Trabalhadores
perdem um salário
O primeiro-ministro anuncia que trabalhadores passam a pagar 18 por cento para a segurança social e as empresas vêm a contribuição obrigatória reduzida para o mesmo valor. Uma medida, diz Passos Coelho, vai combater o desemprego, a que chamou "o principal problema" do país. Os novos aumentos de impostos ultrapassam “todos os limites admissíveis” e que é altura de dizer “basta”. É esta a posição assumida pelo presidente do Grupo Parlamentar do PS, Carlos Zorrinho. O Bloco de Esquerda manifesta "indignação" perante as medidas adicionais de austeridade e considera que vão "condenar" Portugal a mais pobreza e desemprego. Para o PCP, reunido no Seixal, a declaração de Passos Coelho ao país “foi pior do que se pensava". Jerónimo de Sousa diz que vai “perpetuar-se o roubo de dois salários" para quem trabalha e pensionistas. Do lado do partido da coligação do governo, o líder parlamentar do CDS-PP destacou o esforço de "equidade" entre o setor público e privado das medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro, afirmando que visam também a criação de emprego.Passos Coelho anunciou mais medidas de austeridade |
Em declaração ao País em direto nas televisões, Pedro Passos Coelho anunciou duas medidas a aplicar no Orçamento de 2013: o aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social (SS) para os 18 por cento (atualmente este valor é 11 por cento) e a redução da contribuição obrigatória das empresas para a SS dos atuais 23,75 para, igualmente, 18 por cento.
Esta medida, afirmou o primeiro-ministro, aplicar-se-á tanto aos trabalhadores do sector privado como do sector público.
Quanto a estes, e após o Tribunal Constitucional ter vetado o corte dos dois subsídios (férias e Natal) do próximo ano, Passos afirmou que o Governo irá pagar um destes, mas dividindo o seu valor por 12 meses, sendo que o aumento da contribuição para a SS equivale ao corte do segundo.
O primeiro-ministro justificou esta medida como forma de combater o desemprego, a que chamou "o principal problema" do país.
Um trabalhador que ganhe mil euros desconta actualmente 110 euros e vai passar a descontar 180 euros, o que equivale a cortar um dos 14 salários anuais.
“O Orçamento para 2013 alargará o contributo para os encargos públicos com o nosso processo de ajustamento aos trabalhadores do sector privado, mas este alargamento tem directamente por objectivo combater o crescimento do desemprego”, justificou Passos Coelho
Socialistas contra medida do Governo
Carlos Zorrinho falou em nome do PS |
“O PS opõe-se ao conjunto destas medidas e ao que elas significam. Estas medidas ultrapassam todos os limites admissíveis”, declarou Carlos Zorrinho.
Segundo o líder parlamentar do PS, na sequência das medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, “na prática, os reformados e os funcionários públicos ficam sem os dois salários ou pensões que já lhes tinham sido cortados este ano, e os trabalhadores do sector privado ficam sem o equivalente a um salário, o que se traduz, efetivamente, num aumento de impostos”.
“É mais sobre os mesmos. Mais sacrifícios sobre os trabalhadores e os reformados. Não podem ser os trabalhadores a pagar a crise”, afirmou o líder da bancada socialista. Carlos Zorrinho considerou ainda que os portugueses “já vivem no limiar das possibilidades e é insuportável mais carga fiscal e mais encargos”.
“A espiral recessiva alimenta uma pretensa necessidade de novas medidas que, por sua vez, só alimentam o problema. É tempo de dizer basta”, afirmou.
Bloco indignado com medidas
João Semedo criticou duramente propostas de Passos Coelho |
O Bloco de Esquerda manifestou hoje "indignação" perante as medidas adicionais de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro, considerando que vão "condenar" Portugal a mais pobreza e desemprego.
Falando aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado João Semedo disse que "não é baixando os salários que se combate o desemprego", salientando que o executivo "não tem emenda" em mais um ataque a "quem vive do seu trabalho".
Em relação ao aumento dos descontos para a Segurança Social dos trabalhadores do setor privado, considerou que se trata na realidade de uma descida dos seus salários, ao mesmo tempo que reduz a despesa com o emprego para os patrões.
"Estamos indignados", resumiu, considerando que "esta política de austeridade condenará o país a mais pobreza, mais recessão económica e mais desemprego".
O secretário-geral do PCP considerou que a declaração de hoje do primeiro-ministro "foi pior" que o esperado, traduzindo-se "num mês de salário roubado a todos os trabalhadores", e apelou aos portugueses para que se "ergam" contra o Governo.
"A declaração de Passos Coelho ao país foi pior do que se pensava", disse Jerónimo de Sousa, numa declaração aos jornalistas na Festa do Avante na Quinta da Atalaia, no Seixal.
O líder comunista sublinhou que "Descodificada a intervenção e a demagogia", aquilo "que é concreto, aquilo que o povo português vai saber", é que "vai perpetuar-se o roubo de dois salários" para pensionistas, reformados e trabalhadores do setor público, a que se junta "novidade de agora esse roubo ser extensível aos trabalhadores do setor privado".
"O que significa, feitas as contas, um mês de salários roubado a todos os trabalhadores", sublinhou. "E, simultaneamente, com descaramento, os patrões, as entidades patronais, passam a descontar menos", acrescentou, destacando que se trata de "uma transferência direta desse roubo para os bolsos do capital".
Para o PCP é, por isso, "profunda demagogia falar em desemprego", porque as medidas agora anunciadas "significarão inevitavelmente mais desemprego e mão de obra mais barata, mais exploração dos trabalhadores".
"Consideramos que este é o caminho para o desastre e se não interrompermos esta política, se não rejeitarmos este pacto de agressão, obviamente o país afunda-se, os trabalhadores viverão pior, os reformados viverão pior, a própria economia continuará em recessão", acrescentou Jerónimo de Sousa, numa referência ao acordo de ajustamento financeiro assinado com os credores internacionais.
Para o líder do PCP, "a resposta tem de ser a luta" e apelou aos trabalhadores para responderem a "este roubo descarado".
Falando aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado João Semedo disse que "não é baixando os salários que se combate o desemprego", salientando que o executivo "não tem emenda" em mais um ataque a "quem vive do seu trabalho".
Em relação ao aumento dos descontos para a Segurança Social dos trabalhadores do setor privado, considerou que se trata na realidade de uma descida dos seus salários, ao mesmo tempo que reduz a despesa com o emprego para os patrões.
"Estamos indignados", resumiu, considerando que "esta política de austeridade condenará o país a mais pobreza, mais recessão económica e mais desemprego".
PCP apela à “luta”
Líder no PCP fala em "roubo dos trabalhadores" |
O secretário-geral do PCP considerou que a declaração de hoje do primeiro-ministro "foi pior" que o esperado, traduzindo-se "num mês de salário roubado a todos os trabalhadores", e apelou aos portugueses para que se "ergam" contra o Governo.
"A declaração de Passos Coelho ao país foi pior do que se pensava", disse Jerónimo de Sousa, numa declaração aos jornalistas na Festa do Avante na Quinta da Atalaia, no Seixal.
O líder comunista sublinhou que "Descodificada a intervenção e a demagogia", aquilo "que é concreto, aquilo que o povo português vai saber", é que "vai perpetuar-se o roubo de dois salários" para pensionistas, reformados e trabalhadores do setor público, a que se junta "novidade de agora esse roubo ser extensível aos trabalhadores do setor privado".
"O que significa, feitas as contas, um mês de salários roubado a todos os trabalhadores", sublinhou. "E, simultaneamente, com descaramento, os patrões, as entidades patronais, passam a descontar menos", acrescentou, destacando que se trata de "uma transferência direta desse roubo para os bolsos do capital".
Para o PCP é, por isso, "profunda demagogia falar em desemprego", porque as medidas agora anunciadas "significarão inevitavelmente mais desemprego e mão de obra mais barata, mais exploração dos trabalhadores".
"Consideramos que este é o caminho para o desastre e se não interrompermos esta política, se não rejeitarmos este pacto de agressão, obviamente o país afunda-se, os trabalhadores viverão pior, os reformados viverão pior, a própria economia continuará em recessão", acrescentou Jerónimo de Sousa, numa referência ao acordo de ajustamento financeiro assinado com os credores internacionais.
Para o líder do PCP, "a resposta tem de ser a luta" e apelou aos trabalhadores para responderem a "este roubo descarado".
"A questão está em saber se os trabalhadores baixam os braços e aceitam estas medidas draconianas, com prejuízo das suas vidas, ou se erguem e lutam contra esta política, contra este pacto de agressão e contra este Governo que, de facto, quer dar cabo do resto", afirmou
"É preciso que os trabalhadores respondam com indignação, com protesto, mas com luta para travar este caminho para o desastre que hoje foi anunciado por Passos Coelho", acrescentou, referindo que a CGTP convocou m Dia Nacional de Luta para 01 de Outubro, data do seu 42.º aniversário, que deverá envolver greves, ações de rua e plenários nas empresas.
Jerónimo de Sousa lamentou ainda que o primeiro-ministro, na sua declaração hoje ao país, em que anunciou um aumento das contribuições para a Segurança Social, tenha mostrado "mais uma vez aquilo que fica intocável, apesar daquelas palavras generalistas em relação aos lucros e grandes fortunas".
"Aí não quantificou nada", sublinhou.
O líder parlamentar do CDS-PP destacou o esforço de "equidade" entre o setor público e privado das medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro, afirmando que visam também a criação de emprego.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Nuno Magalhães reconheceu que são medidas "duras, austeras e difíceis" mas contrapôs que contêm "incentivo à criação de emprego e alguma solidariedade para que quem tem contribua um pouco do pouco que tem".
O deputado referia-se ao aumento da taxa de descontos para a Segurança Social dos trabalhadores do setor privado, que passará de 11 por cento para 18 por cento.
Nuno Magalhães indicou que esta medida "tem em conta a equidade necessária", distinguindo o setor público do privado e as suas diferenças de "garantia e segurança no trabalho" e também níveis salariais.
O líder parlamentar democrata-cristão garantiu que as medidas hoje anunciadas por Pedro Passos Coelho não ameaçam o consenso dentro do governo de coligação e disse esperar que sejam discutidas "de forma aprofundada, aberta e rigorosa" na concertação social para reduzir o impacto que possam ter no setor privado.
Principalmente, destacou, as medidas não significam aumento de impostos, uma exigência do CDS-PP.
Lembrou ainda que as medidas hoje divulgadas foram a resposta encontrada pelo governo à declaração do Tribunal Constitucional sobre a inconstitucionalidade da retirada dos subsídios de Natal e férias aos trabalhadores do Estado, um problema "dispensável num país que já tem muitos problemas".
"É preciso que os trabalhadores respondam com indignação, com protesto, mas com luta para travar este caminho para o desastre que hoje foi anunciado por Passos Coelho", acrescentou, referindo que a CGTP convocou m Dia Nacional de Luta para 01 de Outubro, data do seu 42.º aniversário, que deverá envolver greves, ações de rua e plenários nas empresas.
Jerónimo de Sousa lamentou ainda que o primeiro-ministro, na sua declaração hoje ao país, em que anunciou um aumento das contribuições para a Segurança Social, tenha mostrado "mais uma vez aquilo que fica intocável, apesar daquelas palavras generalistas em relação aos lucros e grandes fortunas".
"Aí não quantificou nada", sublinhou.
CDS-PP
destaque a “equidade” entre sectores públicos e privados
CDS-PP considera que medida não é "subida de impostos" |
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Nuno Magalhães reconheceu que são medidas "duras, austeras e difíceis" mas contrapôs que contêm "incentivo à criação de emprego e alguma solidariedade para que quem tem contribua um pouco do pouco que tem".
O deputado referia-se ao aumento da taxa de descontos para a Segurança Social dos trabalhadores do setor privado, que passará de 11 por cento para 18 por cento.
Nuno Magalhães indicou que esta medida "tem em conta a equidade necessária", distinguindo o setor público do privado e as suas diferenças de "garantia e segurança no trabalho" e também níveis salariais.
O líder parlamentar democrata-cristão garantiu que as medidas hoje anunciadas por Pedro Passos Coelho não ameaçam o consenso dentro do governo de coligação e disse esperar que sejam discutidas "de forma aprofundada, aberta e rigorosa" na concertação social para reduzir o impacto que possam ter no setor privado.
Principalmente, destacou, as medidas não significam aumento de impostos, uma exigência do CDS-PP.
Lembrou ainda que as medidas hoje divulgadas foram a resposta encontrada pelo governo à declaração do Tribunal Constitucional sobre a inconstitucionalidade da retirada dos subsídios de Natal e férias aos trabalhadores do Estado, um problema "dispensável num país que já tem muitos problemas".
Agência de Notícias
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