“Somos nós que conseguimos construir um país diferente”
As ruas do Lavradio, no Barreiro, foram palco do desfile protagonizado no último sábado, dia 9 de Fevereiro, por parte de representantes das Organizações Regionais de Trabalhadores das empresas, de coletividades e da autarquia local, no âmbito da ação de protesto e de luta por “uma mudança de política e de governo”.
População do Barreiro protestou contra actuais políticas do Governo |
A concentração iniciada pelas 15 horas no Largo Monsenhor Óscar Romeno culminou junto à Piscina Municipal do Lavradio, onde “poucos mas muitos” se uniram numa voz em uníssono.
Com uma adesão menos participada do que a pretendida, o presidente da Junta de Freguesia do Lavradio, Adolfo Lopo, admitiu que “há sempre alguém que diz ‘Não’”. Remetendo para a futura agregação de freguesias prevista a partir do próximo mês de Outubro, por parte do governo, o autarca lembrou ser “importante saber identificar interesses”, criticando como “único objetivo” desta medida “a eliminação da participação na vida pública”.
“Por poucos que sejamos não deixaremos de ouvir as pessoas e de fazer pela nossa intervenção; o que está em causa não são bairrismos mas sim a qualidade do serviço que se presta à população. Quantas mais autarquias houver, mais próximos estaremos da população”, justificou Adolfo Lopo, em nome dos eleitos autárquicos.
Barreiro apela ao “passe a palavra”
Num apelo a que a população “passe a palavra” no que possa significar a agregação de freguesias, também a vice-presidente da Câmara do Barreiro, Sofia Martins, afirmou ser relevante que “a população não se resigne” às medidas que têm sido apresentadas pelo governo PSD/CDS. “Temos que continuar a conversar, passando a palavra sobre o que representa acabar com freguesias ou até concelhos e com direitos dos trabalhadores. É preciso trabalhar muito para construir uma democracia mais participada; somos nós que conseguimos construir um país diferente”, assumiu a autarca, contra “um afastar as pessoas da participação nas decisões” em Portugal.
Ao desfile e concentração juntou-se, de igual modo, o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), tendo a respetiva organização explicado o porquê de apoiar a luta contra a agregação de freguesias. “Se se extinguirem freguesias, extinguem-se mais postos de trabalho e nós queremos trabalho, não queremos subsídios”, avançou uma representante do MTD.
Hoje e sábado há mais luta nas ruas
Luís Leitão, por parte da CGTP, também presente no protesto, deu enfase à luta que vários trabalhadores estão a levar a cabo, “todos os dias nos locais de trabalho”, em empresas como a Sovena, a Fisipe, a Tanquipor, a Soflusa, a EMEF, a CP, a REFER e os Transportes Coletivos do Barreiro, e também entre outras classes profissionais, como a dos professores. Ao que classificou ser “uma luta contra uma política de saque e de retirada de direitos ao povo”, Luís Leitão somou ainda novas formas de protesto.
As mais próximas estão agendadas para hoje, 14, (Dia de ‘Luto Ferroviário’ nas principais Estações Ferroviárias) e 16 de Fevereiro (Grande Manifestação Nacional, em Setúbal). O principal motivo da luta continuará a ser “a conquista de uma política alternativa e de esquerda ao serviço do povo e dos portugueses”.
Agência de Notícias
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