Easyjet não quer trocar Portela pelo Aeroporto no Montijo

Companhias de baixo custo divididas em relação ao Aeroporto no Montijo 

A Easyjet não está disponível para trocar o aeroporto de Lisboa pelo do Montijo e quer fazer parte das negociações sobre o futuro da Portela, disse ontem o diretor comercial da companhia em Portugal, José Lopes. Em declarações aos jornalistas, o responsável reclamou ser parte das negociações sobre o futuro do aeroporto de Lisboa, reforçando que "está no ADN da Easyjet, desde a sua criação, voar para os aeroportos principais". Posição contrária tem a maior companhia de low cost a operar em Lisboa, a Ryanair. O presidente da companhia irlandesa disse que é urgente a abertura de um aeroporto complementar no Montijo, acusando a Vinci, gestora dos aeroportos portugueses, de estar a limitar a capacidade de crescimento da companhia. A ANA continua a analisar as diversas alternativas e diz que este "é um trabalho que tem de ser feito a seu tempo e estará pronto quando puder estar". 
Mudança de aeroporto de Lisboa para Montijo não agrada a todos 

Num encontro com jornalistas para anunciar o reforço das rotas e das frequências, o porta-voz da transportadora de baixo custo afirmou que "a Easyjet sempre deu preferência aos aeroportos principais", recusando a possibilidade de instalar a sua base no aeroporto do Montijo.
"Nós iremos continuar na Portela [aeroporto de Lisboa] porque é daí que os nossos passageiros querem voar. E nesta questão, as regras são muito claras: ninguém pode ser empurrado para fora de um aeroporto", sublinhou o responsável da Easyjet.
A Easyjet defende o projeto de expansão apresentado pela Vinci/ANA que passa pelo fecho de uma pista transversal no aeroporto da Portela, que é utilizada muito raramente, quando existem ventos fortes a condicionar as operações na principal pista do aeroporto, explicou.
Com o fecho desta pista transversal - a originária da Portela -, que passaria para o Montijo, o aeroporto da Portela poderia crescer entre 40 e 60 por cento, permitindo criar mais posições para estacionar os aviões e aumentar o terminal, acrescentou o responsável da companhia britânica, a terceira mais importante no aeroporto de Lisboa
Em declarações aos jornalistas, o responsável reclamou ser parte das negociações sobre o futuro do aeroporto de Lisboa, reforçando que "está no ADN da Easyjet, desde a sua criação, voar para os aeroportos principais".
"Em todas as rotas, os nossos principais concorrentes são as companhias principais e não as 'low cost' [de baixo custo]", explicou.

Ryanair quer abertura do aeroporto do Montijo
Posição contrária tem a maior companhia de low cost a operar em Lisboa, a Ryanair. O presidente da companhia irlandesa disse, em Setembro, que é urgente a abertura de um aeroporto complementar no Montijo, acusando a Vinci, gestora dos aeroportos portugueses, de estar a limitar a capacidade de crescimento da companhia.
"Lisboa pode crescer muito mais. É altura de pensar no Montijo. Queremos investir em Lisboa, mas neste momento estamos bloqueados pelo aeroporto da Portela", afirmou Michael O'Leary, responsável da companhia área de baixo custo.
Em declarações à Lusa, Michael O'Leary adiantou que viu recusado pela Vinci o pedido para o aumento de movimentos por horas no aeroporto de Lisboa, o que, acrescentou, só pode ser interpretado com a intenção de "não querer crescer para não atingir o limite que o Governo definiu".
"O crescimento da Ryanair em Lisboa tem sido artificialmente constrangido", declarou o líder da companhia irlandesa, referindo que "há um número reduzido de movimentos por hora na Portela", que se fica pelos 40, quando em outros aeroportos similares é de 45 movimentos (aterragens e descolagens) por hora.
Michael O'Leary não tem dúvidas de que o "Montijo é a solução para aumentar a concorrência entre os dois aeroportos", defendeu ainda o presidente executivo da Ryanair, considerando que a gestão deverá ser entregue a outra empresa, para aumentar a concorrência.
O responsável já transmitiu à Vinci e ao Governo português que "o aeroporto da Portela não está a ser gerido eficientemente", adiantando que pediu ao executivo para que abra o Montijo e deixe os dois aeroportos concorrer, como acontece em outras cidades europeias, para que "Lisboa possa ser uma nova Barcelona".

ANA "sem pressa" para decidir novo aeroporto 
Questionado recentemente sobre o projeto do aeroporto do Montijo, a criar na Base Aérea n.º6 e complementar ao da Portela (Lisboa), o presidente da ANA, Ponce de Leão, disse que "está a trabalhar" neste dossier.
"Vamos fazer as coisas certas, mas, para isso, precisamos de perceber exatamente o que a Força Aérea nos pode disponibilizar, como utilizar esses recursos da forma mais eficaz", disse.
A partir daí, acrescentou, pode-se "construir as melhores soluções com a informação que, entretanto", for recolhida "junto das companhias áreas sobre quem é que quer utilizar" o novo aeroporto e "quais as necessidades" dessas companhias e, por outro lado, "dimensionar as próprias taxas em função do investimento efetuado e do tipo de custos" que existirem no Montijo.
"Tudo isso é um trabalho que tem de ser feito a seu tempo e estará pronto quando puder estar", frisou o presidente da ANA.


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