Comboio da Praia pode acabar este Verão
Um grupo de cidadãos da Costa da Caparica está em luta pela defesa do Transpraia e convocou para 15 de Setembro uma manifestação para impedir o fim deste comboio de praia, que há mais de 50 anos liga a frente urbana de praias da cidade à Fonte da Telha. A acção está marcada para as 16 horas, na praia da Riviera, junto às oficinas do comboio tradicional das praias da Costa.
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Comboio da Praia pode chegar ao fim da linha este Verão |
Com o início das obras do Polis da Costa de Caparica o Transpraia foi deslocado da frente urbana de praias para uma zona “escondida” junto ao bairro do Campo da Bola e, passados cerca de cinco anos, o proprietário deste comboio tradicional diz ter perdido “75 por cento dos passageiros”, em 2011. Perante a realidade dos números, António Pinto da Silva diz não ter capacidade financeira para manter o negócio e já vaticinou que este Verão “poderá ser o último” do Transpraia. Só este ano, diz o proprietário, houve uma quebra de “mais 10 por cento” dos passageiros.
Com as obras do Polis num impasse e perante o risco da Costa da Caparica perder o comboio tradicional, um grupo de cidadãos criou uma página no Facebook com o nome “Vamos impedir que acabem com o Transpraia na Costa”, e convocam para uma acção em defesa do Transpraia. “ É preciso preservar a memória da Costa da Caparica”, afirma Sandra Simões, uma das organizadoras deste movimento. “As pessoas desta terra estão cansadas de ver desaparecer tudo o que faz parte do seu património cultural e arquitectónico”, acrescenta a líder do movimento.
Fazer renascer o comboio como ideia principal
Este movimento “espontâneo”, que “não tem qualquer ideologia política”, apenas “pretende evitar o extermínio de mais um ex-líbris” da Costa da Caparica, “sensibilizar os utentes e, eventualmente, cativar possíveis sponsors que façam renascer o comboio”, refere Sandra Simões. “O Transpraia é uma mais-valia para o turismo da Costa da Caparica, mas para isso precisa de voltar a estar posicionado num local visível”.
Nascido há cerca de uma semana este movimento de cidadãos já conseguiu captar adeptos e até apanhou o proprietário do Transpraia de “surpresa”.
Mas António Pinto da Silva, depois dos últimos anos alertar as várias entidades responsáveis pelo Polis de que a actual situação do Transpraia “não é sustentável” mostra-se cauteloso. “Esta iniciativa dá-me algum ânimo, mas só por si não chega”.
É que o desgaste de um negócio “não se recupera facilmente. São necessários apoios financeiros para voltar a montar toda uma estrutura que se foi desgastando”. Uma das hipóteses, avança, “é conseguir fundos comunitários direccionados para a revitalização turística da Costa da Caparica e fazer renascer o Transpraia”.
Uma ideia que os “banhistas” das praias da Costa da Caparia não querem que morra.
A transportar desde 1970…
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Comboio foi inaugurado em 1960, na Costa da Caparica |
O Transpraia foi inaugurado em Junho de 1960 pelo avô de António Pinto da Silva. De acordo com o proprietário, o transporte “é um dos poucos ícones da Costa que ainda restam”. Percorrer os cerca de nove quilómetros de linha custa quatro euros, num só sentido, 6,50 ida e volta. O preço baixa ligeiramente para quem comprar uma carteira de dez viagens (5,40 euros ida e volta).
Em tempos, o comboio trabalhava com o dobro das carruagens e tinha frequências de vinte minutos, dando emprego a pelo menos 16 pessoas. Hoje, sobretudo depois da deslocalização do terminal do comboio, dá emprego a metade. O comboio chegou a transportar 300 mil passageiros por Verão, hoje transporta menos de 100 mil.
Em 2007, e conforme um dos planos de pormenor do programa Polis da Costa da Caparica, o terminal do comboio de praia foi transferido para perto do Bairro do Campo da Bola, a mais de um quilómetro do sítio onde sempre estivera, no centro da cidade. A Costa Polis afirmava, há um ano, que embora a anterior localização fosse “de fácil acesso para os utentes, implicava que uma parte do percurso do comboio estivesse assente sobre uma zona extremamente sensível de cordão dunar, que urgia proteger”. O organismo acrescenta também que no sítio de onde parte hoje o Transpraia “irá surgir o novo interface de transportes públicos, com início de construção previsto para 2013”.
Agência de Notícias
Basta ver as interessantes imagens aqui apresentadas para concluir que o Transpraia deve voltar ao que era. Só quem é cego é que não vê. E, atenção, os POLIS já deram cabo de várias cidades portuguesas, não permitam que a Costa da Caoarica seja a próxima. Força!
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