Hospital do Barreiro pode perder maternidade

Utentes protestam no hospital do Barreiro a 6 de Junho 

Cerca de duas centenas de pessoas participaram sábado numa tribuna pública que condenou a possível perda de valências do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, tendo sido anunciada uma concentração para 6 de Junho."Esta nova portaria do Governo retira mais de 50 por cento das valências ao hospital” disse à agência Lusa António Pacheco, da comissão de utentes, dando o exemplo da maternidade.

Utentes protestam a 6 de Junho à porta do Hospital do Barreiro 

Na manhã do último sábado, a população reuniu-se no centro da cidade do Barreiro para falar sobre a situação da saúde no concelho, em especial no Centro Hospitalar Barreiro/Montijo, numa iniciativa organizada pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Alto Seixalinho e pela Associação de Mulheres com Patologia Mamária.
“Esta nova portaria do Governo retira mais de 50 por cento das valências ao hospital. Quisemos hoje ouvir as pessoas e discutir o que se passa no hospital, que às vezes parece uma tenda de guerra em que as pessoas estão ali por vários cantos. É dramático”, disse à agência Lusa António Pacheco, da comissão de utentes, dando o exemplo da maternidade.
O responsável anunciou que vão agora ser realizados plenários nos quatro concelhos ligados ao Centro Hospitalar – Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete – estando agendada para o dia 6 de Junho uma concentração de protesto junto ao Hospital do Barreiro.
“Vamos efetuar uma concentração junto ao hospital a 6 de Junho e na segunda-feira [hoje] vamos também solicitar uma reunião urgente com a administração do Centro Hospitalar Barreiro/Montijo”, frisou.
António Pacheco defendeu que é preciso a união de todos na luta e criticou também o encerramento do Centro de Saúde do Bocage, no Barreiro, relacionado com a abertura de um novo centro de saúde no concelho, que vai originar uma reorganização.
“Já nos confirmaram o encerramento do Centro de Saúde do Bocage até ao dia 12 de Maio. Existe uma transferência de 16 mil utentes deste centro e vão menos três médicos. É mais um drama que as pessoas vão enfrentar”, concluiu, anunciado também um recolha de assinaturas para ser marcada assembleia municipal extraordinária para debater a situação da saúde no Barreiro.

Autarca do Barreiro quer acção concertada com câmaras do Arco Ribeirinho 
Carlos Humberto, presidente da Câmara do Barreiro, presente no encontro de sábado de manhã, referiu que o Governo tem vindo a desenvolver uma “ofensiva contra os direitos” em diversas áreas, na “saúde, segurança social, na educação, nos direitos dos trabalhadores”.
Para o chefe do executivo municipal, é importante que os cidadãos reivindiquem e tenham “capacidade de agir”, na defesa do Serviço Nacional de Saúde na região e no concelho”, porque é "indispensável intervir”.
Carlos Humberto, lançou um apelo aos quatro concelhos que integram a área de acção do Centro Hospitalar Barreiro – Montijo e do ACES Arco Ribeirinho (Barreiro – Moita – Montijo e Alcochete), para que “mobilizem as populações” e encontrem uma plataforma para “agir em conjunto” e solicitarem uma reunião ao Ministro da Saúde.
“É preciso que exista uma visão global para a Península de Setúbal”, garante o autarca que referiu ainda que
“não é possível aceitar que todos os serviços se centralizem em Lisboa”. O presidente acrescentou que a Península de Setúbal “tem que ter um papel na área da Saúde” e "temos que encontrar propostas em conjunto", concluiu Carlos Humberto.

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