Acordo para o porto de Setúbal pode estar para breve

Operadores portuários lamentam que sindicato tenha recusado propostas

A Associação dos Agentes de Navegação e Empresas Operadoras Portuárias e a Associação Marítima e Portuária esperam chegar em breve a acordo com o sindicato dos estivadores de Setúbal. As associações que representam os operadores portuários de Setúbal lamentaram esta terça-feira a recusa, por parte do sindicato dos estivadores, da proposta apresentada para resolver a precariedade no porto de Setúbal, que previa a contratação de 56 trabalhadores. Por sua vez, o presidente do Sindicato dos Estivadores e Atividades Logística adiantou que os estivadores e as empresas de trabalho portuário deverão chegar a um acordo entre ambos os lados até esta sexta-feira, de forma a colocar um ponto final na paralisação que já dura desde o dia 5 de Novembro, faltando ainda acertar “pequenos aspetos”. 
Paralisação pode acabar esta semana 

Numa carta aberta a que a agência Lusa teve acesso, a Associação dos Agentes de Navegação e Empresas Operadoras Portuárias (Anesul) e a Associação Marítima e Portuária dizem que a proposta "defende os trabalhadores do porto de Setúbal, ao mesmo tempo que assegura a competitividade e sustentabilidade deste porto".
A proposta foi apresentada numa reunião convocada pelo Governo e que juntou à mesa o Ministério do Mar e 13 entidades, para discutir a situação laboral dos estivadores eventuais de Setúbal, que não comparecem ao trabalho desde o início do mês.
"Inexplicavelmente o sindicato não aceitou a proposta e teima em manter uma greve e uma paralisação tentando justificar as mesmas com uma alegada solidariedade com os trabalhadores do Porto de Leixões, representados em cerca de 90 por cento por um outro sindicato, integrado numa Federação Nacional de Trabalhadores Portuários", afirmam as associações.
Na carta aberta, a Anesul e a Associação Marítima e Portuária afirmam: "Continuamos a aguardar que esta proposta seja aceite pelo Sindicato, revendo a sua posição, na defesa do trabalho, dos nossos trabalhadores e do nosso Porto de Setúbal".
Em declarações na segunda-feira antes do final da reunião, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, garantiu haver abertura do sindicato, dos operadores e da administração dos portos para resolver o problema da precariedade em Setúbal, embora se mantenha um diferendo quanto aos moldes da negociação.
"Neste momento temos uma vontade e uma abertura para resolver o problema dos precários (...), embora exista uma discrepância entre sindicatos e empresas. Uma parte propõe que sejam 48 novos contratos, da outra parte 30. Julgo que será possível chegar a acordo", disse a governante.

Sindicato avança que acordo pode estar para breve
O presidente do Sindicato dos Estivadores e Atividades Logística adiantou esta terça-feira que os estivadores do porto de Setúbal e as empresas de trabalho portuário deverão chegar a um acordo entre ambos os lados até esta sexta-feira, de forma a colocar um ponto final na paralisação que já dura desde o dia 5 de Novembro, faltando ainda acertar “pequenos aspetos”, revelou António Mariano, citado pelo jornal Público.
Segundo o líder do sindicato da estiva, já terá sido definido um número de trabalhadores com quem estabelecer um contrato de trabalho sem termo: em vez dos 30 propostos inicialmente pela Operestiva, Empresa de Trabalho Portuário de Setúbal, serão 56 trabalhadores. “Não aceitavam contratar mais de 30 mas agora já assinam 56”, disse António Mariano, falando ainda sobre as negociações com a empresa e com o Ministério do Mar, que se iniciaram esta segunda-feira: “Não aceitavam negociações sem cancelamento da paralisação mas já reunimos”, disse o presidente do Sindicato dos Estivadores e Atividades Logística.
O que falta ainda resolver, revela  António Mariano, é a questão relativa aos contratos que a Operestiva já celebrou com dez trabalhadores. “Querem dar tratamento privilegiado a quem na sombra travou esta luta”, afirmou o sindicalista, sublinhando que o Sindicato dos Estivadores e Atividades Logística não aceita que esses dez já sejam incluídos no total de 56 que aceitaram contratar.

Operestiva considera proposta do governo "razoável" 

Entretanto, num comunicado emitido esta terça-feira, a Operestiva, empresa para quem trabalham os estivadores do Porto de Setúbal parados desde o início do mês, considera que a proposta do Governo para reduzir os eventuais naquele porto resolve todas as questões levantadas pelo sindicato.
A empresa diz que a proposta apresentada na segunda-feira pelo Ministério do Mar para diminuir o número de trabalhadores eventuais no porto de Setúbal era "razoável" e que, se fosse aceite pelo Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística, "solucionaria todas as questões suscitadas pelos trabalhadores eventuais".
A Operestiva afirma que a proposta do Governo foi aceite tanto por si como pelos operadores portuários de Setúbal e pelas associações que os representam e lamenta que o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística a tenha recusado.

Agência de Notícias com Lusa

Comentários