Autoeuropa ainda sem acordo laboral


Empresa vai parar 10 dias até Março 

O acordo de empresa prevê 22 “downdays” por ano. Até Março, quase metade das paragens ficam já deduzidas. Em 2012, a fabricante da Volkswagen em Palmela parou durante 44 dias, o dobro do estipulado. Por outro lado, trabalhadores e administração ainda negoceiam o acordo laboral até 2014.

10 dias de paragem em dois meses revelam preocupação na empresa 

 A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, encabeçada por António Chora, deu a conhecer aos funcionários da fabricante automóvel alemã em Palmela o calendário oficial dos próximos “downdays”. No comunicado anterior, estava prevista a paragem de produção nos dias 18, 25 e 28 de Janeiro, 8, 11, 13, 22 e 28 de Fevereiro e 1 de Março. Agora, surge mais uma data, 8 de Março, elevando assim para 10 o número de dias em que os trabalhadores ficam em casa. 
A crise no mercado automóvel europeu, e a consequente quebra de vendas, de par com a diminuição de produção do Eos, são os principais motivos para que o número de "downdays" definido no acordo de empresa (22 dias) tenha sido ultrapassado em 2012. E 2013 poderá não ser diferente.
Recorde-se que, na Autoeuropa, quando são ultrapassados os 22 dias de paragem, os trabalhadores ficam com "dias negativos " que devem ser compensados nos anos seguintes. Os dias de paragem afectam não só os trabalhadores da unidade da Volkswagen, como as muitas empresas do Parque de Palmela, onde paira a ameaça de despedimentos colectivos.

Administração deve fazer esforços 
A Comissão de Trabalhadores refere ainda, no comunicado, que prosseguem as conversações com a administração da Autoeuropa no sentido de se procurar soluções “para garantir os postos de trabalho em excesso, fruto das reduções na produção diária, reduções que resultam da situação económica na Europa”.
De acordo com a mesma comissão, não há grandes novidades de momento, devendo a próxima reunião de negociações realizar-se nos próximos dias. “Em nosso entender, pensamos que deve a administração fazer os esforços necessários de modo a concluirmos o acordo”.
Este acordo laboral para o período até 2014 prevê, por agora, um aumento salarial de 2,1 por cento e o fim da proposta do banco de horas aos sábados. A administração quer ainda aplicar as regras do novo Código do Trabalho no pagamento de horas extraordinárias. A Comissão de Trabalhadores discorda e ameaça fazer greve às horas extraordinárias.
O comunicado refere ainda que a esmagadora maioria dos trabalhadores da Autoeuropa recusou os duodécimos. António Chora, manifesta-se ainda preocupado com a situação de 600 trabalhadores, alguns dos quais deverão aceitar ir trabalhar noutros países.

Agência de Notícias

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