Somewhere...Where the imagination takes me...? por Alexandra Lopes


Tempo

Deixa-se para amanhã o que se podia ter dito hoje, o que se podia ter vivido hoje, o que se podia ter amado, o que se podia ter transformado em felicidade hoje, amanhã pode não haver mais oportunidade de o fazer, sentir e viver.

Quantas palavras ficam por dizer, quantos gestos de ternura ficam por dar. O tempo, esse, urge entre as nossas mãos como se de um sopro se dissimulasse. 
Vivemos muitas vezes embrulhados num turbilhão de futilidades, em que os valores se vão perdendo, em que os pequenos gestos do quanto nos fazem sentir vivos, se perdem. Arranjam-se desculpas para tudo, ou porque existe o escudo transparente de proteção que impede de dizer o que nos vai no coração ou transformar as palavras em gestos bonitos ou porque não demos valor ao nosso redor, deixando para trás, tornando-nos frios.
Deixa-se para amanhã o que se podia ter dito hoje, o que se podia ter vivido hoje, o que se podia ter amado, o que hoje se podia ter transformado em felicidade, amanhã pode não haver mais oportunidade de o fazer, sentir e viver.
O tempo é por muitos um obstáculo imposto por nós mesmos, em que achamos que existe um rótulo ou validade para algo, em que dizemos muitas vezes “Não…hoje não pode ser, talvez amanhã o faça, o diga…”
O amanhã passou…e transformou-se num passado demasiado longínquo em que se perderam momentos, vidas, carinho, amor…E passou a ser demasiado tarde para voltar atrás. As escolhas são também importantes, saber escolher o que nos faz realmente nós mesmos, vivos!
O tempo é agora, se sentimos, é vivê-lo, se amamos, é amar de corpo e alma, se desejamos, procuramos realizar essa vontade, se queremos, lutamos para conquistar o objectivo, se temos algo por dizer a quem amamos…é dizer hoje…Porque amanhã, já pode ser tarde demais.
Hoje, é hoje, amanhã é demasiado longe para sabermos o que o futuro nos tem guardado.
Porque viver intensamente cada dia como se fosse o último, certamente nos tornará menos amargurados, mas sim mais felizes.
E lembrem-se:
Não é vergonha pedir perdão nem tão pouco chorar e deixar o coração falar por nós.
Sejam felizes hoje, todos os dias!


Alexandra Lopes
Setúbal
www.alexandralopes.blog.pt  

[Em cada um de nós existe uma lagarta feia... que nasce sempre uma linda borboleta... recomeçar nem sempre foi fácil. Todas as terças-feiras, Alexandra Lopes faz-nos a pergunta: Onde a imaginação me leva? Certamente… a tantos lugares]
Consulte todos os artigos da autora

Comentários