Cimenteira em insolvência pode fechar
Meia centena de trabalhadores da CNE,
empresa de cimentos localizada no parque industrial da Sapec, em Setúbal, manifestaram-se
segunda-feira, na praça de Bocage, em defesa dos seus postos de trabalho, face
ao processo de insolvência por que passa aquela unidade industrial, empresa do
grupo SLN do BPN. Enquanto isso, António
Nogueira que vendeu a CNE à Sociedade Lusa de Negócios, diz-se enganado e quer
a empresa, já insolvente, de volta. Só não encontra um tribunal que lhe dê
razão. Resultado, todos os trabalhadores podem ser despedidos.
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Empresa de cimento de Setúbal está insolvente |
Cerca de meia centena de trabalhadores
da empresa CNE – Cimentos Nacionais e Estrangeiros, SA, há 7 anos a laborar no
Parque Industrial da Sapec, estão bastante apreensivos quanto ao futuro. Tudo
por que o administrador de insolvência da empresa mandou os trabalhadores 15
dias para casa. Os trabalhadores receiam já não regressar.
Na tarde de anteontem, alguns
trabalhadores manifestaram-se na praça de Bocage, enquanto uma comitiva foi
recebida na Câmara de Setúbal. Luís Leitão, coordenador da União dos Sindicatos
de Setúbal (USS) liderou essa comitiva, também composta por José Manuel
(Sindicatos das Cerâmicas) e Paulo Graça (delegado sindical).
“A CNE é empresa do grupo SLN, sendo o
BPN um dos seus maiores credores. Há 7 anos, este foi considerado Projecto de
Interesse Nacional (PIN) para o distrito de Setúbal, mas, devido a erros de
gestão, a CNE encontra-se em insolvência”, explicou Luís Leitão.
Para o coordenador da União dos
Sindicatos de Setúbal, “só as más políticas dos sucessivos governos podem
explicar que se atribuam milhões a uma empresa de interesse nacional por um
prazo de 7 anos…”, lembrando que a empresa está parada há uma semana, que o
stock terá já sido retirado, não se sabendo sequer se voltará a laborar.
Em Setembro de 2010 a empresa entrou
num processo de insolvência, tendo sido aprovado um plano de viabilização pelo
Grupo Caixa Geral de Depósitos. Entretanto, foi nomeado um administrador de
insolvência, o qual, segundo o Sindicato das Indústrias de Cerâmica, mandou os
trabalhadores para casa durante 15 dias.
Segundo o coordenador da USS, a actual
situação da empresa (insolvência) “deve-se a erros de gestão”. “Viemos à Câmara
informar como os dinheiros públicos estão sendo mal geridos”, frisou Luís
Leitão, que apelou ao avanço efectivo do plano de viabilização encabeçado pela
Caixa Geral de Depósitos.
Câmara garante apoio
Coube ao vereador Manuel Pisco receber
esta comitiva, ao início da tarde de segunda-feira, nos Paços do Concelho. No
final, o autarca prometeu uma possível “intervenção que ajude estes
trabalhadores”, referindo que “qualquer empresa que encerre no concelho,
independentemente da sua dimensão, é sempre motivo de grande preocupação.”
O autarca disse que “importa verificar
os fundos públicos envolvidos neste investimento, quais os credores
interessados na viabilização e perceber qual a sua disponibilidade para a
continuação da laboração da empresa.”
Para o autarca – e apesar do processo
de insolvência em curso – o ramo de negócio em causa (cimentos) “está longe de
estar falido”, recordando a capacidade de exportação e “os parceiros
economicamente fortes”.
Antigo dono quer empresa de volta
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António Nogueira luta para ter de novo a empresa que criou |
António Nogueira vendeu a CNE - Cimentos Nacionais e
Estrangeiros à Sociedade Lusa de Negócios, mas diz-se enganado e quer a
empresa, já insolvente, de volta. Só não encontra um tribunal que lhe dê razão.
Está por
trás de um processo cível em Lisboa, outro em Setúbal e de um processo-crime
cuja queixa deu conhecimento às mais altas entidades, desde ministros da
Economia e das Finanças ao representante da troika em Portugal. António
Nogueira, acionista da empresa de cimentos do então grupo Sociedade Lusa de
Negócios (SLN), a CNE - Cimentos Nacionais e Estrangeiros, diz que vai disparar
em todas as direções até conseguir recuperar a empresa que fundou e que vendeu
ao grupo de Oliveira e Costa. Mas não há tribunal que lhe dê razão e, num dos
processos, foi mesmo condenado a pagar uma multa por ser considerado
"litigante de má-fé"
Agência de Notícias
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