Santiago do Cacém critica novo QREN

“Há um conjunto de incertezas e muita coisa não está definida”

Álvaro Beijinha, presidente da câmara de Santiago do Cacém, não poupou críticas ao novo quadro comunitário de apoio, durante a conferência “Centros Urbanos: que contributos para o desenvolvimento”, promovida na passada quarta-feira pela Rede de Aglomerados Urbanos do Alentejo Litoral. O presidente realçou que “o novo quadro comunitário já devia estar em andamento, pois está tudo muito atrasado e há um conjunto de incertezas e muita coisa não está definida”.


Álvaro Beijinha criticou andamento dos novos QREN da região 
O Centro de Interpretação do Sítio Arqueológico de Miróbriga, em Santiago do Cacém, recebeu, no dia 8 de Janeiro, a conferência “Centros Urbanos: que contributos para o desenvolvimento?”, uma organização da Rede de Aglomerados Urbanos do Alentejo Litoral, cujo parceiro líder é o Município de Santiago do Cacém
Álvaro Beijinha, Presidente da câmara de Santiago do Cacém, classificou a conferência como “extremamente proveitosa, com um nível de participação muito bom”, congratulando-se com “a abordagem muito interessante em relação aos aglomerados urbanos, não apenas aqui no Alentejo Litoral”.
Durante a sessão, foi também feito um balanço sobre a utilização dos fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que terminou em 2013, e foi perspetivado aquilo que será o novo quadro comunitário, que foi alvo de “uma abordagem muito crítica, tanto naquilo que se reporta ao presente, como no que se perspetiva que venha a ser o futuro”.
Álvaro Beijinha revela uma grande preocupação em relação a esse futuro incerto e lembra que “o novo quadro comunitário já devia estar em andamento, já entrámos em 2014, mas está tudo muito atrasado, há um conjunto de incertezas e muita coisa não está definida”, num quadro que se espera poder vir a dar “um contributo decisivo para o desenvolvimento dos aglomerados urbanos”, concluiu o chefe do executivo de Santiago.

Todos preocupados com o futuro
Os oradores convidados foram unânimes nas preocupações relativas ao novo quadro comunitário, enfatizadas por Paulo Madruga (Augusto Mateus & Associados), que fez uma breve abordagem ao próximo período de fundos comunitários 2014-2020, com críticas contundentes em relação à indefinição que se vive.
António Figueiredo (Quaternaire Portugal), por sua vez, centrou a sua intervenção em preocupações relativas à atração / fixação de residentes na Região, qualificando como “diáspora dos qualificados” o substancial aumento da emigração entre os jovens. Já Luís Cavaco (ADRAL) fez um balanço dos últimos quatro anos da atividade da Associação no Corredor Azul e lembrou as parcerias que têm sido feitas no âmbito das redes urbanas no Alentejo, bem como a sua importância na definição de uma estratégia comum para o desenvolvimento regional. António Mendes Batista (Professor de Economia Regional) lamentou o facto de não existir uma pré-disposição política do Governo para garantir que o desenvolvimento das cidades não vai entrar num adormecimento, frisando a importância dos espaços rurais para o desenvolvimento territorial. O orador lamentou ainda “os projetos que têm surgido no nosso país ao sabor dos financiamentos e que depois não são consolidados”.
A iniciativa teve como primeiro intuito uma reflexão coletiva em torno do contributo das Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação (RUCI), tendo sempre como pano de fundo o desenvolvimento da Região Alentejo, e contou com a presença de autarcas, empresários, académicos e técnicos da área.

Agência de Notícias
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