GEDIPE quer remoção dos vídeos não
autorizados
Milhares de vídeos portugueses
poderão estar prestes a ser apagados do YouTube por violação dos direitos de
autor. As vozes contra a medida já se começam a manifestar nas redes sociais. Alguns autores dizem que "nunca foram ouvidos".
Milhares de vídeos podem ser retirados do You Tube a partir de Maio |
Milhares
de vídeos alojados em contas portuguesas podem estar prestes a desaparecer do
YouTube. A medida surge pela mão da Associação para a Gestão dos Direitos
de Autor, Produtores e Editores (GEDIPE), que pediu à Google a remoção de
vídeos com conteúdo não autorizado do YouTube. Segundo a Exame Informática, a filtragem mais
pormenorizada e consistente do conteúdo português adicionado ao canal de
vídeos pode começar já em Maio e deverá afetar milhares de ficheiros.
No
próximo mês, a associação deverá iniciar o processo de "upload" das
grelhas de canais televisivos portugueses para o YouTube, numa tentativa de
automatizar o processo de remoção de vídeos com conteúdo não autorizado para
reprodução. O upload das grelhas televisivas portuguesas facilitará a remoção
de conteúdo não autorizado pois estes vídeos terão uma espécie de "marca
de água" que permitirá identificar a autoria dos vídeos.
Apesar do sistema não ser 100 por
cento eficaz, é uma grande ajuda no campo da verificação de conteúdo e é já
largamente utilizado por outras empresas internacionais. A SIC deve ser a primeira televisão
portuguesa a ver a sua grelha adicionada, mas a TVI também poderá estar
prestes a aderir a este serviço.
Para já, e numa primeira fase, os
principais visados serão os vídeos com conteúdo em exibição, mas os
representantes dos autores e produtores de vídeo não descartam, para um futuro
próximo, a remoção de vídeos com emissões antigas de televisão ou filmes que já
saíram do cinema, por exemplo.
“Autores não foram ouvidos”
Ainda
segundo a Exame Informática, e pelas palavras de Carlos Eugénio,
secretário-geral do Movimento Cívico Anti-Pirataria na Internet, esta operação
pode atingir "milhares de vídeos", mas ainda "não
é possível avançar com um número preciso". Mesmo assim, as
vozes dos internautas já se fazem ouvir, com muitos comentários negativos às
notícias que vão saindo sobre o assunto a serem publicados nas redes sociais.
Nuno
Markl, conhecido comediante e apresentador, também já expressou o seu
descontentamento com a medida enquanto autor, dizendo que "ninguém ouviu
todos os autores sobre isto". Numa publicação na sua página no Facebook, Markl
garante que não se importa de ver o seu trabalho no YouTube, pois traz
divulgação e serve como base de dados própria. "Tem-me dado jeito
consultar coisas antigas que fiz e usar o material que está no YouTube para
criar portfolios daquilo que já escrevi e/ou interpretei",
justifica.
De qualquer forma, a filtragem só
deverá ser efetuada em conteúdos produzidos por autores e produtores
portugueses que tenham registado os direitos de autor em Portugal e tenham
decidido aderir, facultado agora pela GEDIPE em troca de um custo
"administrativo" (o serviço em si é facultado pela própria Google de
forma gratuita).
Agência de
Notícias
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