Setúbal recolhe testemunhos sobre a Festas de Tróia

Autarquia quer aumentar o reconhecimento da manifestação religiosa

A Câmara de Setúbal, através do Museu do Trabalho Michel Giacometti, está a promover uma recolha de materiais e informações para inscrever as Festas de Nossa Senhora do Rosário de Tróia no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. "O objetivo é obter fotografias, documentos, cartazes, artigos de jornais e testemunhos de pessoas sobre os festejos tradicionais em honra dos marítimos de forma a constarem do processo de solicitação de inclusão do evento na lista patrimonial portuguesa", dia a Câmara de Setúbal.
Festa de Tróia é uma das mais antigas da cidade de Setúbal 

A iniciativa promovida pela autarquia, que conta com o apoio da Comissão de Festas de Nossa Senhora do Rosário de Tróia e do Instituto Politécnico de Setúbal, pretende aumentar o reconhecimento de uma manifestação religiosa cujos primeiros registos de sacralidade do local, a Caldeira de Tróia, datam de há cerca de quinhentos anos e que assume cariz sistemático centenário.
A adoração a Nossa Senhora do Rosário de Tróia resultará de um incidente com pescadores em aflição que conseguiram abrigo na Caldeira. Descobriram uma imagem de madeira de Nossa Senhora nas margens, alegadamente proveniente de uma embarcação estrangeira, o que os fez acreditar que foram salvos por ela. O episódio reforçou a componente sagrada do sítio e relançou o culto pela população.
Hoje, milhares de pessoas participam nas festividades em honra da padroeira dos pescadores setubalenses, que se realizam em agosto. Entre outras atividades, incluem três dias de acampamento na Caldeira de Tróia, em que as famílias dos marítimos convivem num programa com celebrações religiosas e animações.
No final, o regresso a Setúbal da imagem em círio fluvial, com embarcações engalanadas de pesca e de recreio a colorirem o rio Sado, junta largas centenas de devotos ao longo da zona ribeirinha da cidade.
A Câmara  de Setúbal pretende agora que quem possuir materiais ou quiser contar o seu testemunho sobre memórias e vivências nesta festividade ao longo dos anos se dirija ao Museu do Trabalho Michel Giacometti, localizado no Largo Defensores da República. As fotografias e os documentos serão fotocopiados e os originais devolvidos de imediato aos proprietários.
"Todo o material reunido será tratado e arquivado por técnicos daquele museu municipal com o objetivo de integrar um dossier a submeter ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial", diz a autarquia.
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas através do contacto telefónico 265 537 880 ou do endereço museu.trabalho@mun-setubal.pt.

Agência de Notícias com Câmara de Setúbal 




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