Ação 'caça' beatas na Figueirinha em Setúbal

Voluntários tiraram nove litros de beatas da praia 

Perto de nove litros de beatas de cigarros foram recolhidas na manhã de dia 18 de Julho do areal da Praia da Figueirinha, em Setúbal, numa iniciativa de sensibilização ambiental dirigida aos veraneantes, no âmbito do Programa Bandeira Azul 2018. Um grupo de oito voluntários do Centro Jovem Tabor já percorre o areal à procura de beatas que, depois de recolhidas, colocam dentro de uma garrafa de plástico. Habituados a participar em programas de sensibilização ambiental, não precisam de ouvir muitas explicações por parte da coordenadora de atividades de educação ambiental da Associação Portuguesa de Lixo Marinho que dinamiza a 3.ª edição da “Caça às Beatas” em parceria com a Câmara de Setúbal.
Milhares de beatas foram tiradas do areal 

Flávia Silva recorda o objetivo e a importância da ação. “Vamos tentar tirar o máximo de beatas possível da Praia da Figueirinha. As beatas têm vários perigos associados, nomeadamente para as crianças que brincam na areia e para os animais, além de possuírem contaminantes que poluem a água”.
Devido às pequenas dimensões deste tipo de lixo, os equipamentos mecânicos que limpam as praias não conseguem apanhá-lo, pelo que “este tipo de ação é muito importante para sensibilizar os fumadores para não deixarem as beatas na areia”, diz a coordenadora de atividades de educação ambiental da Associação Portuguesa de Lixo Marinho.
Além dos rapazes do Centro Jovem Tabor, a responsável da coordenadora de atividades de educação ambiental da Associação Portuguesa de Lixo Marinho tenta captar voluntários entre os utentes que usufruem da Praia da Figueirinha, sobretudo crianças e jovens provenientes de diversas instituições de ensino.
“Bom dia! Querem participar numa campanha de recolha de beatas na praia?”, pergunta à monitora de um grupo que acaba de chegar.
Após explicar em que consiste a iniciativa, a monitora anui e os pequenos voluntários dividem-se em grupos e pegam numa garrafa e em sacos de plástico.
“Bia, encontrei mais duas!”, grita uma menina em direção à colega que segura a garrafa de plástico onde já se encontra uma boa quantidade de beatas.
O grupo está entusiasmado e compenetrado na tarefa que a pequena Bia lidera atentamente.
Por toda a praia há vários grupos a caçar beatas e um deles está muito adiantado em relação aos restantes. São jovens do Clube de Ténis de Setúbal que chegam com uma garrafa de plástico de 1,5 litros cheia de beatas que colocam no recipiente instalado para o efeito pela coordenadora de atividades de educação ambiental da Associação Portuguesa de Lixo Marinho.
O monitor, Rodrigo, esvazia a garrafa e grita triunfante: “terminámos!”
As crianças, entusiasmas, batem palmas e recebem um jogo didático por terem sido os primeiros a chegar.
“Parabéns! Agora vão todos à água lavar as mãos, está bem?”, indica Flávia.
Outros grupos vão chegando com as garrafas cheias e o recipiente da coordenadora de atividades de educação ambiental da Associação Portuguesa de Lixo Marinho já marca quase quatro litros de beatas recolhidas.

Uma “luta continuada”
No final da ação, a contagem aponta para perto de nove litros de beatas recolhidas, o equivalente a seis garrafas de água de 1,5 litros, enquanto no ano passado os voluntários recolheram um total de 14 litros.
Apesar da redução de beatas recolhidas na Praia da Figueirinha, face à campanha realizada em 2017, o coordenador do Programa Nacional de Vigilância da Bandeira Azul, Paulo Gouveia, sublinha a importância de “insistir neste tipo de ações para passar a mensagem e tentar captar, sobretudo, os jovens, porque eles são o futuro”.
Trata-se de uma “luta continuada”, pois “apesar de as pessoas estarem cada vez mais conscientes, o lixo mantém-se e pode entrar na cadeia alimentar dos homens através do peixe”.
A “Caça às Beatas” integra as iniciativas de educação ambiental do programa da Bandeira Azul, este ano dedicado ao tema “O Mar que Respiramos”, tendo em conta os dados científicos que revelam que 50 por cento do dióxido de carbono lançado na atmosfera é absorvido pelos oceanos e que 70 por cento do oxigénio do planeta é produzido pelo plâncton marinho.
As exposições “Arrábida Lugar Sagrado” e “O Mar que Respiramos”, ambas patentes na Praia da Figueirinha, e o concurso de fotografia “Fotografias que partilhamos”, são outras ações contempladas no programa de sensibilização ambiental Bandeira Azul 2018, em Setúbal.

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