Montijo é a escolha do Governo para novo aeroporto

Memorando de entendimento deverá ser assinado em Fevereiro

O Governo já terá decidido a localização para o aeroporto complementar ao de Lisboa, tendo a escolha recaído sobre a base aérea do Montijo, avança o jornal Expresso na edição deste sábado. O jornal avança mesmo que o memorando de entendimento entre a ANA, concessionária dos aeroportos comerciais portugueses, e o Governo sobre a transformação da base aérea do Montijo em aeroporto comercial, deverá ser assinado em meados de Fevereiro. Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas já tinha anunciado que dentro de semanas seria apresentada uma solução para o aeroporto de Lisboa, tendo inclusive referido que a base aérea do Montijo tinha sido alvo de um estudo particular.

Governo reserva o Montijo para novo aeroporto 

O governo considera que a melhor solução para alargar o aeroporto de Lisboa é o Montijo e a ideia é que a situação esteja resolvida o mais depressa possível.
De acordo com o “Expresso”, a ANA, concessionária dos aeroportos comerciais portugueses, vai assinar já no próximo mês o memorando de entendimento com o executivo de António Costa para desenvolver todos os projetos necessários para que seja feita a transformação necessária no Montijo. Até porque a intenção do governo é que, no final de 2018, a Base Aérea do Montijo já esteja preparada para receber passageiros.
O ano passado ficou marcado pelo crescimento de tráfego nos aeroportos portugueses. De janeiro a novembro, tanto Lisboa como Porto e Faro viram o número de passageiros aumentar de tal forma que se tornaram os que mais cresceram em toda a Europa.
De acordo com os dados da Airports Council International (ACI), o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, registou um aumento na ordem dos 21,1 por cento em comparação com o mesmo período de 2015. Este aumento faz com que o aeroporto de Lisboa seja o segundo que mais cresceu em todo o Velho Continente, dentro do grupo 2, que integra todos os aeroportos da Europa com tráfego anual de passageiros entre 10 e 25 milhões.
Estes números históricos e a perspetiva de que a trajetória ascendente veio para ficar fazem com que seja cada vez mais imperativo aumentar rapidamente da capacidade da Portela.
A decisão de escolher o Montijo vai de encontro ao que mostrava o estudo entregue pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) ao governo. Nos resultados, a Base Aérea do Montijo aparece como sendo a “solução mais atrativa”.
A confirmar-se esta solução vem de encontro à ideia defendida por Humberto Pedrosa, presidente do conselho de administração e acionista da TAP. Pedrosa em entrevista ao jornal online ECO avançava que a melhor solução seria a Portela +1, sendo o mais 1, “um aeroporto para as low cost”, o que reconhece é bom “não só para a TAP como todas as outras companhias de bandeira”.
Recorde-se que a falta de solução para o aeroporto da capital já se arrasta há vários anos. Ota e Alcochete chegaram a ser hipóteses em cima da mesa.

Campo de Tiro pode mudar de Alcochete para Mértola
A confirmar-se a abertura do aeroporto do Montijo a voos civis, com a extensão do Aeroporto Humberto Delgado, o Campo de Tiro situado em Alcochete deverá ser deslocalizado e Mértola volta a surgir como forte hipótese, escreve o Expresso.
Trata-se de um terreno na ligação do concelho de Mértola a Serpa, a nordeste do Pulo do Lobo, na margem esquerda do Guadiana, que já tinha sido estudado pela Força Aérea em 2008, quando era dada como certa a localização do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete.
A Câmara de Mértola mantém-se “frontalmente contra” o investimento naquele local. “Continuam a existir outras razões. Esta hipótese é uma dupla asneira, que o nosso país não pode de forma alguma cometer nesta altura, e nem pode suportar. Temos um local aceite e a funcionar para o campo de tiro, em Alcochete, e temos uma infraestrutura construída em Beja, que pode ser uma excelente alternativa à sobrelotação da Portela”, justifica o autarca Jorge Rosa.
A Força Aérea, para já, nada quer dizer sobre Alcochete. Contactado o gabinete de relações públicas do Estado-Maior da Força Aérea, a resposta sobre a futura localização foi: “Nada sabemos sobre isso”.
Segundo a informação dada ao Expresso, a hipótese de ‘transferência’ para Mértola foi colocada num cenário específico, com base “num estudo antigo”. Mas como não se concretizou a mudança do aeroporto, “não houve mais desenvolvimentos”.
Qualquer nova ponderação ou decisão dependerá, por isso, “do que vier a ser exigido - se é que o vai ser - em termos da utilização da Base Aérea do Montijo”, diz a Força Área.


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