BE atento aos problemas do concelho de Almada


Falha do sistema de saúde e situação difícil da Ensul Meci na agenda do BE

A deputada Mariana Aiveca, do Bloco de Esquerda, questionou o Ministério da Saúde sobre as falhas no sistema informático de acesso ao historial clínico das/dos utentes dos doze centros de saúde de Almada, situação que afeta cerca de 180 mil pessoas. A deputada questionou ainda o Ministério da Economia e do Emprego sobre a situação da Ensul Meci e exige soluções para a regularização dos vencimentos e subsídios em atraso, bem como para a viabilização dos 500 postos de trabalho qualificados e especializados que compõem aquela empresa sediada no Monte da Caparica, em Almada.

Administrador da Ensul Meci criticado pelos trabalhadores a quem deve 

O Bloco de Esquerda solidariza-se com os 500 trabalhadores e trabalhadoras da Ensul Meci que se encontram em vigília à porta da empresa devido aos salários em atraso e à falta de pagamento do subsídio de alimentação. 
Numa visita às instalações da Ensul Meci, Mariana Aiveca, Francisco Louçã e representantes da concelhia de Almada alertaram para as condições dramáticas de alguns das/dos profissionais que já não conseguem pagar os seus empréstimos e a quem já foram cortadas a água e luz das suas casas.
A Ensul Meci é uma empresa altamente especializada que realiza trabalhos de instalação de fibra ótica, gás e mini-hídricas, atividades de elevado nível técnico e muito valorizadas.
A deputada eleita pelo distrito de Setúbal questionou o Ministério da Economia e do Emprego sobre esta situação e exige soluções para a regularização dos vencimentos e subsídios em atraso, bem como para a viabilização dos 500 postos de trabalho qualificados e especializados que compõem aquela empresa sediada no Monte da Caparica.
“Num momento em que o desemprego atinge mais de um milhão e 200 mil pessoas em Portugal, é necessário que não se percam postos de trabalho qualificados e especializados como os que encontramos naquela empresa”, diz Mariana Aiveca. O  Bloco quer saber “que ações o Ministério da Economia e do Emprego já tomou para que estes trabalhadores e estas trabalhadoras recebam os salários que têm em falta e como irá atuar para viabilizar os 500 postos de trabalho”, conclui a deputada.


Ensul Meci pode mandar 500 pessoas embora
A construtora Ensul Meci, sediada no Monte da Caparica, depois do juiz do Tribunal de
Comércio de Lisboa ter validado o pedido dos credores, ainda não conseguiu maneira de pagar aos credores. A proposta apresentada pelo fundo Vallis para a integração da Ensul Meci neste projecto, vocacionado para a consolidação do sector da construção, não obteve uma decisão favorável dos bancos financiadores. As condições para a transacção apresentadas pelo fundo não foram aceites pela Caixa, BCP, BES e Banif, devido aos desequilíbrios financeiros que a empresa apresenta. Isto porque a Ensul Meci, que pertence ao grupo Esphera Capital, que se mantém em funcionamento, não possui praticamente activos, o que terá pesado na ponderação feita pelos bancos.
A garantia é dada pelo representante da União de Sindicatos de Setúbal (USS), Luís Leitão, que avança ainda que a situação mais plausível é a empresa com 500 trabalhadores entrar em insolvência. 
Segundo Luís Leitão, uma das dívidas da empresa é de “300 mil euros”, mas “há outras”. Caso não haja acordo para o pagamento aos credores, o passo seguinte deverá ser o início do processo de insolvência.
O meio milhar de funcionários tem dois meses de salários em atraso e montaram uma vigília junto às instalações da empresa para evitar a retirada de material do estabelecimento.

“A nossa preocupação neste momento é não deixar que seja retirado material da empresa”, disse Luís Leitão, da USS, que acrescentou que a administração está demissionária há mais de um mês.
Luís Leitão referiu ainda que existem trabalhadores do grupo, em algumas obras, que têm recebido o salário, e acusa um dos administradores da empresa de “estar em Timor com o Presidente da República quando deve a 500 trabalhadores”. “Esta é a actuação típica de um pato bravo. Podemos estar a assistir a uma insolvência promovida para depois poder começar de novo com salários mais baixos ”, acusou o sindicalista.


180 pessoas afectadas pela falha do sistema informático do Centro Saúde de Almada
Erros informáticos no Centro Saúde Almada afetam 180 mil pessoas 

Ainda em Almada, a deputada Mariana Aiveca, do Bloco de Esquerda, questionou o Ministério da Saúde sobre as falhas no sistema informático de acesso ao historial clínico das/dos utentes dos doze centros de saúde de Almada, situação que afeta cerca de 180 mil pessoas.
Segundo o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, na origem desta falha estará a largura da banda. A impossibilidade de acesso ao historial clínico não só impede que as médicas e os médicos realizem as consultas, como impede novos agendamentos.
Desde o dia 18 de maio que as/os profissionais de saúde afixaram uma informação aos utentes, dando conta dos constrangimentos que duram há dois meses e anunciando que apenas iriam realizar o serviço de urgência. A situação afeta cerca de 180 mil pessoas.
O Bloco de Esquerda quer que o Governo esclareça os motivos pelos quais este problema permanece e que medidas urgentes e imediatas pretende desenvolver, com vista à sua resolução efetiva.
Paulo Jorge Oliveira 

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