Saúde, habitação e mobilidade preocupa BE de Almada


BE quer saber porque foram suspensas as verbas para  próteses no Hospital de Almada

A deputada Mariana Aiveca, eleita pelo distrito de Setúbal, e o deputado João Semedo, da Comissão Parlamentar de Saúde, questionaram o Ministério da Saúde sobre a suspensão das verbas destinadas à construção, manutenção e reparação de próteses e outros equipamentos no Centro de Desenvolvimento da Criança Torrado da Silva, no Hospital Garcia de Orta. Por outro lado, ainda  em Almada, a  concelhia local em visita ao Centro Porta Amiga da AMI está preocupada com o aumento da crise social e com o aparecimento de “novos pobres” no concelho.

Centros da Porta Amiga da AMI recebem cada vez mais gente carenciada 

Segundo os deputados, “o financiamento público específico anteriormente transferido era já insuficiente, dando apenas resposta a metade das crianças daquele Centro”. “Estima-se que a atual situação de dependência de financiamento privado cubra 10 por cento das necessidades, deixando de fora muitas crianças e comprometendo o seu desenvolvimento e qualidade de vida”, explicam agora.
Para o Bloco de Esquerda, “a falta de verbas põe em perigo o apoio prestado no âmbito da reabilitação às cidadãs e aos cidadãos portadores de deficiência e contraria os direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa e da Lei de Bases da Saúde”.
Os deputados do Bloco querem que o Governo explique quais os motivos para a suspensão daquele financiamento público e exigem a adoção de medidas urgentes e imediatas que garantam a manutenção, reparação de próteses e instrumentos necessários à saúde, reabilitação e inclusão dos cidadãos portadores de deficiência.

BE Almada preocupado com habitação e mobilidade
Também em Almada, a Concelhia de Almada do Bloco de Esquerda subscreve as preocupações da AMI face ao agravamento da situação social no concelho e defende medidas urgentes que garantam o “direito à habitação e à mobilidade por parte de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica e social, e que permitam romper a espiral de pobreza em que se encontram”.
Na passada semana, uma delegação do BE realizou uma visita ao Centro Porta Amiga da AMI, no Monte da Caparica, iniciativa inserida no Roteiro pelo Associativismo de Almada que o Bloco tem vindo a promover com o objetivo de traçar um diagnóstico da realidade social do concelho, mediante o conhecimento das principais preocupações sentidas pelas organizações sociais com intervenção mais expressiva no município.
Do diagnóstico à intervenção concreta na realidade social do concelho de Almada, a AMI “tem desenvolvido um trabalho ímpar de combate à pobreza e exclusão social através do acompanhamento das populações e ajudando a construir projetos de vida, trabalho feito que se encontra, hoje, em risco de se desmoronar”, diz a concelhia de Almada do BE.

“Novos pobres” têm evoluído no concelho
BE quer direito à habitação independentemente da situação económica 

Segundo o diagnóstico traçado pela instituição, nos últimos dois anos, “verificou-se a ascensão expressiva dos designados ‘novos pobres’, consequência direta do aumento do desemprego, dos baixos salários e da precariedade dos vínculos laborais. Os elevados níveis de endividamento das famílias (nomeadamente crédito à habitação) e as novas regras previstas na Lei do Arrendamento Urbano preocupam a AMI que teme que as populações que sempre estiveram fora dos ciclos de pobreza, gerem uma nova onda de desalojados ou sem-abrigo”, explica o Bloco.
No final da reunião com as responsáveis pelo Centro Porta Amiga da AMI em Almada, a delegação do BE, constituída pelo eleito na Assembleia Municipal de Almada, Luís Filipe Pereira, e pelos membros da Coordenadora Concelhia Joana Mortágua, Fátima Marras e Carlos Guedes, solidarizou-se com as preocupações levantadas e comprometeu-se a divulgar e procurar soluções que permitam responder aos problemas de acesso à habitação e à mobilidade no concelho por parte das franjas mais desfavorecidas da população.
Para inverter “este ciclo de empobrecimento generalizado imposto pelo governo da troika”, o Bloco de Esquerda reafirma a “necessidade de recusar a austeridade e a urgência de uma política que defenda o emprego, os serviços públicos e os apoios sociais”.

Paulo Jorge Oliveira 

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