Trabalhadores da Autoeuropa votam novo acordo laboral

Acordo que implica um sexto dia de produção e representa subida de 16% no rendimento mensal 

A administração e a comissão de trabalhadores da Autoeuropa já chegaram a um pré-acordo sobre os horários de trabalho por turnos devido ao aumento de produção da fábrica de Palmela, revelou à agência Lusa fonte da empresa. Segundo a mesma fonte, os termos do pré-acordo deverão ser divulgados esta sexta-feira, em comunicado pela administração da Autoeuropa. No entanto, segundo fonte sindical, cerca de 1600 trabalhadores da fábrica "subscreveram um abaixo-assinado a reclamar horários alternativos aos que foram propostos pela administração da empresa e que dizem colocar em causa os seu direitos". Se os trabalhadores aceitarem o novo acordo levam para casa mais 175 euros no final de cada mês. 
Novo acordo está nas mão dos trabalhadores 

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITESUL) refere, em comunicado, que"não existindo até à data qualquer proposta por parte da administração da Volkswagen/Autoeuropa que vá ao encontro das justas reivindicações dos trabalhadores e de acordo com a decisão do plenário realizado na passada semana, a greve agendada para 30 de Agosto de 2017 mantém-se inalterada".
Mas o jornal Público escreve na sua edição de hoje que a comissão de trabalhadores e a Autoeuropa chegaram a um entendimento sobre as medidas de compensação ligadas ao novo regime de trabalho que irá entrar em vigor em 2018 por causa da fabricação do novo modelo automóvel, o T-Roc (um veículo utilitário desportivo). Este implica um sexto dia de produção fabril, estimando a empresa que no ano que vem sejam montados mais de 200 mil veículos, “quase triplicando” os números de 2016.
Segundo o comunicado divulgado pela fábrica do grupo Volkswagen em Palmela, o acordo de princípio (vai ainda a votação dos trabalhadores esta sexta-feira) prevê “um pagamento mensal de 175 euros adicional ao que está previsto na lei, 25 por cento de subsídio de turno e a atribuição de um dia adicional de férias”. Isto, diz a empresa, representa “um incremento mínimo de 16 por cento no rendimento mensal dos colaboradores abrangidos” pelo novo modelo de trabalho.
A fábrica de Palmela terá assim seis dias de produção, com três turnos diários de segunda a sábado, “uma folga fixa ao domingo e outra rotativa ao longo da semana”. Segundo o comunicado da empresa do grupo alemão, “esta organização do trabalho reduz as horas trabalhadas por colaborador, visto que a média de horas de trabalho semanal é inferior a 40 horas”.
A unidade de Palmela, que emprega actualmente mais de quatro mil pessoas (eram 3295 em 2016), é a maior do sector automóvel em Portugal, produzindo cerca de 90 por cento do total de ligeiros de passageiros. Vale perto de um por cento da«a riqueza económica do país, segundo dados de 2015 (em 1998 chegou a contribuir para 2,2 por cento do PIB). Em 2016, a fábrica produziu 85.126 unidades, menos 17 por cento face a 2015, revelando-se o pior ano deste indicador desde 2006.
Para fabricar o novo SUV da Volkswagen, a fábrica de Palmela já anunciou a contratação de mais dois mil trabalhadores.

Agência de Notícias 
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