Electro Arco despede 57 em Pinhal Novo

Sindicatos acusam empresa de tomar decisão estratégica

A multinacional Lincoln Electric vai proceder ao despedimento coletivo de quase metade dos 120 trabalhadores da empresa Electro-Arco, no Pinhal Novo, concelho de Palmela. O processo arrastava-se desde o fim de Outubro e apesar das tentativas de trabalhadores e sindicatos para um possível acordo, a empresa vai mesmo mandar 57 pessoas para casa. “Pura estratégia comercial”, diz a porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras. Os trabalhadores saem da empresa com “voluptuosas indemnizações” e a câmara de Palmela já colocou à disposição dos trabalhadores despedidos o gabinete de apoio ao empresário, caso esses queiram investir no próprio negócio. 

Empresa de Pinhal Novo avança com 57 despedimentos 

“A decisão de deixar de produzir o fio mig-mag na fábrica da Electro Arco, na Venda do Alcaide, foi puramente estratégica e comercial, uma vez que a empresa não se encontra a passar por dificuldades”, considera Esmeralda Marques, representante do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras. A sindicalista lembra que foram despedidas 52 pessoas, “que tiveram direito a voluptuosas indemnizações”.
Rosa Fernandes, do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia, salienta que “nos últimos três anos a empresa tem vindo a passar por dificuldades”, mas nunca foi dado a entender aos trabalhadores que “poderia ter de haver despedimentos”.
O processo de negociação que decorreu entre a direção da empresa, os sindicatos e os trabalhadores foi encerrado e “das 57 pessoas previstas ir para a rua, foi possível salvaguardar cinco postos de trabalho”. A empresa aceitou recolocar “os cinco trabalhadores com melhor desempenho de produção noutro setor”, realça Rosa Fernandes. Durante o processo negocial a empresa cedeu em continuar “com o seguro de saúde destes funcionários por mais um ano e manter os protocolos”, que permitem aos trabalhadores dispensados continuarem com “regalias ao nível dos transportes e da saúde”, diz a sindicalista.
Os trabalhadores também vão receber “o prémio de desempenho e ter formação em outra área”, paga pela empresa, o que minimiza minimamente “a situação destas pessoas”, realça Rosa Fernandes.
Para Esmeralda Marques, este despedimento coletivo teve um grande impacto na vida dos trabalhadores, uma vez que “em Portugal não existem muitas fábricas com produção nesta área e esta é a única do distrito”. Para piorar a situação, a média de idades dos funcionários dispensados situa-se entre os 45 e os 50 anos, o que torna difícil “os trabalhadores conseguirem um novo emprego”, destaca.

Câmara de Palmela apoia funcionários despedidos
A responsável do Sindicato Nacional da Indústria e da Energia considera que a prioridade “é a empresa manter-se de portas abertas e não haver mais despedimentos”. A sindicalista realça que a direcção da fábrica “nunca ouviu os trabalhadores” e estes foram informados dos despedimentos “por carta”.
O despedimento coletivo feito pela Electro Arco, em Venda do Alcaide, Pinhal Novo, provocou “um aumento do desemprego no concelho de Palmela”, pelo que a câmara municipal colocou ao dispor destes funcionários o gabinete de apoio ao empresário, para ajudar os indivíduos que quiserem usar “as indemnizações para formar o seu próprio negócio”, refere fonte da autarquia.
A direção da Electro Arco diz que “não tem comentários a fazer” sobre este assunto.

Agência de Notícias 
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