Reticências da Sociedade por Ana Sofia Horta


Gentinha…

Eu sei que, se calhar torno-me repetitiva, mas faz-me demasiada comichão este mundo solitário, em que as pessoas vivem a falar da vida dos outros, a falar mal e esperar que essa pessoa fique no fundo, eu sei que não posso, não consigo mudar o mundo mas acredito que o posso tornar melhor.

Como será que essa gentinha se sente? Orgulhosa de si mesmo por vasculhar os tetos de vidro dos outros?
Criticam os famosos mas não sabem viver sem as revistas cor-de-rosa, criticam a Alexandra Lencastre por ser verdadeira nos holofotes mas quantas Alexandras  andarão par aí?!
Cada um tem direito à sua vida e a fazer o que quer, se não queremos ajudar também não temos que criticar.
Olhemos para o nosso umbigo primeiro e analisemos a nossa vida e o que vai dentro da nossa casa. E se não chegar, comentem as novelas, preços e afins mas deixem cada um viver a sua vida!
Eu sinto-me orgulhosa por poder ajudar e, ao mesmo tempo, ajudar-me a mim a não estar desocupada, não tenho feitio para falar mal deste e daquele, mas sim de mexer os pés e mãozinhas e poder ajudar a encontrar melhores saídas, fazer publicidade, ajudar quem precisa.
Sem esquecer nunca a procura de emprego, e continuar ativa. Onde não sou bem-vinda não apareço, acredito e sei que neste momento de crise pessoas com família, emprego e filhos conseguem falar de mim com todas as palavras, não tenho medo de enfrentar e de o saber, querem falar de mim… força! Não me incomoda apenas me faz ficar mais forte e afastar certas pessoas que um dia chamei de amigas.
Eu desempregada por vezes não tenho nada para fazer mas não fico a falar dos outros, a solidariedade fala mais alto e procura pessoas que possa ajudar, companhias sinceras.
Tenho saudades do povo que não conheci que se uniu para fazer uma revolução, que foi contra o governo, em que os vizinhos eram altruístas, e as palavras se faz favor e obrigado eram prioridade no seu vocabulário. Não tenciono defender ninguém apenas chamar a atenção para aquilo que podemos ser.


Ana Sofia Silva Horta
Educadora de Infância no Desemprego
Oeiras 

O terceiro dia semana tem sempre uma reticência. O mundo pula e avança mas, à Terça-feira, Ana Sofia Horta chega ao ADN com uma história de vida ou uma estória pessoal. Uma visão muito pessoal e uma opinião muito real da sociedade. Para ler, saborear, pensar e analisar. 

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