Duas noites sem comer nem beber
A PJ concluiu esta segunda-feira não haver indícios de crime no desaparecimento, sábado, de um menino em Loures, entretanto já entregue à mãe, e vai propor ao Ministério Público o arquivamento da investigação do caso, informou fonte da polícia criminal.
Criança apareceu perto de onde desapareceu |
A criança, de dois anos e meio, cujo alerta do desaparecimento foi transmitido à PSP pela mãe, no sábado à noite, foi encontrada esta segunda-feira de manhã por uma mulher, não muito longe do local do seu desaparecimento, junto a umas hortas em São João da Talha, no concelho de Loures.
Agentes da PJ que se encontravam em averiguações no local entregaram a criança à mãe, depois de confirmada a sua identificação. O ato foi captado pelas câmaras das televisões, que tinham enviado equipas de reportagem para o local.
Em declarações à agência Lusa, a coordenadora de investigação criminal da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) da PJ, Manuela Santos, avançou que a Polícia Judiciária vai propor ao Ministério Público o encerramento da investigação do caso, perante a falta de indícios de crime associados ao desaparecimento do menor, nomeadamente rapto, abuso sexual ou negligência familiar.
"É nossa convicção que não houve ação criminosa", afirmou à Lusa, acrescentando que, tanto a criança, que foi submetida a exames médicos, como a mãe, "estão bem" e encontram-se em casa, localizada perto das hortas onde o bebé foi encontrado.
Criança pode ter-se perdido
A inspetora relatou que a PJ foi alertada para o desaparecimento do menino na madrugada de domingo, "esgotadas todas as diligências" da PSP para encontrar a criança, nomeadamente a patrulha do terreno com cães.
A PJ iniciou as investigações, e as buscas continuaram sem resultados.
Esta segunda-feira de manhã, agentes da Judiciária foram alertados por uma mulher a chamar um vizinho e confirmaram que a criança que estava com ela era o menino que tinha desaparecido há dois dias.
A mulher, que trabalhava na sua horta, contou à PJ que descobriu a criança, no meio de canas, alertada por gemidos.
Segundo a inspetora Manuela Santos, a mulher não conhecia o menino, mas calculou que se tratava da criança cujo desaparecimento tinha sido noticiado nos jornais. O menor foi encontrado, "a algumas centenas de metros" do local do seu desaparecimento, sujo, desnutrido e picado por um parasita.
Questionada pela Lusa sobre as circunstâncias do desaparecimento da criança, a coordenadora de investigação criminal da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da PJ referiu que a mãe, que trabalha aos sábados na horta do tio, terá por "alguns minutos" desviado a atenção do filho, que estava com ela.
Procurou-o depois por "algum tempo", após ter dado pelo seu desaparecimento pelas 20 horas, antes de alertar a PSP.
Não obstante as buscas efetuadas, quer de noite quer de dia, os agentes da PSP e os cães não deram com o paradeiro da criança.
"A vegetação era densa e elevada", apontou Manuela Santos, admitindo que a criança possa não ter chorado ou emitido qualquer outro tipo de sinal.
Pais acreditam em rapto
Mas segundo uma reportagem do Correio da Manhã, a família não coloca de lado a hipótese de rapto. Natália Custódio, 69 anos, que encontrou a criança quando tratava da horta, disse aquele jornal que "ouvi uns gemidos, segui o ruído e encontrei o menino, sentado na terra, todo sujo, de alguidar na mão. Chamei um vizinho, a PJ ouviu e veio logo".
A mãe do menino reforçou a ideia e disse: "não tenho inimigos, mas acho que alguém levou o meu filho e deixou-o ali com medo de ser apanhado", desabafou Marisa. Meia hora antes de Leidson ser encontrado, um homem "nunca antes visto" entrou no café do bairro. "Tinha ar suspeito. Pediu um Martini e uma cerveja e saiu", disse a dona do café, de acordo com o Correio da Manhã.
Agência de Notícias
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