Círio dos Marítimos em Alcochete


Tradição leva meninas “casadoiras” de Alcochete à Atalaia de burro

A população de Alcochete cumpre com a tradição e, de 30 de Março a 2 de Abril, demonstra a sua fé e devoção a Nossa Senhora da Atalaia, com a realização do Círio dos Marítimos. Como pontos mais relevantes, temos o cortejo dos burros desfilando pela parte antiga de Alcochete (no sábado); a missa e a arrematação do guião e das bandeiras na Atalaia; e um novo desfile em Alcochete (no domingo). 

Tradição volta às ruas de Alcochete e Atalaia nesta Páscoa 

Entre a vila de Alcochete e a Atalaia são vários os momentos singulares que integram esta festa de marítimos, com destaque para o Domingo de Páscoa, 31 de Março, dia em que se realiza o primeiro cortejo do Círio de solteiras e casadas pelas ruas da Vila. Na segunda-feira de Páscoa, 1 de Abril, regista-se também um dos momentos altos das tradições locais com a realização da Missa na Igreja da Nossa Senhora da Atalaia, seguindo-se a Procissão e o Leilão de Bandeiras e Fogaças.
Outrora e durante, pelo menos, meio milénio, a romaria das confrarias e dos círios ao santuário de Nossa Senhora da Atalaia, no concelho de Aldeia Galega do Ribatejo (Montijo, desde 1930), decorria da Páscoa até Novembro, período do ano em que chovia menos, os caminhos estavam mais transitáveis e as populações rurais se encontravam menos ocupadas nos trabalhos agrícolas.

Segundo a tradição oral, a origem desta festa/romaria remonta ao século XV
Começa na véspera do dia de Páscoa com a chegada por barco dos gaiteiros (grupo de baterista e gaita-de-foles). No dia de Páscoa, os gaiteiros vão de porta em porta convidar as jovens e mulheres do concelho para o almoço.
Na segunda-feira realiza-se a procissão e o leilão das bandeiras, pintadas e bordadas propositadamente, e dos tradicionais doces, Fogaças.
Depois da arrematação, regressa-se a Alcochete, onde tem lugar o desfile das jovens montadas nos burros, pelas ruas da vila.
Nos dias de festa, cabe ao festeiro servir o almoço e o jantar, nos quais participam as pessoas que arrematam as bandeiras e as fogaças.  Antigamente, a festa era organizada por um marítimo que tivesse filhos varões e, até à Atalaia, iam as meninas casadoiras acompanhadas pelos irmãos.
O Círio nunca possuiu casa própria, para acomodar os romeiros, em Alcochete e na Atalaia. Presentemente, em Alcochete, serve-se de instalações cedidas pelo Hotel Al Foz, ao passo que, na Atalaia, a mesma função é desempenhada pela casa do Círio dos Olhos de Água.
A Câmara de Alcochete contribui para a realização do Círio dos Marítimos com apoio logístico e com o fogo da escadaria, apoios que estimam um valor de 744 euros.

Agência de Notícias

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