"Ninguém mais pode desmaiar de fome nas nossas escolas"
A deputada Ana Drago defendeu a proposta do Bloco de Esquerda de garantir o pequeno-almoço às "crianças e jovens que frequentam a educação pré-escolar e a escolaridade obrigatória". A proposta foi “chumbada”pela maioria e, diz o partido, o Governo “passou a negar que haja fome nas escolas portuguesas”.
Ana Drago não quer mais crianças e jovens a passarem fome nas escolas |
No debate na especialidade do Orçamento de Estado para 2013, Ana Drago insistiu na proposta do Bloco de Esquerda para que seja facultado às crianças do pré-escolar e aos alunos da escolaridade obrigatória um pequeno-almoço diário gratuito. Mas a resposta do Governo foi a de negar que o problema sequer exista.
"Nas nossas escolas não há nenhuma criança que inicie o dia com fome", afirmou o secretário de Estado do Ensino Básico. "A verdade é que está lançado um programa que está a responder às necessidades das crianças, mas responde àquelas que efectivamente precisam", prosseguiu João Grancho.
Na resposta, Ana Drago acusou Grancho de acabar de "desmentir o secretário de Estado da Administração Escolar, que diz que há 5.400 crianças sinalizadas que ainda não estão a ser apoiadas". E lembrou o exemplo divulgado na semana passada, de um aluno do 11º ano que desmaiou em plena aula devido à fome. "Ninguém mais pode desmaiar de fome nas escolas portuguesas", afirmou a deputada do Bloco.
Apesar da proposta do Bloco já ter sido apresentada no anterior Orçamento – e chumbada pelo PSD e o CDS – isso não impediu o deputado do PSD Emídio Guerreiro de considerá-la "uma vergonha" e "uma medida demagógica em torno de um caso isolado que apareceu nos jornais".
Por seu lado, o secretário de Estado da Segurança Social Marco António Costa também veio atacar a proposta, citando o ministro Mota Soares que na semana passada "referiu que a questão da existência de crianças com problemas alimentares não se confinava à escola" e que devem ser as escolas e a Confederação de Pais a sinalizarem esses casos, "para que a Segurança Social consiga debelar o problema no âmbito da própria família".
Agência de Notícias
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