Francisco Louçã visitou Festa da Moita


“O país mudou nesta sexta-feira”

“A incompetência e a mentira não nos podem continuar a governar”. É desta forma que Francisco Louçã encara a situação “intolerável” a que Portugal chegou, assente numa “política de ditadura financeira”. Em visita às Festas da Moita, nesta segunda-feira, dia 10 de Setembro, o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda (BE) admitiu que “este governo terminou os seus dias”, devendo o compromisso de um governo de esquerda ser “devolver integralmente os salários e as pensões a quem está a ser vítima da crise”.

BE fez duras críticas ao Governo na Festa da Moita 

Após a participação num jantar-convívio com militantes, a partida para uma arruada nas ruas da festas do concelho da Moita permitiram o contacto com a população e apontar alternativas à austeridade e medidas impostas pela troika. No feedback obtido, Francisco Louçã admitiu que “as pessoas não falam de outra coisa”. “O país mudou nesta sexta-feira”, afirmou, sublinhando as reações já assumidas por vozes do próprio PSD.
Para o responsável do BE, é evidente “o silêncio envergonhado do CDS” nos últimos dias, o que representa “a confissão da mentira”. “Este é um dos mais brutais aumentos de impostos: são 35 dias que são retirados ao salário dos trabalhadores do privado, dois meses aos funcionários públicos e também aos reformados”, complementou.
Francisco Louçã recordou ainda palavras do diretor da campanha presidencial de Cavaco Silva e muitos outros elementos do PSD “a dizer o que toda a gente percebe”: “quanto mais se baixar os salários mais se destrói a economia, quanto mais se retirar às pensões mais desemprego vai ser criado porque há menos consumo”, acusou o bloquista nas ruas da maior festa do concelho da Moita.

Lutar por “um governo de esquerda”
Na esperança de “acabar com as condições da troika para recuperar a economia, a Europa e a democracia”, o coordenador bloquista admite que “não há nenhum combate que valha mais a pena do que um combate por um governo de esquerda”.
“Recusar estas medidas é enfrentar este governo para correr com ele. O compromisso de um governo de esquerda tem que ser, ao rejeitar o memorando da troika, recuperar e devolver integralmente os salários e as pensões a quem está a ser a vítima desta crise, porque é assim que podemos criar emprego e combater as dificuldades, recuperar a economia. Não podemos continuar a aceitar esta caminhada para o desastre”, diz Loucã.
Para o ainda líder do Bloco, o anúncio da descida do salário mínimo nacional pela primeira vez na história de Portugal é, aliás, sinónimo de que o atual governo “não tem vergonha nenhuma”. “Esperamos juntar muitas forças em torno desta convicção de que a primeira medida que um governo de esquerda tem que tomar é a justiça na economia, não esta desistência, este cinismo, esta mentira em que se transformou a política deste governo”, afirmou, recebendo os aplausos da população que ouvia as declarações dadas à comunicação social.

“Dívida líquida total do Estado aumentou 18 mil milhões de euros”
O coordenador do BE assumiu ainda ser “intolerável” permitir que o governo vá fazer “aquilo que sabe que não vai resultar: mais desemprego, mais recessão e mais dívida”. Sendo certo que, no período de um ano – Julho de 2011 a Julho de 2012 –, “a dívida líquida total do Estado aumentou 18 mil milhões de euros”, Francisco Louçã argumenta que tal é “uma pouca vergonha sem qualquer limite”. “Esta gente não pára perante nada; este governo não pode continuar a ser tolerado pelas pessoas que estão a sofrer e que sabem que, se deixarem continuar a acontecer, vai ser ainda pior no ano seguinte; o fanatismo é assim”, reclamou o responsável do Bloco que esteve em confraternização com elementos do BE da Moita e do Distrito de Setúbal. A Moita é, aliás, um dos territórios onde o BE mais tem se afirmado.

Agência de Notícias 

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