População reclama novo centro de saúde em Corroios

Obra programada para abrir este ano... continua sem sair da gaveta 

Dezenas de pessoas juntaram-se, esta quarta-feira, numa vigília para exigirem um novo centro de saúde em Corroios, no Seixal, dado que o atual está instalado num prédio de quatro andares sem condições para o atendimento de doentes com mobilidade reduzida. "A construção de um novo centro de saúde é absolutamente necessária porque o atual está instalado num prédio de quatro andares, sem elevador e com escadas muito estreitas. Os médicos têm de descer ao piso inferior para atenderem as pessoas com mobilidade reduzida e já não querem vir trabalhar para esta unidade de saúde", disse José Lourenço, coordenador da Comissão de Utentes da Saúde do Seixal. O Governo, em Maio do ano passado, garantia a abertura no novo centro para o final deste ano. Em Dezembro de 2018, ainda nem concurso há. 
Governo prometeu abrir unidade este ano 

Segundo José Lourenço, "o Ministério da Saúde já lançou dois concursos públicos para a construção do novo centro de saúde de Corroios, mas por um preço muito baixo - 1,6 milhões de euros - em função do volume de construção", pelo que até a comissão percebeu que "não iria aparecer nenhuma empresa interessada".
"Os dois concursos públicos ficaram desertos", acrescentou.
José Lourenço adiantou que a vigília, ao final da tarde de quarta-feira, mobilizou cerca de 70 utentes e pretendeu sensibilizar o Governo para a urgência de um novo centro de saúde, numa comunidade de cerca de "36 mil utentes, 20 mil dos quais sem médico de família".
"O Ministério da Saúde devia lançar de imediato um novo concurso público, mas, desta vez, com valores realistas, para que possamos ter o novo equipamento construído e a funcionar quanto antes, se possível antes do final do próximo ano, uma vez que o prazo de execução das obras nos concursos anteriores era de 200 dias", defendeu.
José Lourenço referiu ainda que a Câmara do Seixal já adjudicou, por  quase 300 mil euros, os arranjos exteriores do terreno que a própria autarquia cedeu ao Ministério da Saúde para a construção do novo centro de saúde de Corroios.

Autarquia critica atrasado na obra 
Este concurso foi adjudicado em Novembro com , o presidente da Câmara do Seixal, a criticar "a demora" do governo para avançar com a obra do centro de saúde que ficou contratualizada em Maio do ano passado. Joaquim Santos, lamentou que "o processo de construção deste equipamento, que é tão necessário para a população, continue sem desenvolvimento". A autarquia já pediu uma reunião com a nova ministra da Saúde mas ainda não obteve resposta.
O autarca lembrou que "em Maio de 2017 foi celebrado um acordo de colaboração para a instalação desta unidade de saúde, subscrito pelo secretário de Estado da Saúde, pelo presidente do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde da Região de Lisboa e Vale do Tejo e pelo presidente da Câmara do Seixal e infelizmente já foram anulados pelo Ministério da Saúde dois concursos públicos para a sua construção e consequentemente adiado o compromisso assumido com a população. A autarquia do Seixal solicitou em Outubro nova reunião à ministra da Saúde, não tendo obtido resposta até ao momento".
Nesse acordo assinado ficou definido que a Administração Regional de Saúde da Região de Lisboa e Vale do Tejo assumiria a construção do novo Centro de Saúde de Corroios e que a Câmara do Seixal assumiria a construção dos acessos e arranjos exteriores, tendo ficado estabelecido como data de abertura do novo equipamento de saúde o ano de 2018. Hoje foram aprovados em reunião de câmara os referidos arranjos exteriores, ficando em falta a parte assumida pelo Governo.
"Importa lembrar que a construção do Centro de Saúde de Corroios é urgente pois o serviço continua a funcionar num edifício de habitação adaptado para o efeito com quatro andares, sem elevador e sem o mínimo de condições para assegurar a acessibilidade plena dos cerca de 50 mil habitantes desta freguesia", notou Joaquim Santos.

Governo prometia abertura no final deste ano 
Em Maio de 2017, o então secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, reconheceu o atual centro de saúde "é de facto uma situação que não oferece confiança aos utentes ou qualquer condição de trabalho para os profissionais”.
Manuel Delgado frisou ainda que “apesar das dificuldades financeiras que ainda temos, as opções do Governo têm que ser tomadas em função das necessidades mais prementes que os cidadãos têm e aqui estávamos perante uma necessidade efetiva, pelo que o Governo assumiu que este centro de saúde tinha que ser construído. E cá estamos para o fazer com todo o gosto e com muita satisfação. Esperemos que, como a placa diz, mais para o fim de 2018, possamos inaugurar o centro de saúde e eu cá estarei com todo o gosto a ajudar nesse momento importante”. A verdade, em Dezembro de 2018, ainda nem o concurso público foi lançado. E já o titular da pasta foi afastado do cargo. E, claro, os problemas dos tentos do Centro de Saúde adensam-se.

Agência de Notícias com Lusa 

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