Empresa no Montijo multada por depósito ilegal de cortiça

GNR impede empresa depositar material num terreno a céu aberto

A GNR multou uma empresa de granulados de cortiça, a Orvalho Cork, por funcionar sem licenciamento e depositar este material num terreno a céu aberto, no Montijo, informou esta quarta-feira aquela força policial. Numa resposta escrita enviada à Lusa, a GNR adiantou que o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) “recebeu uma denúncia” e visitou o local onde estariam a ser depositados os resíduos, na rua Manuel Sobral, no Montijo. Os militares alertaram para a possibilidade de o pó estar localizado “sob álveo de uma linha de água, obstruindo e impossibilitando o escoamento de caudais líquidos e sólidos”. A autarquia do Montijo está também a "acompanhar e fiscalizar" a situação. 
Resíduos de cortiça eram despejados a céu aberto 

A força de segurança referia-se a um grupo de moradores anónimos, que desde o início do ano tem vindo a alertar várias entidades para o “depósito ilegal de cortiça a céu aberto”, mostrando receio pelos riscos ambientais, como poluição ou incêndios, assim como pelas implicações na saúde.
Na nota enviada, a GNR não especificou quais as diligências efetuadas, no entanto, a Lusa teve acesso a uma resposta do diretor do SEPNA, Vítor Caeiro, ao grupo de moradores, onde confirma a “existência de dois amontoados de pó de cortiça com uma altura estimada entre dois a três metros, numa área de 150 metros quadrados, a céu aberto, sob solo não impermeabilizado”.
Neste sentido, os militares alertaram para a possibilidade de o pó estar localizado “sob álveo de uma linha de água, obstruindo e impossibilitando o escoamento de caudais líquidos e sólidos”.
Além disso, a GNR contactou a Câmara do Montijo e percebeu que a empresa em causa ainda não tem “quaisquer licenciamentos para as operações urbanísticas realizadas no local”.
Face às duas situações, o SEPNA elaborou dois autos de notícia por contraordenação, um por “não limpeza e obstrução de álveo e linha de água” e outro por “realização de operações urbanísticas sem respetivo alvará de licenciamento”.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta (PS), avançou que já está a “acompanhar e fiscalizar” a situação, mas desvalorizou o depósito dos resíduos, por se tratar de uma substância “natural”.

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