Crew Hassan volta a abrir em Lisboa


Nasceu a casa do debate político…

A antiga Crew Hassan fechou portas há dois anos.  Da velha associação - paredes meias com o Coliseu de Lisboa - fica a memória dos sofás velhos onde se bebia cerveja, dos graffitis e das muitas festas que por lá existiam noite dentro. A associação lisboeta reabriu no Bairro Alto, em parceria com os Precários Inflexíveis. Chamam-se agora MOB e querem que o novo espaço "se baseie no espírito associativo e não seja apenas um sítio para beber copos e ir embora”.




Há dois anos, quando os membros da associação voltaram de férias, as portas da Crew Hassan estavam fechadas e não voltaram a abrir. O andar tinha mudado de fechadura e de proprietário e não havia dinheiro para alugar outro espaço. Assim foi durante dois anos, até quinta-feira passada, quando a Crew Hassan voltou a abrir portas com outro nome em pleno Bairro Alto. O Mob, assim se chama o novo espaço, resulta de uma parceria entre a Crew Hassan e a Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, que também andava à procura de um novo sítio, descontente com a sua pequena sede em São Bento.
“Andávamos à procura de um espaço que fosse diferente dos outros e que não fosse apenas um bar”, conta em entrevista ao jornal I, Marco Marques, de 29 anos. “Precisávamos de um ponto de encontro para todas as pessoas que se mobilizam hoje em dia, um espaço político”.  Falaram com “o pessoal da Crew Hassan”, onde se costumavam reunir desde 2007, e tiveram a sorte de descobrir o número 33 da Travessa Queimada.
Para entrar no Mob é preciso ser sócio, mas não é isso que o vai desmotivar a lá ir. A quota é simbólica, 2 euros por ano, que lhe dão direito a um cartão de sócio. “A ideia é que as pessoas façam parte do espaço e que proponham actividades”, continua Marco. “Que se baseie no espírito associativo e não seja apenas um sítio para beber copos e ir embora”.

A casa do debate político
MOB quer assumir-se como local de debate de ideias 

Na Crew Hassan faziam-se jantares vegetarianos e conseguia-se petiscar alguma coisa a altas horas. Por enquanto o Mob só tem um bar, com cerveja a 1,20 euros. Mas actividades não faltam.
“Agora estamos a pedir a todas as pessoas que tenham fotos da manifestação de 15 de Setembro para nos enviarem para o mail [moblisboa@gmail.com], para fazermos uma exposição”, diz Marco. O prazo de entrega termina a 5 de Outubro e a exposição prolonga-se até fim de Novembro.
Os debates políticos também prometem ser frequentes e já houve um “sobre o 15 de Setembro”. No sábado será apresentado o livro “Guia Trabalho Temporário dos Precários Inflexíveis”, às 22h00, seguido de um DJ set.
O espaço estende-se por dois pisos. Na entrada, onde as pessoas se tornam sócias, há uma pequena livraria com vários tipos de livros, desde romances a “livros alternativos que discutem o percurso político de Portugal”. No piso de cima, além do bar e de mesas e cadeiras – a mobília antiga da Crew Hassan (sim, os tais sofás recolhidos do lixo) também estão lá – e há um palco para concertos e peças de teatro.
E como não podia deixar de ser, a imagem de marca do Mob são os graffitis, pintados por Feijão, onde se vê, por exemplo, a Pussy Riot mais gira e o cão das manifestações gregas.
Travessa da Queimada, 33, Bairro Alto, Lisboa. Quinta, sexta e sábado, das 18 às três da manhã. A  nova casa do debate político da capital. 

Agência de Notícias 

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