que a urgência do serviço de pediatria encerraria durante a noite e madrugada, até às 8h30 da manhã de terça-feira, por "insuficiência de médicos pediatras para cumprir a escala noturna".
O serviço voltou a funcionar terça-feira de manhã. Não há, contudo, garantias de que não volte a fechar nos próximos dias. Ordem e sindicatos receiam que a situação se agrave no futuro.
Este cenário já tinha acontecido na noite de sábado e na madrugada de domingo. 
A falta de pediatras neste hospital já se arrasta há mais de um ano, quando saíram 13 profissionais do serviço, sendo que o lançamento de concursos também não foi suficiente para colmatar a carência porque "ninguém concorreu", segundo o Sindicato dos Médicos da Zona Sul.
Numa carta enviada ao bastonário dos Médicos no início deste mês, a que a Lusa teve acesso, os pediatras deste hospital pediram a intervenção urgente da Ordem na situação do serviço de urgência pediátrica por considerarem que não há condições mínimas de segurança para os doentes em vários momentos.
O hospital Garcia de Orta serve uma população de 350 mil pessoas dos concelhos de Almada e Seixal, os mais populosos do distrito de Setúbal.

Agência de Notícias com Lusa 
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