Misericórdia de Lisboa assinou parceria no Barreiro

Assinado acordo para ajudar a implementar unidades de cuidados continuados

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a União das Misericórdias Portuguesas assinaram ontem, no Barreiro, um acordo para a criação de um fundo que vai ajudar estas instituições que estão com dificuldades para implementar as unidades de cuidados continuados. Em causa estão os projectos de unidades de cuidados continuados. Há 17 que existem pelo país que estão fechadas ou em risco de fechar. 

Projecto quer implementar unidades de cuidados continuados 

O fundo Rainha D. Leonor vai servir para ajudar as misericórdias do país que estão endividadas e com dificuldades de resposta em termos de equipamentos sociais, como no caso das unidades de cuidados continuados, existindo 17 encerradas ou que não entraram em funcionamento e outras a funcionar com limitações e dificuldades.
“O fundo vai apoiar unidades quando estiver assegurada a sua viabilidade. É necessária a resposta do Estado ou de outras entidades que assegurem que pode abrir e tenha viabilidade. Pode haver casos que se detete que tenha sido um erro e nós não vamos entrar em aventuras”, disse Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, após a assinatura do acordo, que decorreu no Barreiro.
O responsável explicou que apesar das diferenças da entidade que gere relativamente às restantes misericórdias, tendo em conta a ligação ao Estado e as verbas que recebe dos jogos sociais, não faz sentido que entidades com “objetivos comuns estejam de costas voltadas”.
“Vamos tentar encontrar recursos financeiros para ajudar a desbloquear cuidados que estão parados. É um pecado grave ter instalações fechadas”, disse, referindo que a verba do fundo só será definida na primeira reunião.
“A dotação financeira vai depender da avaliação. O que está no plano da Santa Casa são 5 milhões de euros para 2014, mas pode ser mais ou menos verba. Só vai ficar definida a verba na primeira reunião do fundo”, acrescentou.

Protocolo "histórico" vai no bom sentido 
O ministro da Solidariedade, Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, esteve presente na cerimónia e considerou o acordo com algo “histórico”.
“Este protocolo é histórico porque vai numa linha correta, de contratualizar a resposta social. É importante que a resposta social em Portugal possa ser feita pelo Estado, mas acima de tudo que o Estado possa contratualizar com quem está próximo dos problemas, que são as instituições”, disse o governante.
Pedro Mota Soares destacou também a criação, por parte do Governo, de um fundo de 30 milhões de euros para ajudar à reestruturação de instituições do setor social que atravessam dificuldades.
“É importante trabalharmos todos no mesmo sentido e em parceria, não deixando que o Estado deixe de assumir as suas responsabilidades, mas fazendo-o com as instituições sociais. É uma mudança de paradigma que vai no sentido certo”, explicou o ministro.
Manuel Lemos, da União de Misericórdias Portuguesas, destacou a importância da aproximação entre as duas instituições, referindo que “a mais forte pode agora apoiar as irmãs mais fracas”.
“Santana Lopes já foi quase tudo em Portugal, mas é com este acordo que vai ficar na história. Este protocolo é um marco histórico e um reencontro com a história, num retomar de uma missão conjunta”, defendeu o dirigente.
O acordo prevê também que vagas em outras misericórdias do país possam ser ocupadas pela Santa Casa de Lisboa, com Santana Lopes a explicar que existem pessoas que já não têm familiares em Lisboa e que querem, muitas vezes, regressar às suas terras.

Misericórdia do Barreiro é uma das beneficiárias do acordo
A Santa Casa da Misericórdia do Barreiro é uma das 400 misericórdias do país que vão receber ajuda financeira da Santa Casa de Lisboa. Esta entidade vai desviar verbas próprias para ajudar as misericórdias que estão a passar por dificuldades financeiras, que foi  formalizado através de um protocolo assinado ontem de manhã.
As dificuldades financeiras são visíveis na gestão diária da Misericórdia do Barreiro, que presta apoio a mais de 400 utentes distribuídos por lares, creches, cantina social e unidade de cuidados continuados.

Comentários