DIÁFANO PORTUS CALE por Marta Tomé


 Inteligência versus Esperteza

São algumas as vezes, em que me debato com esta questão. Afinal o que é ser inteligente para além da descrição que podemos encontrar num dicionário? E esperto, será que é a mesma coisa? E se não é, qual a diferença?


Uma pessoa inteligente é uma pessoa com uma maior capacidade de aprendizagem, culta, que opta por procedimentos honestos para obter os seus fins e que considera que as regras são para ser seguidas nunca agindo sem pensar ou sem antever um final seguro. Não sabe lidar com problemas para os quais não tem resposta, optando por um percurso mais longo para chegar à solução dos mesmos. Para mim, a pessoa inteligente é definitivamente a mais genuína e confiável.
Por outro lado, a pessoa esperta é desapegada de pensamentos negativos e tem sempre a resposta na ponta da língua. Tem o dom do “savoir faire” e do “desenrrascanço” não olhando a meios para atingir os seus fins. As surpresas desagradáveis não constituem um problema, pois tal como as palavras, também a intuição certeira lhe surge instataneamente levando-o de imediato a uma solução para os seus problemas.
A grande diferença entre estas duas personagens é que o esperto sabe fazer enquanto que o inteligente apenas sabe. Naturalmente que os dois juntos numa só pessoa são a simbiose perfeita e quase que asseguro que não haverá génio lembrado que não reunisse estas duas caracteríticas. Arrisco até em afirmar que são donos de mentes brilhantes.
Para este derby social julgo haver um empate, e só vence na vida aquele que conseguir vestir a camisola das duas equipas em simultâneo.
Termino com um “quem é esperto não é de todo inteligente, mas quem é inteligente pode muito bem ser esperto”.



Marta Tomé
Lisboa 
Diáfano Portus Cale – Portugal Transparente – é um olhar sobre a sociedade portuguesa da autoria de Marta Tomé, quinzenalmente à segunda-feira para o ADN

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