Estudo ambiental viabiliza novo aeroporto do Montijo

Estudo viabiliza o projeto, mas aponta alguns impactes na fauna e flora locais

O Estudo de Impacte Ambiental para o futuro aeroporto do Montijo viabiliza o projeto, mas aponta alguns impactes na fauna e flora locais que a ANA - Aeroportos e Navegação Aérea considera pouco significativos. Segundo o "Jornal de Negócios", o relatório de avaliação ambiental aponta já os elementos mais significativos do projeto, que, segundo o administrador da ANA Thierry Ligonnière, "são a fauna (como as aves) e, em muito menor importância, a flora, que têm de ser olhados com mais pormenor do que as outras vertentes". Em termos de acessibilidades, prevê ainda a melhoria da estrada de acesso ao Cais do Seixalinho para o serviço fluvial de ligação a Lisboa e, a este nível, "não foram detetadas situações que produzam impactos negativos que não possam ser minimizados". Os ambientalistas da Zero defendem que a escolha da localização do novo aeroporto deve ser sujeita a uma Avaliação Ambiental Estratégica, mais abrangente do que o Estudo de Impacte Ambiental, e admitem pedir a intervenção da Comissão Europeia.
Estudo dá luz verde ao novo aeroporto na Base Área 6  

"Sem surpresas no caso do Montijo", afirma o responsável citado pelo "Jornal de Negócios", que acrescenta que o Estudo de Impacte Ambiental conclui ainda por um "impacto pouco significativo na questão do ambiente sonoro" e não aponta situações onde os níveis ultrapassem os limites legais.
O Estudo de Impacte Ambiental, que deverá ser entregue pela ANA ao Governo esta semana, recomenda a tomada de um conjunto de medidas que minimizem os impactes ambientais do futuro aeroporto em diversas áreas, entre as quais a fauna, a flora e o ambiente sonoro.
Sobre a fauna (répteis, mamíferos, como os morcegos, e aves), os impactes que decorrem da atividade aeroportuária "estão identificados e são passíveis de serem reduzidos ou compensados", escreve o jornal.
Para tal, o estudo propõe medidas como a implementação de um programa de gestão de habitats que assegure que não há fontes de alimento para a avifauna, "em particular as espécies que comportam riscos mais elevados para a segurança aeroportuária".
A este nível, terão de ser feitos contactos com agricultores ou associações agrícolas para aplicar medidas que minimizem a atratividade da avifauna, sobretudo evitando o abandono de resíduos resultantes da atividade de pesca e apanha de marisco, ou campanhas de sensibilização das populações "para manter em bom estado de conservação os meios de deposição de resíduos".
"A minimização da presença de pontos de água que funcionem como zona de atração de aves e um plano de gestão do controlo de risco com avifauna que passa pela Falcoaria, métodos sonoros e métodos visuais são também apontados como possíveis medidas de gestão do impacte", acrescenta o "Jornal de Negócios".
Relativamente aos acessos rodoviários, a empresa que elaborou o Estudo de Impacte Ambiental propõe a adoção de pavimento menos ruidoso no novo acesso à A12, assim como a construção de barreiras acústicas. É ainda recomendado um plano específico de isolamentos sonoros para recetores especialmente sensíveis, como é o caso das escolas.
"O projeto enumera as acessibilidades rodoviárias para captação e distribuição de tráfego com ligação à A12 (um conjunto de intervenções que preveem nós, restabelecimento da via, passagens inferiores e viadutos), sem ignorar o acesso sul/norte do tráfego proveniente da A13 e A33", acrescenta.
Em termos de acessibilidades, prevê ainda a melhoria da estrada de acesso ao Cais do Seixalinho para o serviço fluvial de ligação a Lisboa e, a este nível, "não foram detetadas situações que produzam impactos negativos que não possam ser minimizados".
O Estudo de Impacte Ambiental ainda terá de ser avaliado pela Agência Portuguesa do Ambiente e o relatório elaborado pela empresa que fez o estudo de impacte ambiental vai estar também em consulta pública durante 40 dias.
A entrega do EIA será o terceiro passo na direção do novo aeroporto, depois de em fevereiro de 2017 a ANA e o Governo terem assinado o memorando de entendimento e de, em outubro do mesmo ano, a concessionária ter entregado a proposta de construção da infraestrutura aeroportuária.

Zero diz que novo aeroporto deve ter Avaliação Ambiental Estratégica
Os ambientalistas da Zero defendem que a escolha da localização do novo aeroporto deve ser sujeita a uma Avaliação Ambiental Estratégica, mais abrangente do que o Estudo de Impacte Ambiental, e admitem pedir a intervenção da Comissão Europeia.
Numa reação à notícia divulgada esta quarta-feira que indica que a ANA -Aeroportos e Navegação Aérea vai entregar esta semana ao Governo o Estudo de Impacte Ambiental relativo ao futuro aeroporto do Montijo, a Zero considera que este é "um procedimento errado".
"Este é um processo errado que, face aos impactes no ordenamento do território e à necessidade de esclarecer e avaliar as consequências das necessidades futuras das infraestruturas aeroportuárias na região de Lisboa, deve ser obrigatoriamente sujeita a uma Avaliação Ambiental Estratégica", defende a associação ambientalista.

Agência de Notícias

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