Câmara estranha greve coincidente com um período eleitoral
Os motoristas doa Transportes Coletivos do Barreiro estiveram em greve no último dia de Setembro e no primeiro dia de Outubro, anunciou o Sindicato Nacional dos Motoristas. De acordo com o sindicato a greve aconteceu porque os motoristas consideraram "inadmissível" que os motoristas dos TCB "ganhem o ordenado mínimo nacional" e por defender que os tempos de deslocação durante o serviço devem estar incluídos no horário. A autarquia do Barreiro disse que os impactos foram "reduzidos" e criticou a marcação da greve em tempo de eleições autárquicas.
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Motoristas dos TCB querem receber mais |
"O Sindicato Nacional dos Motoristas tem vindo a tentar defender os motoristas dos TCB através do diálogo e através dos tribunais, mas infelizmente só o diálogo e os tribunais por vezes não chegam", refere o sindicato em comunicado.
Os TCB são um serviço municipalizado da Câmara do Barreiro, que efetua carreiras em todo o concelho, além de também fazer ligações em algumas freguesias do concelho vizinho da Moita.
O Sindicato Nacional dos Motoristas salienta que no setor privado do transporte coletivo de passageiros foi acordado, com a ANTROP, um vencimento mínimo a nível nacional para todos os motoristas, que se cifra em 630 euros.
"É inadmissível existirem motoristas nos TCB a desempenharem exatamente as mesmas funções e receberem cerca 230 euros mensais a menos que os motoristas do setor privado", salienta.
Rui Lopo, vereador da Câmara do Barreiro, liderada pelo presidente Carlos Humberto (CDU), afirmou à agência Lusa que a greve foi marcada por apenas um dos três sindicatos representados nos TCB.
"Espero que os impactos sejam reduzidos. A greve é um direito dos trabalhadores, mas este sindicato, à semelhança de outros momentos, volta a marcar uma greve coincidente com um período eleitoral e esse é um cariz político que importa sublinhar", disse.
O autarca, com responsabilidades nos TCB, salienta que foi assinado em Agosto um acordo que repõe direitos aos trabalhadores e lamenta que o Sindicato Nacional dos Motoristas tenha efetuado a última reunião com a autarquia em Março.
"A nível da remuneração é o que está definido na administração pública. Nós gostaríamos e defendemos um aumento do salário mínimo, mas temos que cumprir a lei", referiu.
Em relação aos tempos de deslocação serem incluídos nos horários, Rui Lopo afirma que o sindicato já colocou uma ação em tribunal e que não lhe foi dada razão.
"Será que ignoram que estamos a fazer o maior investimento nos TCB, de 18 milhões de euros para renovação total da frota?", questiona.
Agência de Notícias com Lusa
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