Oito candidatos lutam pela Câmara do Barreiro

Desenvolvimento económico e a criação de emprego no centro da discussão

Com o atual presidente "fora de jogo", a expetativa é grande no Barreiro. Há quatro anos, 14380 pessoas deram a maioria à equipa de Carlos Humberto, líder da CDU local, que, por limite de mandatos, não pode candidatar-se nestas eleições. Cabe a Sofia Martins, atual vice-presidente da autarquia, lutar pela manutenção da maioria absoluta. E contra si terá sete candidatos "ávidos" pelo lugar. Frederico Rosa, do PS, Bruno Vitorino, do PSD, Jorge Teixeira, do CDS-PP, Mário Durval, do Bloco de Esquerda, Durval Salema, do PAN, e ainda os candidatos do Partido Nacional Renovador e do PCTP-MRPP. O desenvolvimento económico e a criação de emprego estiveram no centro da discussão no debate entre os candidatos à Câmara do Barreiro. 
Criação de emprego e economia  são prioridades no Barreiro 

No debate promovido pelo Diário da Região, PopularFM e ADN-Agência de Notícias, não estiveram Carlos Gomes do PCTP-MRPP [que apresentou a candidatura depois] e José Almeida do PNR [que não compareceu].
O desenvolvimento económico e o emprego estiveram no centro da discussão, com o socialista  Frederico Rosa a defender que é necessário que se seja pró-activo para seduzir investimentos. “Temos que ser uma cidade amiga do investimento”, salientou, defendendo uma maior ligação com o ensino superior, o apoio a pequenas empresas para candidaturas a fundos comunitários, um simplex autárquico e a criação de uma Agência de Desenvolvimento Local.
O social-democrata, Bruno Vitorino, disse que a autarquia “trata mal os que cá estão” e deixou criticas a CDU e PS por terem sido favoráveis ao Forum Barreiro. O candidato defendeu a criação de uma incubadora de empresas, considerando o desenvolvimento económico uma prioridade, e referiu que é preciso acabar “com as barreiras ideológicas”, salientando também "um choque fiscal para as empresas com menos taxas" e "um gabinete do munícipe nos mercados municipais".
Mário Durval, do Bloco de Esquerda, centrou a sua intervenção na importância que o rio e o mar podem ter para a economia no futuro, salientando que tem muitas oportunidades que podem ser utilizadas para atrair empresas e famílias. Lembrou ainda que o Barreiro perdeu 20 mil pessoas com o fim da CUF e que “essa depressão ainda não foi curada”.
Jorge Miguel Teixeira, candidato do CDS-PP, defende que é difícil investir no Barreiro quando o concelho “tem dos IMI mais altos, a derrama no máximo e não se devolve IRS”. O candidato defendeu que o Barreiro não pode ficar preso ao passado e deixou criticas à falta de classificação do património e à demolição do antigo posto médico da CUF.
Pelo PAN, Durval Salema, diz que o corredor de protecção para a terceira Travessia sobre o Tejo tem sido um problema, considerando que é espaço “ocupado por nada”, e afirmou que é preciso ter em atenção as empresas que estão a fechar no concelho. Defendeu a revitalização dos mercados municipais, a preferência a empresas locais na adjudicação de serviços e uma aposta na melhoria das acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida.
Sofia Martins, cabeça de lista pela CDU, salienta que não viu as forças politicas dos candidatos “fazerem oposição ao desmantelamento do tecido industrial” e defendeu a aposta da autarquia em infra-estruturas para acolher investimentos, salientando a importância projectos estruturantes para alavancar o emprego no Barreiro. A candidata defendeu a aposta numa economia mista e lembrou que a região foi a NUT III que mais divergiu da União Europeia, considerando que faltam grandes investimentos para atrair desenvolvimento económico na margem sul.

As ideias chave de cada candidato 
Bruno Vitorino, candidato do PSD, diz quer mudar o Barreiro, lembrando o trabalho que tem desenvolvido na autarquia enquanto vereador com pelouros. O candidato considerou que o modelo da CDU “falhou” e que está preparado para assumir os destinos da autarquia, apresentando algumas propostas.
O candidato do CDS-PP, Jorge Miguel Teixeira, referiu que é preciso reflectir sobre o estado do Barreiro nas ultimas décadas e salientou que é preciso trabalhar para tratar o que existe no concelho e que só depois é que se pode pensar nos grandes projectos “muitos anunciados e poucos concretizados”.
Mário Durval, candidato do BE, defende que o partido pretende centrar a sua actuação nas pessoas, garantindo que vai avançar com o Orçamento Participativo e com referendos para questões centrais, como o terminal de contentores, referindo que as decisões “não podem ficar nos corredores do poder”.
Frederico Rosa, do PS, defendeu que o projeto do partido tem vindo a ser construído nos últimos anos e garantiu que é preciso ter um Barreiro com desenvolvimento económico, “rompendo com a resignação económica e dando um novo impulso”, considerando que o potencial do concelho “não pode ficar por concretizar”.
Durval Salema, candidato do PAN, defendeu que o partido tem a premissa que o homem não está no centro de tudo e salientou a necessidade de haver preocupações com o ambiente ou os animais. Apresentou também um conjunto de 10 eixos que considera fundamentais em diversas áreas. 
Já Sofia Martins, actual vice-presidente e candidata da CDU, considerou que o desenvolvimento económico é um ponto central e que estão a trabalhar em soluções, defendendo o investimento nos serviços públicos, que é elevado mas “essencial para o futuro do Barreiro”, e salientando a aposta na participação.
Os candidatos abordaram ainda a questão de se apostar no turismo e no seu desenvolvimento, em complementaridade com Lisboa e apostando no património existente, sendo unânimes em manifestar-se contra o terminal de contentores em frente à avenida da praia.
Os cabeça de listas demonstraram também algumas preocupações com a possível localização do novo aeroporto complementar na base aérea do Montijo e os seus impactos para o concelho, abordando também a extinção de freguesias no Barreiro ou a implementação de um Orçamento Participativo.

PCTP-MRPP e PNR também vão a votos 
O PCTP-MRPP anunciou que Carlos Gomes vai ser o seu candidato à Câmara do Barreiro, nas eleições autárquicas deste domingo.
Carlos Gomes, de 63 anos, desempregado, é o candidato escolhido à Câmara Municipal, enquanto Jorge Silva, maquinista, de 53 anos, é o cabeça de lista à Assembleia Municipal do Barreiro, órgão no qual o partido elegeu um deputado nas eleições autárquicas de 2013.
"O nosso partido elegeu um deputado à Assembleia Municipal do Barreiro, do qual desgraçadamente não soube tirar o proveito político e organizativo que poderia e deveria ter tirado", acrescenta.
A candidatura do PNR ao Barreiro, "uma cidade onde se sente o ambiente de intimidação e medo semeado pelo Partido Comunista na população, uma cidade ao abandono, parada no tempo e sugada pela gestão comunista", explicou José Almeida, na apresentação da candidatura.
“Passados quarenta e três anos, a liberdade chega ao Barreiro”! A partir de agora, o "Barreiro contará com a presença do PNR que, bem o sabemos, está a causar grande desconforto nos adversários políticos. Este é, pois, o ponto de partida numa cidade que, em termos eleitorais, não será mais a mesma, e cujo ponto de chegada será no dia em que a câmara municipal for PNR", referiu o candidato.
Veja aqui o vídeo da ADN-Agência de Notícias do Debate do Barreiro
















Agência de Notícias

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