Inteligência versus Esperteza
São algumas as vezes, em
que me debato com esta questão. Afinal o que é ser inteligente para além da
descrição que podemos encontrar num dicionário? E esperto, será que é a mesma coisa?
E se não é, qual a diferença?
Uma pessoa inteligente é
uma pessoa com uma maior capacidade de aprendizagem, culta, que opta por
procedimentos honestos para obter os seus fins e que considera que as regras
são para ser seguidas nunca agindo sem pensar ou sem antever um final seguro. Não
sabe lidar com problemas para os quais não tem resposta, optando por um
percurso mais longo para chegar à solução dos mesmos. Para mim, a pessoa
inteligente é definitivamente a mais genuína e confiável.
Por outro lado, a pessoa
esperta é desapegada de pensamentos negativos e tem sempre a resposta na ponta
da língua. Tem o dom do “savoir faire” e do “desenrrascanço” não olhando a
meios para atingir os seus fins. As surpresas desagradáveis não constituem um
problema, pois tal como as palavras, também a intuição certeira lhe surge
instataneamente levando-o de imediato a uma solução para os seus problemas.
A grande diferença entre
estas duas personagens é que o esperto sabe fazer enquanto que o
inteligente apenas sabe. Naturalmente que os dois juntos numa só pessoa são a
simbiose perfeita e quase que asseguro que não haverá génio lembrado que não
reunisse estas duas caracteríticas. Arrisco até em afirmar que são donos de
mentes brilhantes.
Para este derby social
julgo haver um empate, e só vence na vida aquele que conseguir vestir a
camisola das duas equipas em simultâneo.
Termino com um “quem é
esperto não é de todo inteligente, mas quem é inteligente pode muito bem ser
esperto”.
Marta Tomé
Lisboa
Diáfano Portus Cale – Portugal Transparente – é um olhar sobre a sociedade portuguesa da autoria de Marta Tomé, quinzenalmente à segunda-feira para o ADN
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