Empresa de estacionamento de Almada em greve

Trabalhadores garantem que vão continuar a reivindicar progressão de carreira

Os trabalhadores da Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada, terminam esta quarta-feira, a greve de uma hora, realizada durante cinco dias, mas vão continuar a reivindicar melhores condições, informou fonte sindical. “Para já a ideia é a continuação do processo reivindicativo”, disse à Lusa um dos membros do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, Pedro Rebelo, que esteve presente num plenário com os trabalhadores participantes no protesto, com o objetivo de se efetuar um balanço. Segundo o responsável, os trabalhadores estão descontentes porque “na prática, nada foi respondido”.  Nesta reunião estiveram presentes “à volta de 40 trabalhadores”, indicou Pedro Rebelo, garantindo que “todos os que fizeram greve estiveram lá”.
Funcionários querem mais condições 

O dirigente do STAL [Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local] referiu ainda que “em termos de adesão, a greve é inequívoca, sempre acima dos 80 por cento”.
Em oposição, o presidente do conselho de administração da Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada, Gabriel Oliveira, disse à Lusa que “a greve não teve qualquer impacto na empresa” e que “houve pouca adesão dos trabalhadores”. De acordo com Gabriel Oliveira, a empresa  tem “91 trabalhadores e cerca de 30 fizeram greve”, apontou.
Para o sindicalista, este indicador é “uma falácia”, porque “o ponto de situação não é feito pelo global de trabalhadores, mas pelo número de trabalhadores que estão a laborar naquele dia e naquele horário”.
O protesto iniciou-se na quinta-feira, dia 26 de Julho, e prolongou-se até 1 de Agosto, pelo período de uma hora diária entre as 11 e as 12 horas.
De acordo com um comunicado da União dos Sindicatos de Setúbal, os trabalhadores protestam pela revisão e cumprimento do Acordo de Empresa, contra a transferência abusiva de local de trabalho, a tentativa de imposição de horários laborais, por melhores condições salariais e progressão de carreira.
Os trabalhadores solicitaram uma “reunião urgente” tanto com a empresa, como com a Câmara de Almada, indicou Pedro Rebelo.
Como não obtiveram nenhuma resposta em 48 horas, “estiveram ontem concentrados à porta dos Paços do Concelho”, disse.
Nesta sequência realizou-se uma reunião com o presidente do conselho de administração da Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada e a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, onde “houve um acordo que diz respeito a um processo negocial”, referiu.
“Em relação aos salários, há um redondo não sobre o aumento”, informou Pedro Rebelo.

Trabalhadores reclamam melhores condições e progressão de carreira
Além disso, o STAL também não concorda com o uso do sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública.
Este sistema "prevê que a progressão ou a atribuição de pontos está limitada a 25 por cento dos trabalhadores, o que significa que a maior parte demorará, em média, dez anos para poder ter um salto na sua carreira. Para nós isso é inadmissível", justificou.
Em declarações à Lusa, o presidente da Empresa Municipal de Estacionamento e Circulação de Almada, Gabriel Oliveira, garantiu que estão a tratar da avaliação dos trabalhadores.
“Devemos promover melhores condições e haver progressão de carreira, como em qualquer empresa e criar uma expectativa de vida”, afirmou.
Quanto a negociações com os trabalhadores, o presidente referiu que “não foi preciso chegar a um acordo”.
“Nós temos feito o nosso caminho e o sindicato até concorda que as condições de trabalho têm melhorado substancialmente”, apontou.
Para Gabriel Oliveira, “esta é uma greve perfeitamente política, porque as condições que se encontram na Ecalma desde o início do ano são reconhecidas pelos trabalhadores”.
Neste sentido, apontou algumas das melhorias efetuadas nos últimos seis meses, como a remodelação de balneários e a possibilidade de se trabalhar no Centro de Turismo na Costa de Caparica, ao invés de contentores metálicos, onde “o calor era insuportável”.
As novas instalações têm ar condicionado e um espaço para refeições, que antes “eram feitas na rua, no meio dos carros”.

Agência de Notícias com Lusa 

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