"Temos um país riquíssimo não só em sol, mas em vento e em ondas"
Naquele que prometia ser um dos dias mais quentes do ano, cerca de “800 participantes, com tendência a subir”, reuniram-se para formar uma imagem contra a prospeção de petróleo no nosso país, disse à agência Lusa um dos membros da Tamera – Centro de Educação e Pesquisa para a Paz, Isabel Rosa.
Segundo a responsável, o protesto é “um acordar” para a população, para que “as pessoas saibam o que pode acontecer e muito provavelmente vai acontecer no dia 15 de setembro: a primeira prospeção de petróleo na nossa costa”.
Além de sensibilizar e protestar contra as explorações de petróleo no nosso país, a iniciativa da Tamera pretende também mostrar que o caminho a seguir são as energias alternativas.
“Temos um país riquíssimo não só em sol, mas em vento e em ondas. Se nós conseguirmos cooperar e sermos inteligentes em relação à natureza que temos à nossa volta, temos tudo o que precisamos”, indicou.
Para tornar esta ideia mais evidente, outra das iniciativas foi trazer para a praia fornos solares onde cozinharam alguns alimentos durante toda a tarde, como pão e batatas.
Isabel Rosa aproveitou o momento para deixar uma mensagem ao Governo, que em 2017 tinha cancelado 10 dos 15 contratos para a prospeção de petróleo e gás, mas em janeiro deste ano deu permissão para a exploração de combustíveis fósseis na costa do Algarve e Alentejo.
“Gostaria que os nossos governantes percebessem que é uma oportunidade histórica de reverter uma decisão que perpetua um sistema que, neste momento requer uma decisão, e não o perpetuar de energia fóssil. Requer que haja uma transição para as novas tecnologias que já existem e precisam que sejam integradas na nossa vida”, referiu.
A deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, esteve presente para apoiar este movimento e apontou que a aposta na exploração de petróleo pode ser um erro para as gerações futuras.
“É uma decisão que o país tem que tomar se quer ou não fazer uma aposta que pode significar um erro, um crime ambiental, que pode significar um erro de gerações. Não é muito justo para as gerações futuras sabendo nós aquilo que sabemos do potencial de desastres ambientais, sabendo aquilo que sabemos sobre o futuro de exploração de petróleo e a necessidade de alterar os nossos padrões de produção energética, que se faça essa aposta agora”, avançou a deputada.
Joana Mortágua referiu ainda que “o que interessa é que o Governo perceba que há muita gente a juntar-se contra o furo”.
Para a responsável, o calor que se tem feito sentir “é um sinal de que se nós não apostarmos em energias limpas e começarmos a refletir mais sobre estas questões, os problemas só vão agravar-se nas gerações que vêm a seguir”.
Banhistas contra exploração
Já a fundadora da associação internacional Standing Rock, La Donna, apontou os riscos deste tipo de atividade.
“O risco é que se poluímos a água, poluímos as praias, matamos os animais, matamos o ambiente e o futuro das nossas crianças”, frisou.
“Ouvi rumores de que Portugal está pronto para ser totalmente verde, que Portugal pode ser o primeiro em todo o mundo com energia verde em todo o país e isso seria maravilhoso”, indicou a responsável.
Ao som de tambores, uma banhista, Regina Pacheco, com 53 anos, mostrou-se interessada e sabia que o movimento estava a acontecer “por causa do furo em Aljezur”.
Quando questionada se iria participar na criação da imagem aérea, garantiu: “vou sim senhora”.
Já outro banhista, Pedro, também com 53 anos, veio hoje à praia porque já tinha conhecimento da iniciativa.
“Sim sabia, porque tenho amigos ligados a estas áreas da conservação da natureza”, afirmou.
O participante referiu ainda que este protesto “é uma organização que traduz uma expressão natural do ser humano, que é conviver e proteger o meio ambiente. Entre tantos animais que existem no planeta, o ser humano parecer ser o único que destrói o seu habitat, a sua própria casa”.
Quando concluída, a arte aérea transmitiu a mensagem “Parar o furo, a água é vida”, juntamente com um sol, que representava as energias alternativas e dois golfinhos, que mostram a necessidade de proteção da água.
Em 2017, a Tamera realizou uma ação semelhante na praia de Odeceixe, em Aljezur, no distrito de Faro, mas este ano, segundo Isabel Rosa, a escolha recaiu sobre a praia da Cova do Vapor pela proximidade com Lisboa e tendo em vista a participação de um maior número de pessoas.
Pelas 19 horas continuavam a juntar-se pessoas a este movimento, o que não admira tendo em conta que o termómetro marcava 40 graus e o trânsito, em vez de ser para sair, era para chegar.
Agência de Notícias com Lusa
Leia outras notícias do dia em
A manifestação contra a prospeção de petróleo em Portugal aconteceu na praia da Cova do Vapor, em Almada. Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, esteve presente e falou em "crime ambiental". Com o lema “não ao furo por um futuro”, reuniram-se este sábado cerca de 800 pessoas, na praia da Cova do Vapor, num protesto pacífico contra a exploração de petróleo e gás em Portugal. Com vista à criação de uma arte aérea, o protesto iniciou-se com o termómetro a marcar 42 graus, ao som de tambores que chamavam a atenção dos banhistas, seguido da canção “não ao furo por um futuro”.
Banhistas não querem furos de petróleo em Almada |
Segundo a responsável, o protesto é “um acordar” para a população, para que “as pessoas saibam o que pode acontecer e muito provavelmente vai acontecer no dia 15 de setembro: a primeira prospeção de petróleo na nossa costa”.
Além de sensibilizar e protestar contra as explorações de petróleo no nosso país, a iniciativa da Tamera pretende também mostrar que o caminho a seguir são as energias alternativas.
“Temos um país riquíssimo não só em sol, mas em vento e em ondas. Se nós conseguirmos cooperar e sermos inteligentes em relação à natureza que temos à nossa volta, temos tudo o que precisamos”, indicou.
Para tornar esta ideia mais evidente, outra das iniciativas foi trazer para a praia fornos solares onde cozinharam alguns alimentos durante toda a tarde, como pão e batatas.
Isabel Rosa aproveitou o momento para deixar uma mensagem ao Governo, que em 2017 tinha cancelado 10 dos 15 contratos para a prospeção de petróleo e gás, mas em janeiro deste ano deu permissão para a exploração de combustíveis fósseis na costa do Algarve e Alentejo.
“Gostaria que os nossos governantes percebessem que é uma oportunidade histórica de reverter uma decisão que perpetua um sistema que, neste momento requer uma decisão, e não o perpetuar de energia fóssil. Requer que haja uma transição para as novas tecnologias que já existem e precisam que sejam integradas na nossa vida”, referiu.
A deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, esteve presente para apoiar este movimento e apontou que a aposta na exploração de petróleo pode ser um erro para as gerações futuras.
“É uma decisão que o país tem que tomar se quer ou não fazer uma aposta que pode significar um erro, um crime ambiental, que pode significar um erro de gerações. Não é muito justo para as gerações futuras sabendo nós aquilo que sabemos do potencial de desastres ambientais, sabendo aquilo que sabemos sobre o futuro de exploração de petróleo e a necessidade de alterar os nossos padrões de produção energética, que se faça essa aposta agora”, avançou a deputada.
Joana Mortágua referiu ainda que “o que interessa é que o Governo perceba que há muita gente a juntar-se contra o furo”.
Para a responsável, o calor que se tem feito sentir “é um sinal de que se nós não apostarmos em energias limpas e começarmos a refletir mais sobre estas questões, os problemas só vão agravar-se nas gerações que vêm a seguir”.
Banhistas contra exploração
Já a fundadora da associação internacional Standing Rock, La Donna, apontou os riscos deste tipo de atividade.
“O risco é que se poluímos a água, poluímos as praias, matamos os animais, matamos o ambiente e o futuro das nossas crianças”, frisou.
“Ouvi rumores de que Portugal está pronto para ser totalmente verde, que Portugal pode ser o primeiro em todo o mundo com energia verde em todo o país e isso seria maravilhoso”, indicou a responsável.
Ao som de tambores, uma banhista, Regina Pacheco, com 53 anos, mostrou-se interessada e sabia que o movimento estava a acontecer “por causa do furo em Aljezur”.
Quando questionada se iria participar na criação da imagem aérea, garantiu: “vou sim senhora”.
Já outro banhista, Pedro, também com 53 anos, veio hoje à praia porque já tinha conhecimento da iniciativa.
“Sim sabia, porque tenho amigos ligados a estas áreas da conservação da natureza”, afirmou.
O participante referiu ainda que este protesto “é uma organização que traduz uma expressão natural do ser humano, que é conviver e proteger o meio ambiente. Entre tantos animais que existem no planeta, o ser humano parecer ser o único que destrói o seu habitat, a sua própria casa”.
Quando concluída, a arte aérea transmitiu a mensagem “Parar o furo, a água é vida”, juntamente com um sol, que representava as energias alternativas e dois golfinhos, que mostram a necessidade de proteção da água.
Em 2017, a Tamera realizou uma ação semelhante na praia de Odeceixe, em Aljezur, no distrito de Faro, mas este ano, segundo Isabel Rosa, a escolha recaiu sobre a praia da Cova do Vapor pela proximidade com Lisboa e tendo em vista a participação de um maior número de pessoas.
Pelas 19 horas continuavam a juntar-se pessoas a este movimento, o que não admira tendo em conta que o termómetro marcava 40 graus e o trânsito, em vez de ser para sair, era para chegar.
Agência de Notícias com Lusa
Leia outras notícias do dia em
Comentários
Enviar um comentário