Produtores de uva de Setúbal vão pedir ajuda ao governo

Tutela diz que há mecanismos de resposta a queda na produção de uva devido ao clima

O Ministério da Agricultura esclareceu esta segunda-feira que já existem mecanismos para responder às quebras de produção de uva como as que ocorreram na região de Setúbal devido ao calor intenso no passado mês de Agosto. "O país dispõe já de mecanismos de apoio para responder a estas aleatoriedades climatéricas", refere um comunicado divulgado pelo Ministério da Agricultura na sequência do anúncio dos produtores de uva da região de Setúbal de que iriam pedir ajuda ao Governo para fazer face aos prejuízos, após uma reunião efetuada na sexta-feira à noite no Poceirão, concelho de Palmela.
Calor em excesso prejudicou vindima 

"Os contribuintes, através do Ministério da Agricultura, já financiam um sistema de seguros de colheitas agrícolas, no qual se incluem os seguros vitícolas de colheitas (subsidiados a 80 por cento a fundo perdido no caso de seguros a título coletivo e a 75 por cento de seguros a título individual), com um montante anual de 3,5 milhões de euros por ano", refere a nota enviada pelo Ministério da Agricultura à agência Lusa.
"Dos 17.469 viticultores nacionais que contrataram seguro vitícola de colheitas, 12.685 contrataram a cobertura do risco do escaldão, o que corresponde a uma taxa de adesão à cobertura do escaldão de 73 por cento", acrescenta o ministério, adiantando que os "seguros de colheitas estão disponíveis para todos os agricultores que a eles pretendam recorrer e são cofinanciados pelo Estado num montante anual global de 11,5 milhões de euros".
O Ministério da Agricultura sublinha ainda que a "contratualização de seguros constitui uma opção de gestão individual de cada produtor".

Agricultores vão pedir ajuda ao governo devido a quebra de produção
A Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal tinha anunciado na sexta-feira a intenção de pedir ajuda ao Governo para fazer face à alegada quebra de produção de cerca de 50 por cento da produção de uva, provocada por um ‘escaldão’ no passado mês de Agosto.
O representante dos agricultores do distrito falava no final de uma reunião com cerca de três dezenas de produtores de uva da região de Setúbal, que decorreu sexta-feira à noite na União de Freguesia Poceirão/Marateca, no concelho de Palmela.
"Um dos produtores que participou na reunião teve uma quebra de produção de 80 por cento na uva branca", frisou o dirigente, convicto de que se não houver apoio por parte do governo alguns produtores poderão ver-se forçados a abandonar a atividade.
"Alguns destes agricultores sofreram prejuízos significativos pelo segundo ano consecutivo, dado que o ano passado, já tinham tido prejuízos avultados devido ao calor intenso que também se fez sentir na região de Setúbal na mesma altura em que ocorreu a tragédia na zona de Pedrógão", acrescentou.
Joaquim Caçoete adiantou ainda que além das três dezenas de produtores que estiveram na reunião de sexta-feira, "há muitos outros que não puderam comparecer mas prometeram deslocar-se na próxima semana à Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal para preencherem os formulários a dar conta dos prejuízos que sofreram devido ao 'escaldão' do passado mês de Agosto".
De acordo com o presidente da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal, a maior parte dos seguros disponíveis para os produtores de uva "são caros" e só cobrem parte dos prejuízos sofridos neste tipo de situações, pelo que o apoio do governo é fundamental para os agricultores que sofreram prejuízos significativos.

Agência de Notícias com Lusa

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