Barreiro defende mais diálogo com Governo

 É preciso “abrir a ex-Quimiparque ao concelho”

Em reação à visita, a 22 de Outubro, dos secretários de Estado Maria Luís Albuquerque e Pedro Afonso de Paulo aos territórios da Baía do Tejo, SA, o presidente da Câmara do Barreiro, Carlos Humberto, disse aos jornalistas “não entender” o motivo pelo qual os eleitos autárquicos do concelho não foram convidados para acompanhar a visita, o que considera “não ser bom” do ponto de vista institucional. Neste prisma, o presidente da Câmara do Barreiro defende mais diálogo entre o Governo e as autarquias e volta a colocar a Terceira Travessia do Tejo como pilar estruturante para a região.

Carlos Humberto defende utilização de terrenos para trabalhar e viver 

Face às declarações destes responsáveis do governo, o autarca defende ainda que os territórios da ex-Quimiparque são “para trabalhar, viver e usufruir”.
Sobre o facto de ter sido admitido durante essa visita que os projetos de urbanização associados ao projeto Arco Ribeirinho Sul (ARS) deixaram “de fazer sentido” na atual conjuntura, Carlos Humberto diz não perceber como é que “a secretária de Estado do Tesouro e das Finanças e o secretário de Estado do Ambiente tomam uma posição sem terem dialogado com os respetivos presidentes de Câmara” dos concelhos em questão – Barreiro e Seixal.
À margem de um encontro no Tejo para assinalar a ligação plena da ETAR, a 27 de Outubro, o presidente da autarquia barreirense defendeu, no âmbito do território da ex-Quimiparque – agora Baía do Tejo – que “planear é indispensável” e sublinhou a importância de “abrir a ex-Quimiparque ao concelho”, de “aproveitar a frente de rio” e de “intensificar a atividade económica” mas também as “atividades complementares”. “Todos estão de acordo que estes territórios têm de ser multi-funções, não podem ser territórios apenas com um objetivo”, frisou.
Questionado se as afirmações dos secretários de Estado podem colocar em causa o Plano de Urbanização da Quimiparque e Áreas Envolventes (PUQAE), o autarca realça que o principal objetivo desse documento seria o de “tornar [esse território] mais atrativo para a atividade económica”, através da criação de riqueza e de emprego, voltando o mesmo “a ter o papel que teve há cem anos atrás”.
“Consideramos que aquele é um território para trabalhar, viver e usufruir e a habitação é sempre complementar, como o próprio plano de urbanização e os índices prevêem, é complementar ao que essencial que é a atividade económica a e essa é mais uma razão para dizer que só as pessoas que não conhecem em pormenor o plano que temos para o território da Quimiparque é que podem fazer afirmações deste tipo”, disse Carlos Humberto.

Barreiro defende mais diálogo entre poder central e poder local
Recordando outros planos já existentes no concelho para a ex-Quimiparque, como o Master Plan, Carlos Humberto chama a atenção para a necessidade de ser tomada uma decisão e de haver maior ligação entre a Administração Central e o Poder Local sobre estas questões. “O país não pode andar a avanços e recuos com esta dimensão e já lá vão 15 anos e o Barreiro não aguenta e a região não pode aguentar e o país, se calhar, está neste estado por medidas e por opções parecidas a estas que não sei quais são e que é preciso clarificar. É preciso salvar o país e não se salva o país, se não se construir pontes permanentes entre a Administração Central, o poder local, as comunidades locais e isso é indispensável. Costas voltadas não resolvem nenhum problema”, considerou Carlos Humberto.

Terceira Travessia do Tejo volta à agenda
Quanto aos grandes projetos, como a Terceira Travessia do Tejo (TTT), infraestrutura que estaria prevista no PUQAE, o autarca entende-a como uma “inevitabilidade”. “Um plano tem de prever a TTT, não se pode construir um plano que não preveja isso. Consideramos indispensável o desenvolvimento de uma cidade região que se desenvolva para sul e a TTT é um elemento estruturante para isso. Agora, se é feita daqui a três, dez ou 15, não sei, mas que tem de estar prevista tem e planear é fazer isso”, advogou.
Aos jornalistas, Carlos Humberto reforçou ainda que PUQAE foi construído “em conjunto com várias entidades”, não se tratando de um “plano executado pela Câmara”.
Para o projeto Arco Ribeirinho Sul, Carlos Humberto defende que é “preciso apurar, perceber, conhecer melhor e é preciso articular uma posição comum entre os presidentes e com todos”, realçando o Arco Ribeirinho Sul como um “projeto para a região e para o país”, concluiu o presidente da Câmara do Barreiro.

Agência de Notícias 

Comentários