Tróia invadida pelas forças aliadas da NATO

Portugal vai ter "um batalhão, uma fragata e seis F-16" na nova força de reação da NATO

As Forças Armadas portuguesas vão ter "um batalhão, uma fragata e seis F-16 (aviões-caça)" na força de reação da NATO  em 2016, disse esta quinta-feira o ministro da Defesa Nacional durante um exercício da Aliança Atlântica, em Tróia.  "É muito importante mostrar que somos uma aliança político-militar forte, perante os desafios securitários que se afiguram, sobretudo na periferia do espaço atlântico", defendeu José Pedro Aguiar-Branco, convicto de que a NATO está "preparada para qualquer tipo de ameaças, convencionais ou não convencionais". A zona do estuário de Tróia foi o palco ideal para a atuação de um simulacro de desembarque real de forças militares apoiadas por barcos da navios da marinha inglesa, meios aéreos, contando também com a presença da fragata Vasco da Gama. 
Forças da NATO invadem Tróia 

A bordo da fragata Vasco da Gama e ladeado pelo secretário-geral da NATO o norueguês Jens Stolterberg, o responsável da tutela portuguesa da Defesa adiantou o referido nível de participação nacional para o objetivo de aumento da prontidão da Aliança Atlântica, além dos contributos para a Força Operacional Conjunta de Elevada Prontidão.
O responsável da NATO, na sigla em inglês, OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte - agradeceu a hospitalidade portuguesa, elogiou o "ótimo trabalho" nacional, contribuindo para "a melhoria da cooperação entre os membros" e que "prova a capacidade da Aliança [Atlântica] para se adaptar, sobretudo em termos de prontidão das suas forças, capazes de responder a qualquer ameaça, venham de onde vierem".
"Já temos mais aviões no ar, mais botas [tropas] no chão e mais navios no mar, aumentámos também a capacidade de empregar mais força em caso de necessidade", assegurou Stolterberg relativamente à presença no Leste europeu, pois "o importante é estar presente e não a forma como se está presente, se é num esquema de rotatividade" ou mais estável e duradouro.

Tróia invadida 
Exercícios decorreram  nos distritos de Beja, Santarém e Setúbal
Os números são impressionantes. É já considerado como o maior e mais ambicioso exercício militar da NATO desde o fim da Guerra Fria. O Trident Juncture, assim denominado, envolveu 36 mil efetivos de mais de 30 nacionalidades. Portugal, que foi um dos países anfitriões, tal como Espanha e Itália, disponibilizou seis mil militares para este exercício de grande visibilidade que decorreu nas zonas de Beja, Santa Margarida, Tróia e Setúbal. 
A operação, que se iniciou no passado dia 3 de Outubro e termina hoje, teve ontem um dos dias mais marcantes. Após a visita a uma exposição estática, pouco passavam das 10 horas, seguiu-se uma demonstração militar, na zona do estuário de Tróia, em que cinco fuzileiros da marinha portuguesa assaltam um navio através de um helicópetro Westland Lynx Mk95 da fragata Vasco da Gama, seguidos de uma equipa holandesa de elementos ligados à desativação de deteção de material nuclear. Uma oportunidade única para estar presente em todo um cenário de guerra seguindo de perto todas as estratégias utilizadas pelas diversas forças armadas. As areias finas da península de Tróia provaram, assim, um bom funcionamento de operabilidade entre forças num ambiente de conflito.


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