Meninas solteiras de Alcochete desfilam de burro na Páscoa
O concelho de Alcochete vive na Páscoa a sua festividade mais antiga: o Círio dos Marítimos de Alcochete, cuja origem é desconhecida mas que remonta há vários séculos e que terá surgido em cumprimento de uma promessa à Nossa Senhora da Atalaia. Com uma acentuada vertente de convivialidade, os pontos altos da festividade são o desfile na vila de Alcochete das mulheres, casadas e solteiras, na tarde do Domingo de Páscoa, e o leilão de bandeiras e fogaças, à Segunda-feira à tarde, no adro do santuário da Atalaia. Os rituais do Círio dos Marítimos, uma das grandes atrações turísticas do distrito de Setúbal nesta época pascal, têm início sábado, 4 de Abril, e decorrem até terça-feira, com um dos momentos mais emblemáticos a acontecer domingo, às 17 horas, com o Cortejo dos Burros, na vila de Alcochete.
Entre a vila de Alcochete e a Atalaia são vários os momentos singulares que integram esta festa de marítimos, com destaque para o Domingo de Páscoa, 5 de Abril, dia em que se realiza o primeiro cortejo do Círio de solteiras e casadas pelas ruas da vila.
O Círio dos Marítimos, anteriormente designado por Círio dos Marítimos Casados e Solteiros de Alcochete, tem origens anteriores a 1512. Na festa, para além dos barqueiros, participavam todas as pessoas ligadas à construção e condução de barcos, nomeadamente carpinteiros, calafates, arrais e marujos.
É uma forma de agradecer à Nossa Senhora da Atalaia que, segundo a lenda, surgiu uma grande tempestade no mar e um barqueiro, sentindo-se naufragar, pediu proteção à Virgem Santíssima e a fé foi tão grande que a Senhora apareceu, surgindo do monte da Atalaia e a tempestade acalmou permitindo à embarcação chegar a Alcochete com a tripulação sã e salva.
A chegada do “Chininá” – gaiteiro e percussionista animadores da festa -, o cortejo dos burros – momento mais emblemático do círio – a romagem para a Atalaia, os jantares e os almoços de convívio, a lavagem da cara na Fonte da Senhora, a missa, a procissão, a arrematação das bandeiras, do guião e das fogaças, os bailes e as medalhas são tudo pormenores que fazem desta festa uma verdadeira prova de devoção ao divino e onde, paralelamente, se consentem as folias pagãs de um novo ciclo primaveril.
O Cortejo dos Burros no Domingo de Páscoa
De grande originalidade, o cortejo dos burros é um dos pontos altos das festividades e carrega um forte simbolismo pagão, no qual se exibe o apelo feminino às forças da natureza.
A abrir o cortejo, montados a cavalo, seguem o filho do festeiro, empunhando o Guião (crucifixo de prata), e o juiz (que pode, ou não, ser filho de marítimo). Atrás, montadas nos burros, seguem as solteiras, símbolo da continuidade das casadas. Estas, representantes da autoridade, vêm logo a seguir. Todas elas desfilam
sempre montadas de lado, sobre lençóis brancos, viradas para o rio, exibindo as suas medalhas de marítimo. O último burro transporta a mulher do festeiro, seguida pelo “chininá” a finalizar de forma ritmada o cortejo.
À segunda-feira de Páscoa, de manhã, os alcochetanos rumam à Atalaia, uns de carro, outros a pé, com as bandeiras que arremataram no ano anterior, que serão pagas e devolvidas ao festeiro para nova arrematação, assegurando assim os recursos financeiros para a realização do Círio em cada ano.
Neste dia, na Igreja da Atalaia, realiza-se a missa e a procissão das bandeiras, decorrendo durante a tarde o leilão das bandeiras e fogaças no adro da Igreja. No final da arrematação, os participantes regressam à Vila de Alcochete para um segundo desfile, nas ruas, das mulheres montadas em burros e dos participantes que exibem as bandeiras leiloadas que vão guardar em casa até à festa do próximo ano. Durante o leilão são arrematadas mais de 200 bandeiras, atingindo cada uma delas em média valores na ordem dos 500 euros. No entanto o destaque vai para o Guião, a peça que atinge o valor mais elevado, ou seja na ordem dos 2500 euros.
Todos os participantes ostentam coloridas medalhas, emblemas feitos com cartão, papel, tecidos e
missangas, usados para exibir, de forma simbólica, a comemoração e identificar a função hierárquica de cada participante na festa.
A festa do Círio dos Marítimos de Alcochete termina na terça-feira, dia 7 de Abril, à tarde, com o desfile a pé dos participantes pelas ruas da vila de Alcochete.
Câmara apoia tradição
O Executivo Municipal aprovou, por unanimidade, em sessão de Câmara, o apoio à realização do Círio dos Marítimos de Alcochete que vai decorrer de 4 a 7 de Abril.
O concelho de Alcochete vive na Páscoa a sua festividade mais antiga: o Círio dos Marítimos de Alcochete, cuja origem é desconhecida mas que remonta há vários séculos e que terá surgido em cumprimento de uma promessa à Nossa Senhora da Atalaia. Com uma acentuada vertente de convivialidade, os pontos altos da festividade são o desfile na vila de Alcochete das mulheres, casadas e solteiras, na tarde do Domingo de Páscoa, e o leilão de bandeiras e fogaças, à Segunda-feira à tarde, no adro do santuário da Atalaia. Os rituais do Círio dos Marítimos, uma das grandes atrações turísticas do distrito de Setúbal nesta época pascal, têm início sábado, 4 de Abril, e decorrem até terça-feira, com um dos momentos mais emblemáticos a acontecer domingo, às 17 horas, com o Cortejo dos Burros, na vila de Alcochete.
O desfile das meninas solteiras ocorre no dia de Páscoa |
Entre a vila de Alcochete e a Atalaia são vários os momentos singulares que integram esta festa de marítimos, com destaque para o Domingo de Páscoa, 5 de Abril, dia em que se realiza o primeiro cortejo do Círio de solteiras e casadas pelas ruas da vila.
O Círio dos Marítimos, anteriormente designado por Círio dos Marítimos Casados e Solteiros de Alcochete, tem origens anteriores a 1512. Na festa, para além dos barqueiros, participavam todas as pessoas ligadas à construção e condução de barcos, nomeadamente carpinteiros, calafates, arrais e marujos.
É uma forma de agradecer à Nossa Senhora da Atalaia que, segundo a lenda, surgiu uma grande tempestade no mar e um barqueiro, sentindo-se naufragar, pediu proteção à Virgem Santíssima e a fé foi tão grande que a Senhora apareceu, surgindo do monte da Atalaia e a tempestade acalmou permitindo à embarcação chegar a Alcochete com a tripulação sã e salva.
A chegada do “Chininá” – gaiteiro e percussionista animadores da festa -, o cortejo dos burros – momento mais emblemático do círio – a romagem para a Atalaia, os jantares e os almoços de convívio, a lavagem da cara na Fonte da Senhora, a missa, a procissão, a arrematação das bandeiras, do guião e das fogaças, os bailes e as medalhas são tudo pormenores que fazem desta festa uma verdadeira prova de devoção ao divino e onde, paralelamente, se consentem as folias pagãs de um novo ciclo primaveril.
O Cortejo dos Burros no Domingo de Páscoa
De grande originalidade, o cortejo dos burros é um dos pontos altos das festividades e carrega um forte simbolismo pagão, no qual se exibe o apelo feminino às forças da natureza.
A abrir o cortejo, montados a cavalo, seguem o filho do festeiro, empunhando o Guião (crucifixo de prata), e o juiz (que pode, ou não, ser filho de marítimo). Atrás, montadas nos burros, seguem as solteiras, símbolo da continuidade das casadas. Estas, representantes da autoridade, vêm logo a seguir. Todas elas desfilam
sempre montadas de lado, sobre lençóis brancos, viradas para o rio, exibindo as suas medalhas de marítimo. O último burro transporta a mulher do festeiro, seguida pelo “chininá” a finalizar de forma ritmada o cortejo.
À segunda-feira de Páscoa, de manhã, os alcochetanos rumam à Atalaia, uns de carro, outros a pé, com as bandeiras que arremataram no ano anterior, que serão pagas e devolvidas ao festeiro para nova arrematação, assegurando assim os recursos financeiros para a realização do Círio em cada ano.
Neste dia, na Igreja da Atalaia, realiza-se a missa e a procissão das bandeiras, decorrendo durante a tarde o leilão das bandeiras e fogaças no adro da Igreja. No final da arrematação, os participantes regressam à Vila de Alcochete para um segundo desfile, nas ruas, das mulheres montadas em burros e dos participantes que exibem as bandeiras leiloadas que vão guardar em casa até à festa do próximo ano. Durante o leilão são arrematadas mais de 200 bandeiras, atingindo cada uma delas em média valores na ordem dos 500 euros. No entanto o destaque vai para o Guião, a peça que atinge o valor mais elevado, ou seja na ordem dos 2500 euros.
Todos os participantes ostentam coloridas medalhas, emblemas feitos com cartão, papel, tecidos e
missangas, usados para exibir, de forma simbólica, a comemoração e identificar a função hierárquica de cada participante na festa.
A festa do Círio dos Marítimos de Alcochete termina na terça-feira, dia 7 de Abril, à tarde, com o desfile a pé dos participantes pelas ruas da vila de Alcochete.
Câmara apoia tradição
O Executivo Municipal aprovou, por unanimidade, em sessão de Câmara, o apoio à realização do Círio dos Marítimos de Alcochete que vai decorrer de 4 a 7 de Abril.
"Reconhecendo o interesse municipal desta festa secular, e na perspectiva de manter viva esta festividade, a Câmara vai conceder apoio logístico, o fogo de estalaria assim como a isenção do pagamento de licença especial de ruído", diz a autarquia em comunicado.
Programa de 4 a 7 de Abril
Sábado de Aleluia (tarde)
Chegada do “Chininá” à ponte – cais com desfile pelas ruas a anunciar o início das festividades
Domingo de Páscoa
Desfile do “Chininá” pelas ruas para convidar as moças para o Cortejo dos Burros
17h00 – Cortejo dos Burros pelas ruas da Vila seguido de deslocação dos participantes do Círio para a Atalaia
Segunda-feira
Lavagem da cara na Fonte da Senhora
Romaria de Alcochete para Atalaia com as bandeiras
Bênção das bandeiras e medalhas na Igreja da Atalaia
14h00 – Missa procissão e arrematações do guião, bandeiras e fogaças
Terça-feira
Desfile dos participantes do Círio pelas ruas da Vila e apresentação dos futuros festeiros, juiz e juíza.
Para além deste apoio, a Câmara de Alcochete vai ainda ceder os 14 'amigos orelhudos', que residem no Pinhal das Areias, para participar no tradicional desfile de solteiras e casadas, montadas em burros, assim como o Pavilhão Desportivo de Alcochete para acolher os almoços e jantares de confraternização.
De acordo com a vereadora com o pelouro do Desporto e Movimento Associativo, Susana Custódio, "este foi um apoio solicitado pelo próprio Círio dos Marítimos que foi devidamente articulado com as colectividades desportivas que utilizam este equipamento público".
De acordo com a vereadora com o pelouro do Desporto e Movimento Associativo, Susana Custódio, "este foi um apoio solicitado pelo próprio Círio dos Marítimos que foi devidamente articulado com as colectividades desportivas que utilizam este equipamento público".
Programa de 4 a 7 de Abril
Sábado de Aleluia (tarde)
Chegada do “Chininá” à ponte – cais com desfile pelas ruas a anunciar o início das festividades
Domingo de Páscoa
Desfile do “Chininá” pelas ruas para convidar as moças para o Cortejo dos Burros
17h00 – Cortejo dos Burros pelas ruas da Vila seguido de deslocação dos participantes do Círio para a Atalaia
Segunda-feira
Lavagem da cara na Fonte da Senhora
Romaria de Alcochete para Atalaia com as bandeiras
Bênção das bandeiras e medalhas na Igreja da Atalaia
14h00 – Missa procissão e arrematações do guião, bandeiras e fogaças
Terça-feira
Desfile dos participantes do Círio pelas ruas da Vila e apresentação dos futuros festeiros, juiz e juíza.
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