Milhares de pessoas sem médico no distrito de Setúbal

PSD de Setúbal adverte que 1/5 da população do distrito não tem médico de família 


Quase 170 mil pessoas no distrito de Setúbal não têm médico de família, conta a distrital do PSD, que acusa o Governo de viver de "anúncios e promessas". De acordo com as contas dos social-democratas, "cerca 1/5 da população do distrito (169 mil pessoas) não tem acesso à equipa de saúde familiar, ou seja, a médico e a enfermeiro de família. Isto significa que nos cuidados de saúde primários da nossa região faltam 112 médicos especialistas em medicina geral e familiar e 112 enfermeiros, preferencialmente, também eles especialistas, se tivermos em conta o rácio de 1500 utentes por equipa de saúde familiar", avançou a distrital, em comunicado. Para o PSD de Setúbal, esta situação tem sido ignorada pelo Governo socialista, que vive de "anúncios e promessas", o que faz com que os problemas dos hospitais do distrito "continuem sem solução".
Cerca de 169 mil pessoas não têm medico 


De acordo com o documento divulgado, as instituições hospitalares de Setúbal sabem, desde 2017, que precisam de contratar 139 enfermeiros, dos quais 48 para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, 39 para o Centro Hospitalar do Barreiro-Montijo, 32 para o Centro Hospitalar de Setúbal e 20 para a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.
Contudo, segundo o PSD, apenas foram autorizadas 23 contratações de enfermeiros para o hospital de Almada, em julho de 2018, fazendo com que ainda não esteja "nada definido" para as restantes instituições.
A distrital indicou também que os tempos médios de espera para situações de doença oncológica estão a ser superiores ao normal, tendo em conta que para uma consulta de especialidade a demora média é de 150 dias e, para uma intervenção cirúrgica, 270 dias.
"Verificamos que no Hospital Garcia de Orta esperamos 632 dias por uma consulta de Dermatologia, no Centro Hospitalar de Setúbal 550 dias por consulta de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva, 514 dias por consulta de Otorrinolaringologia no Hospital do Litoral Alentejano e 460 dias por consulta de Oftalmologia no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo", mencionou.
A instabilidade no setor da saúde nesta área geográfica também foi abordada pelo PSD na VII Convenção Social-Democrata do Distrito de Setúbal, que decorreu no Seixal.
Para o vice-presidente da distrital, Paulo Ribeiro, nos últimos três anos o "retrocesso" na área da saúde nesta região "é mais que evidente".
"Hospitais que tinham a situação financeira controlada passaram, novamente, a estar fortemente endividados. As listas de espera para a primeira consulta de especialidade e cirurgias aumentaram, prejudicando assim milhares de utentes. Falta de médicos, de enfermeiros e de condições adequadas nos vários hospitais, tanto para os profissionais como para os utentes", concluiu Paulo Ribeiro.

Agência de Notícias com Lusa  

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