Clube da Arrábida lembra abandono do Portinho


Uma das sete maravilhas de Portugal está... esquecida

O Clube da Arrábida emitiu um comunicado para assinalar os dois anos sobre os protestos no Portinho da Arrábida, resumindo todas as actividades que tem levado a cabo para “combater o abandono sistemático por parte das autoridades desta que é uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal e porta estandarte da candidatura da Serra da Arrábida a património da humanidade”.

Clube da Arrábida quer mais atenção para o Portinho da Arrábida 

O presidente do Clube da Arrábida, Pedro Vieira emitiu um comunicado como forma de assinalar os “dois anos de luto pela Arrábida” lançando fortes críticas às entidades competentes pelo abandono desta beleza natural.
Pedro Vieira afirma que “muito lixo, cães e gatos vadios, falta de infra-estruturas, desrespeito por normas básicas de conduta e falta de areia” continua a ser este “o crónico e desolador cenário daquela que foi considerada uma das 7 maravilhas naturais de Portugal e hoje, porta estandarte da tão ambicionada candidatura da Arrábida a património mundial da humanidade”.
O responsável lembra que no Verão de 2010, o Clube da Arrábida organizou um protesto no areal do Portinho da Arrábida, designado Happy Hour de Luto pela Arrábida, que contou com cerca de 500 moradores, comerciantes e utentes da área e que serviu de grito de apelo a favor da salvaguarda da Arrábida.
Pedro Viera recorda que durante este protesto foi lido um manifesto que alertou as autoridades locais para “o completo estado de abandono a que toda a zona do Portinho da Arrábida havia então chegado”, nomeadamente a existência de lixo, cães vadios, desordenamento do trânsito, acessos destruídos, risco de incêndio, apoios de praia caducos, desassoreamento galopante da praia e restrições excessivas à náutica de recreio. Este manifesto foi posteriormente enviado a todas as autoridades com jurisprudência na zona.

Muitos problemas por resolver
Falta de areia e sujidade preocupam moradores e visitantes 

O Clube da Arrábida, ao longo dos últimos dois anos, num “acto de cidadania activa exemplar”, abordou as autoridades responsáveis (Parque Natural da Arrábida, ARH, Câmara de Setúbal, Capitania de Porto de Setúbal, Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra) e desencadeou acções específicas no sentido de melhorar muitos desses pontos negros que afectavam toda a zona. Desta aproximação e colaboração resultou, entre outras, a reparação do passeio marítimo do Portinho/Creiro que então estava desmoronado, várias acções de limpeza voluntária que retiraram no total mais de 15 toneladas de lixo dos acessos e areal, o lançamento de uma campanha de sensibilização dos malefícios do lixo deixado por utentes, a organização de um colóquio cientifico que contou com vários especialistas nacionais sobre as causas e soluções do desassoreamento da costa da Arrábida e do qual será publicado um livro com o apoio do Ministério do Ambiente, a aproximação à capitania de Porto de Setúbal de forma a apaziguar as relações entre autoridade marítima e praticantes da náutica de recreio, e o ordenamento embora parcial do trânsito este ano.

Cães vadios continuam a preocupar  
Para Pedro Viera “parece muito, mas infelizmente não é” porque “problemas gravíssimos continuam ainda por resolver, sobretudo por falta de vontade de algumas entidades com competências na área, que num acto incompreensível ignoram em muito o que se passa na Arrábida, focando apenas os seus interesses ou desviando-os para outros locais”.
“O gravíssimo problema dos cães vadios, que ainda há poucas semanas voltou às notícias agora na praia da Figueirinha, motivou o Clube da Arrábida a colocar uma acção em tribunal contra a Câmara Municipal de Setúbal e a Direcção Geral de Veterinária” salienta o responsável mas desta acção resultou “um vergonhoso atirar de culpas entre as duas entidades, ao mesmo tempo que ambas divulgaram que já houve ataques por parte de cães a pessoas na zona, e contudo aparentemente pouco fazem para resolver a situação”.
O problema do lixo continua bem visível, apesar das campanhas voluntárias de recolha ao longo dos dois últimos anos.

Agência de Notícias 

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