BE preocupado com urgências no distrito de Setúbal

Urgências de Setúbal, Barreiro e Montijo preocupam deputados do Bloco 

O líder do Bloco de Esquerda, João Semedo, e a deputada pelo círculo de Setúbal, Mariana Aiveca, questionaram o Governo por causa do relatório do Conselho Distrital de Setúbal da Ordem dos Médicos que levanta vários problemas nas urgências nos Centros Hospitalares de Setúbal e Barreiro/Montijo. Para os bloquistas, "a situação vivida pelos utentes da península de Setúbal, no que concerne ao acesso a cuidados de saúde é verdadeiramente inaceitável e merece intervenção urgente”. 

Situação nas urgências nos hospitais do distrito preocupa BE 

O Conselho Distrital de Setúbal da Ordem dos Médicos emitiu recentemente uma nota dando conta da existência de ruturas nos serviços de urgência dos Hospitais de Setúbal, Barreiro e Montijo. Recorde-se que o Hospital de Setúbal pertence ao Centro Hospitalar de Setúbal, conjuntamente com o Hospital Ortopédico Sant'Iago do Outão, enquanto os hospitais do Barreiro e do Montijo pertencem ao Centro Hospitalar Barreiro Montijo.
De acordo com esta informação, verifica-se sobrelotação das estruturas disponíveis para acolher os utentes, tanto em ambulatório como no internamento, com particular incidência no Centro Hospitalar Barreiro/Montijo. Verifica-se também inconsistência das equipas médicas, tendo inclusivamente sido quebrado o conceito de equipa de urgência; esta situação tem na sua origem o facto de diversos profissionais serem colocados através das empresas prestadoras de serviços que diversas vezes desconhecem as competências dos profissionais enviados para os hospitais.
Ainda segundo o mesmo relatório, verificam-se falhas em diversas valências, designadamente urologia, cirurgia plástica e reconstrutiva, otorrinolaringologia e oftalmologia o que implica a transferência dos utentes urgentes para os hospitais de Lisboa. No que concerne à psiquiatria, não existe qualquer serviço após as 20 horas de sexta-feira e até às nove horas da manhã de segunda-feira; como tal, todos os utentes urgentes têm que ser transferidos para Lisboa e os não urgentes ficam sem acompanhamento especializado durante o fim de semana. Situação que é “absolutamente inaceitável”, para o Bloco de Esquerda.

“Situação preocupante” nos Hospitais da região 
“Há muito que o Bloco de Esquerda vem referindo que não faz qualquer sentido que a zona do país abaixo do Tejo esteja desprovida de um vasto conjunto de valências, especialidades e serviços médicos, forçando a vinda para Lisboa de um conjunto alargado de utentes que poderiam e deveriam ter a possibilidade de aceder aos cuidados de saúde de que necessitam na sua zona de residência”, diz nota dos deputados do Bloco no Parlamento.
Atualmente encontra-se em curso uma suposta reorganização dos serviços de urgência na zona de Lisboa que, para os bloquistas, “na realidade, parece pautar-se mais pelo encerramento de serviços e semear de confusão, num processo turbulento e nada claro que, além de lesar os utentes da zona de Lisboa vem criar ainda mais dificuldades os utentes da zona sul do país que têm que ser transferidos para os hospitais de Lisboa”.
Segundo João Semedo e Mariana Aiveca, “a situação vivida pelos utentes da península de Setúbal, no que concerne ao acesso a cuidados de saúde é verdadeiramente inaceitável e merece intervenção urgente. É fundamental contratar os profissionais necessários ao funcionamento dos serviços, permitindo a estabilização das equipas e acabando com o recurso às empresas prestadoras de serviços”, dizem os deputados do Bloco na Assembleia da República. 

As perguntas do Bloco 
Face ao arrastar da situação o líder do Bloco e a deputada eleita por Setúbal querem saber se o Governo tem conhecimento da situação e que “medidas vai o Governo implementar para resolver os problemas de sobrelotação das estruturas disponíveis para acolher os utentes, tanto em ambulatório como no internamento”.
João Semedo e Mariana Aiveca questionam ainda o Ministério da Saúde, se “o Governo vai contratar os médicos necessários para assegurar os serviços que se encontram deficitários, designadamente urologia, cirurgia plástica e reconstrutiva, otorrinolaringologia e oftalmologia; que ações vão ser desencadeadas para resolver o problema da inexistência de atendimento psiquiátrico ao fim de semana” e, por último, perguntam os deputados, “quantos médicos exercem atualmente funções nos Hospitais do Barreiro, Montijo e de Setúbal através de empresas prestadoras de serviços? Quais as suas especialidades?”.
Perguntas que aguardam uma resposta do Ministério de Paulo Macedo.

Notícia Relacionada: Urgências de Setúbal e Barreiro com "anomalias"

Agência de Notícias 
Leia outras notícias do dia em www.adn-agenciadenoticias.com 

Comentários