Reticências da Sociedade por Ana Sofia Horta


Ir de férias... ou não?

As palavras ganham vida, as letras trocam de lugar e falo com o pé vincado como se o cérebro não me estivesse a trair. É desesperante não conseguir descansar durante o sono, não é falta de cansaço, porque mesmo desempregada, é praia, é ajuda a quem trabalha, procurar trabalho, tentar arranjar festas para fazer. E nada.


É a pressão de querer ser independente e não conseguir porque não consigo encontrar emprego. Acordar todos os dias de rastos e ter força para seguir caminho e enfrentar aquela coisas que chamam depressão e que me parece vê-la ao longe como se tivesse miopia, espero que não seja miopia e que eu me esteja a afastar dela.
É saber das minhas capacidades, fácil adaptação ter noção da minha imagem e não conseguir nada. Saber que a minha mãe vai 15 dias para o Algarve e só vai se eu não for. O que eu queria uma semaninha no Algarve. Passei o ano desempregada, a fazer o mesmo, a ver o mesmo, e o Verão será igual.
É não ter o pinxexo do meu lado a apoiar-me e a levar-me a um sítio surpresa, dar-me um abraço e dizer que está tudo bem.
Desculpem o desabafo, mas a guerra é grande, começo a vencer por mim, e sem reconhecimento.
Amanhã reflexologia podal, da primeira vez correu super bem, espero que desta faça igual e me deixe descansar.
Não desejo a ninguém!



Ana Sofia Silva Horta 
Educadora de Infância no Desemprego 
Oeiras 

O terceiro dia semana tem sempre uma reticência. O mundo pula e avança mas, à Terça-feira, Ana Sofia Horta chega ao ADN com uma história de vida ou uma estória pessoal. Uma visão muito pessoal e uma opinião muito real da sociedade. Para ler, saborear, pensar e analisar. 

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