Voluntários limpam Praia de Albarquel em Setúbal

Beatas de cigarros, plásticos e cotonetes fora da praia

Beatas de cigarros, plásticos e cotonetes foram os resíduos apanhados em maior número, no areal da Praia de Albarquel, por perto de duas dezenas de voluntários que participaram numa ação de sensibilização ambiental. “Os suspeitos do costume”, iniciativa organizada pela Câmara de Setúbal em parceria com a Associação Portuguesa para o Lixo Marinho, no âmbito do programa Bandeira Azul 2018, contou com o envolvimento de voluntários do Centro Jovem Tabor, e da Associação Bandeira Azul da Europa. Para o coordenador do Programa Nacional de Vigilância da Bandeira Azul, Paulo Gouveia, a escolha da Albarquel para receber a iniciativa “faz todo o sentido, pois o objetivo é sensibilizar para a importância da qualidade ambiental em todas as praias”. O programa da Bandeira Azul em Setúbal prossegue a 18 de Julho, com a ação de limpeza “Caça às Beatas”, na Praia da Figueirinha.
Voluntários ajudam a preservar bom ambiente em Albarquel 

Às 10 horas em ponto Flávia Silva, da Associação Portuguesa para o Lixo Marinho, reúne “as tropas” e explica a metodologia do trabalho a executar ao longo da manhã.
“O objetivo é fazer uma monitorização dos resíduos depositados numa extensão de 100 metros ao longo do areal. A recolha é feita a partir do mar para cima”.
A área é dividida em cinco zonas de recolha onde grupos constituídos por três a quatro voluntários, munidos de sacos e luvas, recolhem “todo o tipo de resíduos do areal”.
No final, os lixos são depositados nos pontos de contagem onde é feita a separação, identificação e registo do tipo de lixo encontrado, para concluir qual o número de itens por cada tipologia encontrado no areal da Albarquel.
“É um trabalho moroso que pode tornar-se chato. Mas vamos arranjar uma maneira rápida de o fazer, está bem?”
O briefing termina e cada grupo dirige-se ao local definido para dar início à recolha.
Do Centro Jovem Tabor vieram 12 rapazes, com idades entre os 12 e os 17 anos, que já participaram noutras ações de sensibilização ambiental e sabem como tudo se processa.
Um dos jovens assume a liderança e divide os grupos. A motivação é muita e iniciam de imediato a recolha, pois percebem a importância de preservar o ambiente.
“Quando vou à praia deito sempre o lixo no caixote. Nunca deixo no chão”, diz para os colegas.
Em poucos minutos os sacos enchem-se de beatas, cotonetes e plásticos, como embalagens de alimentos e paus de chupas.
“Madeiras e penas não apanhem. Isso é lixo natural. Só recolhem resíduos que são produzidos pelo homem”, alerta Cláudio Duarte, estudante universitário que se encontra num dos postos onde é feita a contagem do lixo recolhido por tipologia.
Cláudio ajuda os voluntários a separar o lixo e anota o número de artigos recolhidos por cada tipologia, com os plásticos e as beatas a ganharem, para já, a contagem.
“O objetivo é recolher informação para integrar uma base de dados nacional de forma a analisar quais os tipos de resíduos existentes em maior número nas praias, de forma a encontrar as melhores soluções para o problema”, explica o voluntário, que já participou em várias ações de sensibilização ambiental.

O top 5 dos lixos de Albarquel 
A técnica municipal Filipa Fernandes explica que “Os suspeitos do costume” é uma “ação a nível nacional no âmbito do programa Bandeira Azul 2018, a decorrer até ao final da época balnear”.
A designação da iniciativa está relacionada com o tipo de lixo que se espera à partida encontrar nos areais, pois “os suspeitos do costume são as beatas e os plásticos”.
Feitas as contas, no final da recolha, que durou cerca de hora e meia, confirmaram-se as expetativas.
As beatas foram os resíduos recolhidos em maior número, a que se seguiram os fragmentos de plástico com menos de 2,5 centímetros e, em terceiro lugar, os cotonetes.
O top 5 dos lixos que ocorrem em maior número na Albarquel fica completo com os fragmentos de plástico acima de 2,5 centímetros, como tampas de garrafas, e os sacos e películas de plásticos, sobretudo embalagens de alimentos.
Este ano o programa Bandeira Azul é dedicado ao tema “O Mar que Respiramos”, tendo em conta os dados científicos que revelam que 50 por cento do dióxido de carbono lançado na atmosfera é absorvido pelos oceanos e que 70 por cento do oxigénio do planeta é produzido pelo plâncton marinho.
Para o coordenador do Programa Nacional de Vigilância da Bandeira Azul, Paulo Gouveia, que decidiu “dar uma ajuda na recolha em Setúbal”, a escolha da Albarquel para receber a iniciativa “faz todo o sentido, pois o objetivo é sensibilizar para a importância da qualidade ambiental em todas as praias”.
O programa da Bandeira Azul em Setúbal prossegue a 18 de Julho, com a ação de limpeza “Caça às Beatas”, na Praia da Figueirinha.
As exposições “Arrábida Lugar Sagrado” e “O Mar que Respiramos”, ambas patentes na Praia da Figueirinha, e o concurso de fotografia “Fotografias que partilhamos”, são outras ações contempladas no programa de sensibilização ambiental Bandeira Azul 2018, em Setúbal.

Agência de Notícias com Câmara de Setúbal 

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