Almada aplaude aprovação sobre terrenos da Margueira

Cidade de Água, em Cacilhas, tem luz verde para arrancar

A Câmara de Almada considera que a decisão do Governo em relação aos terrenos da Margueira, aprovada em Conselho de Ministros, é de “grande significado e impacto para o concelho”, já que permitirá criar melhores condições para a captação de investimento. A autarquia diz que decisão abre as portas à execução do projecto de requalificação urbanística consubstanciado no Plano de Urbanização de Almada Nascente-Cidade da Água. Para o presidente da autarquia, "esta reabilitação dos territórios da Margueira, muito contribuindo para o fomento das sinergias necessárias à reabilitação de todo o Arco Ribeirinho Sul”, afirma Joaquim Judas.
Governo coloca terrenos da Margueira no domínio público 


O Conselho de Ministros decidiu, na reunião do passado dia 7 de Setembro, aprovar o Decreto-Lei que desafecta do domínio público hídrico e integra no domínio privado do Estado uma parcela de terreno pertencente aos denominados terrenos da Margueira, e concessiona duas parcelas do domínio público à Baía do Tejo, correspondentes à Doca 13 e à marina de recreio. A autarquia, presidia por Joaquim Judas, já reagiu em comunicado, aplaudindo a decisão do Governo.
Segundo a autarquia, a decisão “cria condições para que possa prosseguir o processo de contactos e negociações com múltiplos interessados, nacionais e internacionais, em investir no desenvolvimento económico e social previsto para os terrenos em causa, no quadro do Plano de Urbanização de Almada Nascente-Cidade da Água, elaborado e aprovado pelo município de Almada, publicado em Diário da República e em vigor desde 2009”.
Em comunicado, a Câmara salienta a decisão de “grande significado e impacto” para o concelho de Almada e para as populações, já que permite “perspectivar o desenvolvimento do processo que conduza à reversão e superação de uma situação de continuada e progressiva degradação do território dos antigos Estaleiros da Lisnave na Margueira”, que, considera a edilidade, são hoje “o resultado mais visível da desactivação e desmantelamento daquela importante unidade industrial de reparação naval que esteve em laboração ao longo de quase metade do século passado”.

Regeneração de todas as antigas áreas industriais desactivadas
A autarquia de Almada realça também que com esta decisão do Governo abrem-se as portas “à execução do projecto de requalificação urbanística consubstanciado no Plano de Urbanização de Almada Nascente-Cidade da Água” e que, ao mesmo tempo, a tutela “reconhece o relevante papel” que a concretização do referido plano “assume para o desenvolvimento não só de Almada, mas também da região e do País”.
“Como entidade promotora e financiadora da elaboração do plano, concretizado por uma equipa de renome internacional dirigida pelo arquitecto Richard Rogers, é com imensa satisfação que o município de Almada vê cumprido mais este passo no processo de reabilitação dos territórios da Margueira, muito contribuindo para o fomento das sinergias necessárias à reabilitação de todo o Arco Ribeirinho Sul”, afirma Joaquim Judas, presidente da Câmara de Almada.
A concluir, a autarquia “expressa igualmente um voto de confiança no desenvolvimento do processo de requalificação e regeneração de todas as antigas áreas industriais desactivadas de Almada, Seixal e Barreiro, enquanto projecto de desenvolvimento económico dos três concelhos, da Área Metropolitana de Lisboa em que se inserem e do País”.

Cidade da Água demorar 15 anos a construir
Nos terrenos da Margueira, está previsto nascer a Cidade da Água, um megaprojecto urbanístico, com habitação, serviços, uma marina, um terminal multimodal, hotéis, escritórios e áreas culturais e de lazer. O plano foi aprovado e publicado em 2009. No entanto, questões administrativas, como a da titularidade dos terrenos, têm atrasado o processo.
A esta entidade pública, que tem como pilares de actuação a requalificação urbanística, a recuperação ambiental e a promoção dos terrenos do projecto Arco Ribeirinho Sul, já chegaram cartas de intenção de investimento na Cidade da Água de três grandes grupos internacionais. O projecto está previsto custar 1,2 mil milhões de euros. E irá demorar cerca de 10 a 15 anos a construir. Quem vier a vencer o concurso terá de cumprir na totalidade o plano que foi previsto pelo consórcio entre Atkins, Santa-Rita Arquitectos e o escritório de Richard Rogers, que no currículo tem os projectos do Centro Georges Pompidou, em Paris, e do Millennium Dome, em Londres.
A área do plano para a Margueira atinge os 115 hectares, da Cova da Piedade até Cacilhas. Serão 630 mil metros quadrados de área bruta de construção dividida pelas diferentes vocações, sendo que cerca de 70 por cento será para uso misto. Lisboa fica a menos de dois quilómetros. Oito minutos num dos antigos cacilheiros.
A Cidade da Água já é o terceiro plano para aquele território. Para a zona chegou a ser apresentado o projecto de Manuel Graça Dias, chamado "A Elipse", mas conhecido como a "Manhattan de Cacilhas", pela altura que atingiam as torres previstas. Antes ainda houve um projecto do arquitecto Carlos Ramos, mais parecido com a Cidade da Água, mas com menos construção. Os três apresentavam pontos em comum: a localização da marina, o aproveitamento da doca 13 para o terminal multimodal e a manutenção do pórtico vermelho, ainda que todos o fizesse avançar na direcção do rio.

Agência de Notícias 

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