Paralisação dos médicos afecta centros de saúde e hospitais


Greve pode atingir números máximos

Consultas e cirurgias programadas devem ser adiadas. Garantidos serviços mínimos nas Urgências e tratamentos prioritários, como a hemodiálise, quimioterapia e cuidados paliativos em internamento.  

Salas de espera dos hospitais e centros de saúde irão estar vazias

O Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde (MUSS) aceita o adiamento das mais de quatro mil cirurgias e cerca de 426 mil consultas marcadas para hoje e amanhã, devido à greve convocada pelos sindicatos dos médicos. "Apesar do transtorno", refere Castro Henriques, do MUSS, há um sentimento de "total solidariedade com as reivindicações dos médicos".
Segundo o Ministério da Saúde, uma adesão de 100 por cento à greve de hoje e amanhã vai cancelar 4382 cirurgias e mais de 426 mil consultas em hospitais e centros de saúde. "São só dois dias. É um sacrifício que vamos fazer, estamos extremamente solidários com os médicos nesta luta pela defesa do Serviço Nacional de Saúde", afirmou Castro Henriques, criticando a contratação de empresas prestadoras de serviços médicos por parte do Ministério da Saúde.
Nos hospitais, a Urgência e os tratamentos prioritários (como oncologia e hemodiálise) estão assegurados pelos serviços mínimos, prevendo-se que funcionem como nos dias feriados ou fins-de-semana. Na Linha Saúde 24, explicou o coordenador Sérgio Gomes, não se espera um aumento do número de chamadas, estando os dois dias de greve a ser encarados como um feriado. O ‘ponto alto' do protesto está marcado para as 15h00 de hoje, à porta do Ministério da Saúde, em Lisboa, onde milhares de médicos deverão concentrar-se, de bata branca.

Governo preocupado com utentes
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, manifestou-se ontem preocupado com os prejuízos que a greve dos médicos provocará nos utentes, mas confia que os serviços mínimos estejam assegurados.
"Sempre que se fere os utentes, isso não é uma coisa boa", declarou o governante, em Coimbra, à margem da posse que conferiu ao conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) Francisco Gentil da cidade.
"Sabemos que o sentido dos médicos é do cumprimento absoluto daquilo que está definido, e nós estamos tranquilos sobre isso", observou Manuel Teixeira, sublinhando a preocupação sobre "se isso pode afectar, de facto, os cuidados necessários à população".

Agência de Notícias 

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