Barcos do Barreiro "ameaçam" parar de novo

Greve pode atingir ainda as ligações de Montijo, Seixal e Cacilhas a Lisboa

Depois da "normalidade" nos terminais do Barreiro e do Terreiro do Paço, as greves podem estar de volta já para a semana ao Barreiro e, desta vez, alastrar também às ligações da Transtejo que fazem a ligação dos concelhos de Almada, Seixal e Montijo a Lisboa. Isto porque os trabalhadores decidiram avançar com um pré-aviso de greve na Soflusa, responsável pela ligação fluvial entre Barreiro e Lisboa, para 12 de Junho, exigindo obter “o mesmo tratamento” que a categoria dos mestres, disse esta terça-feira, fonte sindical. O Sindicato da Marinha Mercante, Indústrias e Energia  anunciou que já entregou o pré-aviso. "Existia uma harmonia salarial na Soflusa que foi quebrada no dia 30 de Maio, privilegiando um só grupo de profissionais", afirmou Alexandre Delgado, do sindicato. Os trabalhadores querem "o mesmo para os trabalhadores que não foram contemplados, ou seja, os mesmos 60 euros para cada um", sublinha o sindicalista que diz que a greve é para continuar  por tempo indeterminado, às terças e quintas-feiras. 
Conflito laboral voltam aos "barcos" do Tejo 

O Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Energia e Fogueiros de Terra (Sitemaq) avançou com um pré-aviso de greve para o dia 12 de Junho, de duas horas por turno. A nossa intenção é ter o mesmo tratamento que o poder político e o conselho de administração tiveram com uma categoria na Soflusa”,disse à agência Lusa Alexandre Delgado, do Sitemaq, afeto à UGT.
O sindicalista referiu que pretendem lutar por uma “harmonia salarial” na empresa, considerando que esta foi posta em causa com o aumento dado aos mestres.
“Temos consciência plena de que os utentes estão a ser muito penalizados e estamos disponíveis para negociar até à exaustão, mas não podemos ser marginalizados. Esta situação é responsabilidade de quem só pensou numa categoria e rompeu com o que estava acordado”, disse o dirigente sindical.
Alexandre Delgado acrescentou que a greve vai continuar depois do dia 12 de Junho por tempo indeterminado, todas as terças e quintas-feiras, duas horas por turno, até que a situação seja resolvida.
Esta situação é na Soflusa, mas vai ter contágio porque os trabalhadores da Transtejo também estão a ponderar avançar para greves”, salientou.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por fazer a ligação entre o Barreiro e Lisboa.
Os sindicatos dos trabalhadores da Transtejo e da Soflusa filiados na Fectrans (CGTP) também anunciaram que vão pedir ao Governo uma reunião com caráter urgente para iniciar um processo negocial relativo a todas as categorias profissionais das duas empresas.

Sindicato já pediu para falar com o Governo  
Na sexta-feira, o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, anunciou que os mestres da Soflusa desconvocaram três greves agendadas, após terem chegado a acordo com os sindicatos numa “pequena atualização daquele que é o prémio deles pelo facto de serem mestres”.
Esta terça-feira, sindicatos representativos da Transtejo/Solusa filiados na Federação dos Sindicatos de Transporte e Comunicações (Fectrans) analisaram “a situação criada pelo Governo na passada sexta-feira”, que consideram poder criar “novos conflitos nas empresas”, porque existem outras categorias profissionais que também têm apresentado reivindicações nos últimos anos.
“Decidimos solicitar com caráter de urgência, uma reunião ao Governo, ao ministro do Ambiente e à administração da Soflusa/Transtejo com objetivo de que se reponha a proposta que nos foi apresentada na passada sexta-feira, que a mesma seja considerada base de trabalho num processo negocial que, a nosso ver, tem de começar de imediato e no qual se incluam também na discussão da ordem do dia as questões inerentes a outras categorias profissionais, que têm vindo a colocar reivindicações específicas”, disse à Lusa José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans.
De acordo com o sindicalista, é necessário “urgentemente” a tomada de medidas “para que novos conflitos sociais não se desencadeiem nestas duas empresas”.

Agência de Notícias com Lusa

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