Investigação do Meco sai do magistrado de Almada

Tribunal de Setúbal vai investigar "tragédia" da Praia do Meco 

As famílias das vítimas do Meco estão finalmente satisfeitas depois de terem tido conhecimento de que a investigação passou para a comarca de Setúbal e deixou de fazer parte das competências do Tribunal de Almada e do procurador Joaquim Moreira, avança o Diário de Notícias. Segundo o jornal, Joaquim Moreira da Silva, o procurador do Ministério Público responsável pelo caso, enviou na sexta-feira o processo e todos os objetos apreendidos durante a investigação para a Polícia Judiciária de Setúbal. O advogado das famílias das seis vítimas mortais, considera que a alteração de comarca pode transformar significativamente o processo. "Ficámos contentes e aliviados quando soubemos que as coisas passaram agora para as mãos de outro procurador, porque este senhor não tem demonstrado grande isenção a desempenhar as funções que desempenha", disse Vítor Parente Ribeiro. 



Advogado das famílias "contente" com a mudança de comarca 
A fatídica madrugada de 15 de dezembro, que vitimou seis jovens, deixou muitas dúvidas aos pais que insistiram para que a procuradoria retirasse a investigação ao magistrado de Almada, por não ter constituído arguido o único sobrevivente da tragédia, João Gouveia. Finalmente, viram uma das suas vontades ser concretizada. A Comarca de Setúbal está agora responsável pelo caso.
Ao que parece, o Ministério Público, que era até à data responsável pela titularidade do caso, enviou para a Polícia Judiciária de Setúbal todos os objetos apreendidos durante a investigação, bem como o processo, noticia o Diário de Notícias.
Esta transferência parece ter sido meramente por razões formais, tendo em conta a aplicação do novo mapa judiciário, que trouxe a geografia judicial. Contudo, a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, poderia ter optado por manter o mesmo procurador de Almada e não o fez.
Este mesmo magistrado tem sido alvo de duras críticas por parte das famílias das vítimas e do advogado Vítor Parente Ribeiro. “Ficámos contentes e aliviados quando soubemos que as coisas passaram agora para as mãos de outro procurador, porque este senhor não tem demonstrado grande isenção a desempenhar as funções que desempenha”, afirmou o advogado das familias das vítimas que morreram na Praia do Meco, em Sesimbra.
“Esperamos que haja julgamento e que João Gouveia – único sobrevivente da tragédia – nos esclareça todas as dúvidas em tribunal”, disse Fernanda Cristóvão, mãe de Ana Catarina Soares.
Foi agora pedido, novamente, que o dux seja investigado pelo crime de exposição ao abandono. “Com a abertura de instrução, os assistentes pretendem demonstrar que a investigação foi condicionada desde o início e que as vítimas morreram devido ao comportamento do sobrevivente”, indica o requerimento de abertura de instrução.

Agência de Notícias

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